O_perfil_do_operario_da_industria_da_construcao_civil
Trabalho Universitário: O_perfil_do_operario_da_industria_da_construcao_civil. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: adriellyway • 20/3/2015 • 639 Palavras (3 Páginas) • 390 Visualizações
Nas grandes cidades, tem trabalhador que concluiu o ensino fundamental e até já fez curso técnico. Mas no geral a realidade é outra: pouca qualificação, baixa escolaridade e aprendizado na prática
A rotina do paraibano João Florenço da Silva é difícil. Ele acorda às 5h30, pega um ônibus lotado no bairro de Pedreira, zona Sul de São Paulo, e segue para a obra de um conjunto de apartamentos de classe média alta na Granja Viana, a 50 minutos dali. É armador. A rotina começa às 7h e termina às 18h, quando enfrenta novamente o ônibus lotado de volta para casa. Ganha por mês R$ 565,00 brutos. Para ele, a situação é pior do que aquela quando era tripulante de um barco pesqueiro de baleias, na Paraíba.
Como operário da construção em uma grande cidade (é difícil imaginar), João leva vantagem em relação aos colegas de profissão em outros lugares. Ele sabe disso, mas não é o bastante. Quer voltar para sua cidade e para a pesca.
O cenário para os operários da construção civil nas grandes cidades brasileiras não é mesmo dos mais animadores. A maioria dos trabalhadores empregados em São Paulo, por exemplo, é proveniente das regiões Norte e Nordeste, como João Florenço. Ainda é possível encontrar quem more em alojamentos da própria obra. Após terminarem o serviço num local e serem contratados em outra construção, deixam de morar nos alojamentos e passam a habitar as favelas e periferias. Muitos trazem a mulher e os filhos para morar em São Paulo.
Se para o operário a situação não é boa, ao construtor restam também enormes problemas. A terceirização, a alta rotatividade e a fragilidade dos vínculos empregatícios tornam difícil para o gerenciador controlar a obra. "A terceirização distancia os elos da produção e dificulta o controle da qualidade", diz Nelson Faversani, gerente coordenador de obras da Construtora Inpar.
Perfil
A mão-de-obra na construção civil é composta quase exclusivamente de trabalhadores do sexo masculino, que totalizam 92,54% do contingente empregado no setor. As mulheres são os 7,46% restantes. O percentual de mulheres vem aumentando nos últimos anos e está sendo alocado nas funções administrativas e de maior qualificação. Proporcionalmente, as mulheres possuem nível de instrução mais elevado do que os homens empregados no setor. A maior concentração dos trabalhadores está nas faixas etárias de 30 a 39 anos (30,21% do total) e de 40 a 49 anos (22,04%).
De acordo com a OIT (Organização Internacional do Trabalho), mais de 33% dos trabalhadores registrados na construção civil são analfabetos funcionais e, em geral, desempenham funções auxiliares com pouca ou nenhuma especialização. Os dados brasileiros da RAIS 2001 (Relação Anual de Informações Sociais) elaborada pelo MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) confirmam o nível baixo, embora se observe uma sensível melhora nos últimos anos. Em 2001, 38% haviam cursado apenas o 4o ano do estudo primário, seja a 4a série incompleta (16,87%) ou a 4a série completa (20,91%). Mas esse percentual era de 64,18% em 1988. O número de analfabetos no setor também foi reduzido pela metade na última década, saindo de um percentual de 5,3% em 1988 para 2,44% em 2001.
O número de trabalhadores nas faixas de escolaridade
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