PLANEJAMENTO ESCOLAR
Trabalho Universitário: PLANEJAMENTO ESCOLAR. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Esposorio • 6/7/2014 • 1.432 Palavras (6 Páginas) • 454 Visualizações
AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: ENTRE O PLANEJAMENTO E A IMPROVISAÇÃO
Aline Esposório do Nascimento
Jaciene Vigabriel da Silva
Dr. Fabiano Antônio dos Santos
PALAVRAS-CHAVE: Planejamento; Educação Física escolar; Ação-Reflexão Pedagógica; Improvisação;
INTRODUÇÃO
Este trabalho apresenta o resultado de pesquisa que buscou, ao mesmo tempo, refletir o contexto escolar e a importância do planejamento para a ação-reflexão pedagógica nas aulas de educação física. A pesquisa foi desenvolvida juntamente com a realização do estágio obrigatório, momento fundamental de aproximação da realidade escolar.
Ao realizarmos o estágio em duas escolas municipais do município de Corumbá/MS, pudemos perceber o quanto a disciplina de Educação Física Escolar necessita de profissionais que tenham como principio orientador o planejamento, como recurso indispensável para a realização de aulas cujos objetivos sejam efetivamente alcançados, e não fiquem somente no papel. O planejamento da aula deve partir dos objetivos e neles retornar. Para isso, deve levar em conta o meio ambiente, e a ampliação dos horizontes das experiências dos alunos.
Planejamento, portanto, pressupõe envolvimento, tempo, reflexões, projeções de ações. O improviso é a antítese do ato de planejar e em nada contribui para o desenvolvimento das aulas. Ao constatarmos que estes princípios não eram levados em consideração nas aulas observadas, começamos a nos questionar sobre o verdadeiro sentido que o planejamento tem assumido nas aulas de educação física, uma vez que nas aulas da graduação sempre é destacado seu papel para a efetivação dos objetivos propostos. Neste sentido, passamos a realizar os seguintes questionamentos: Afinal, o que é planejamento? Qual o sentido dado a ele, nas aulas observadas? Quais as diferenças entre uma aula que considera o planejamento como instrumento norteador da prática pedagógica e uma aula que tem o improviso como eixo norteador?
Planejamento é uma ação que envolve o ato de sistematizar e organizar atividades futuras. Isso não significa que deva ser compreendido como, um dogma ou uma “camisa de força”, a ser seguido sem alterações e adaptações. Planejar é visar o objetivo a ser atingido, porém, o professor pode levar em consideração o meio ambiente, e as experiências vividas pelo aluno, ao estabelecer seus objetivos. “Planejar é antecipar mentalmente uma ação ou um conjunto de ações a ser realizadas e agir de acordo com o previsto. Planejar não é, pois, apenas algo que se faz antes de agir, mas é também agir em função daquilo que se pensa.” (Vasconcellos 2000 p.79). Isso quer dizer que não se trata de uma ação sem reflexão, fazemos nas aulas aquilo que mentalmente elaboramos anteriormente.
METODOLOGIA
O Estágio I foi realizado em duas escolas municipais, situada na Cidade de Corumbá-MS. Em uma delas, as atividades foram realizadas com as turmas do Pré I e Pré II da Educação Infantil (crianças entre, 5 e 6 anos) e, na outra, com as turmas do Pré-A, Pré-B e Pré-C da Educação Infantil (crianças entre 4, 5 e 6 anos). O estágio compreendeu as seguintes etapas: fase de monitoria/observação (10 h/a), fase de planejamento (35 h/a) e fase de regência (34 h/a). Destacamos algumas conversas realizadas entre as professoras e os alunos, que revelam a falta do planejamento como documento norteador das ações pedagógicas.
Uma vez realizadas as observações e destacada a problemática de pesquisa, passamos ao levantamento bibliográfico e a análise do material observado e descrito.
ANÁLISE E DISCUSSÕES
Nessas escolas, observamos que as professoras não planejavam suas atividades pedagógicas. As aulas eram da mesma forma quase todos os dias, vez ou outra eram aplicadas brincadeiras diferentes do futebol e voleibol, como por exemplo: “bobinho” e “queimada”. Porém, a mais realizada eram os jogos pedagógicos, como quebra-cabeça e cubos de montar. A justificativa de uma das professoras para a permanência nas mesmas atividades é a capacidade dos alunos em “modificar os objetivos propostos pelo professor: “As brincadeiras têm que ser livre, porque não da certo as brincadeiras que direcionamos. Elas sempre dão jeito.” (Professora A)
Segundo a professora A, aula “livre” é o único meio dos alunos saírem satisfeitos. Para ela, atividades direcionadas é uma forma de impor ou abrigar o aluno a fazer determinada atividade. As crianças sempre se ajeitam, isto é, sempre acham uma forma de brincar.
Outra justificativa para a falta de planejamento, dada pela professora B é quantidade de alunos que, segundo ela, são inferiores ao necessário para o desenvolvimento pedagógico. Segundo ela, “... como tem poucos alunos, eu deixo eles com esses jogos.” (Professora B)
Essa fala ocorreu no início da aula, porém, aos pouco os alunos foram chegando, isso ocorreu dentro de uns 10 minutos. A quantidade de alunos não seria o motivo para a professora não ministrar a aula, porque os alunos continuaram com os jogos.
A falta de intencionalidade nas aulas traz outro problema que identificamos: a diferenciação de atividades para meninos e para meninas. Como não uma discussão sobre as atividades realizadas, os alunos são levados a reforçarem questões do senso comum. Constatamos uma afirmação de um aluno sobre a possível existência de atividades destinadas aos meninos, que seria diferente das atividades para as meninas. “Brincadeira de menina eu não quero, menino joga bola.” (Aluno A)
Essa fala é resultado dos alunos se “ajeitarem”, porque muitas vezes ocorria a separação de sexo nesse “ajeitamento”, os meninos jogavam futebol, as meninas pulavam corda, brincavam com cubo de montar e bonecas.
A partir disso pudemos afirmar que a falta de direcionamento e de discussão crítica
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