PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO
Projeto de pesquisa: PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: davidson sales • 16/2/2015 • Projeto de pesquisa • 1.961 Palavras (8 Páginas) • 301 Visualizações
1. INTRODUÇÃO
O estudo apresentado se propõe a analisar os perigos dos incêndios nas edificações de concreto em Belém, assim como a exposição dos bombeiros combatentes do CBMPA (Corpo de Bombeiros Militar do Pará) a estes riscos, pois atualmente há diversos Trabalhos e Normas voltados para análise dos efeitos da exposição de estruturas de concreto a elevadas temperaturas, como também perícias em estruturas sinistradas em busca dos reais motivos do incêndio. Porém, não há estudos do comportamento da resistência dos concretos produzidos em Belém quando submetidos à elevada temperaturas e nem se os Bombeiros Militares possuem medidas e procedimentos padronizados que possam preveni-losdos riscos dos fenômenos do Spalling (lascamento do concreto) durante o combate aos incêndios.
Esse fato, ainda não estudado, pode limitar o emprego seguro do concreto a determinados tipos de obras e, para superar esta dificuldade, é necessário desenvolver conhecimentos sobre o concreto frente ao calor através de experiência laboratorial usando como objeto de estudo o concreto usado nas edificações de Belém.
Embora o risco seja muito pequeno, o colapso estrutural de edifícios de múltiplos andares de concreto armado em situação de incêndio não é incomum. O colapso localizado em apenas um elemento que compõe um pórtico de concreto pode desencadear o processo de colapso progressivo do edifício, levando-o a desabar por completo ou parcialmente.
FIGURA1 - Incêndio do prédio do Ministério da Fazenda em Belém- colapso estrutural parcial-
Fonte: Autor Desconhecido
FIGURA 2 - Incêndio do Supermercado Líder em Ananindeua - colapso estrutural total-
Fonte: Autor Desconhecido
A literatura técnica provê registros de algumas edificações de concreto que sofreram colapso estrutural parcial (FIGURA 01) ou total (FIGURA 02). Em alguns edifícios, o colapso estrutural parcial ou total não implicou em vítimas quaisquer; em outros, o colapso parcial causou a morte da equipe do Corpo de Bombeiros .
Por esse motivo, o trabalho de pesquisa se justifica e se configura entre as inúmeras iniciativas semelhantes à questão dos riscos enfrentados pelos bombeiros, uma vez que este tema virá contribuir para o conhecimento e aperfeiçoamento da operacionalidade durante o combate a incêndios de pequenas ou grandes proporções.
2. PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO
2.1 A evolução dos serviços de proteção contra incêndios
Desde que o fogo guarda íntima relação com a existência humana e a história da humanidade, desde que o “Homo Erectus” o dominou como aliado na convivência com a natureza ele vem proporcionando proteção climática, iluminação nas cavernas; foi utilizado na defesa pessoal contra o ataque de animais e exerceu papel fundamental nos primórdios da socialização dos indivíduos em redor das fogueiras, depois também das lareiras;ganhou prestígio no cozimento mais saudável dos alimentos, e valor econômico nas fundições artesanais e fornos industriais. Porém, tudo na vida tem duas faces, o fogo não se restringiria aos usos pacíficos que lhe estimularam o domínio em tempos tão longínquos, o fogo virou instrumento e morte nas armas de fogo inflamável para incendiar qualquer coisa, inclusive cidades inteiras, exigindo antídotos para o combate, porque, não raras vezes, mas até hoje isso ocorre e extrapola a capacidade de controle, transformando-se em grandes catástrofes. (BAHIA, ”Neros de agora”. O LIBERAL, 23 mar. 2014, Caderno1, p.2).
Foram os hebreus, na época de Abraão, e os gregos, aproximadamente no Século X a.C. que criaram os primeiros vigias noturnos (vigiliae nocti) encarregados de efetuar rondas e dar alarmes em caso de incêndio. Mas registros foram encontrados na China dando conta de que no ano de 564 a.C. já havia um grupamento de homens treinados para combater incêndios. (MENEZES, 2007, p.22).
Na antiga Roma, esse serviço foi conservado e melhorado, havendo documentos históricos sobre o primeiro corpo de bombeiros estruturado como tal que funcionou em Roma no primeiro século antes de Cristo. Enquanto que a arte de apagar incêndios chegou ao Brasil no século XVI com os portugueses, que traziam em suas caravelas os marinheiros denominados “vigias do fogo”, com a missão de combater eventuais incêndios nessas embarcações, todas de madeira. (MENEZES, 2007, p.22).
Já no século XX, as duas grandes Guerras Mundiais, com suas nefastas consequências para as populações civis, incentivaram o aprimoramento dos Corpos de Bombeiros na Europa e nos Estados Unidos, cuja estrutura serviu de base, depois, para a reorganização desses serviços.(MENEZES, 2007, p.26).
Em Belém, no período colonial, o serviço de extinção de incêndios era feito precariamente pelos aguadeiros (com baldes e latas) ou por uma bomba do Arsenal de Marinha, mais tarde reforçada por outra da Companhia de Navegação e Comércio do Amazonas.(MENEZES, 2007, p.36).
Atualmente, conforme a Constituição estadual de 05 de outubro de 1989, no Artigo 200, o Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado do Pará se emancipou, ganhou autonomia e novo regime jurídico, sendo subordinado diretamente ao Governo do Estado, com a denominação de Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Pará o que lhe confere ser o responsável legal em proteger e servir a população contra os incêndios.
FIGURA 3 - Bomba usada no início do Século XX, a vapor e de tração animal (fonte José Menezes 2° Edição-2007 p.305)
FIGURA 4 - Viatura de incêndio atual Tipo ABT (Auto Bomba Tanque capacidade de armazenamento de água 6.000l (fonte HTTP://www1.bp.blogspot.com)
2.2 O poder destrutivo do fogo.
O incêndio é uma ação térmica descrita por meio dos fluxos de calor convectivo e radiativo promovidos pelos gases quentes das chamas do compartimento, e por meio do fluxo de calor condutivo no interior da massa de concreto, transmitindo o calor molécula a molécula no interior da peça de concreto. O efeito da ação térmica tem por consequência o aumento da temperatura do elemento estrutural.
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