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Paulo Freire - Um Educador Do Povo

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Por:   •  7/11/2013  •  9.634 Palavras (39 Páginas)  •  452 Visualizações

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“Estamos convencidos de que o diálogo com as massas populares é uma exigência

radical de toda revolução autêntica. Ela é revolução por isto. Distingue-se do golpe

militar por isto. Dos golpes, seria uma ingenuidade esperar que estabelecessem

diálogo com as massas oprimidas. Deles, o que se pode esperar é o engodo para

legitimar-se, ou a força que reprime.

“A verdadeira revolução, cedo ou tarde, tem de inaugurar o diálogo corajoso com as

massas. Sua legitimidade está no diálogo com elas, não no engodo, na mentira. Não

pode temer as massas, a sua expressividade, a sua participação efetiva no poder. Não

pode negá-las. Não pode deixar de prestar-lhes conta. De falar de seus acertos, de seus

erros, de seus equívocos, de suas dificuldades.

“A nossa convicção é a de que, quanto mais cedo comece o diálogo, mais revolução

será”.

(Pedagogia do Oprimido, 14ª edição, p.149)

“Uma das impressões mais visíveis da minha trajetória profissional é a busca

consistente pela unidade entre teoria e prática. É nesse sentido que meus livros, bons

ou ruins, são crônicas teóricas ‘dando que foi feito’, ligadas aos eventos nos quais

estive envolvido”.

(Paulo Freire)

Paulo Freire:

um educador do povo

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O Sindicato dos Professores do ABC Paulista – Sinpro ABC – oferece aos

professores e professoras o seu Caderno de Formação número 4 – Paulo Freire: um

educador do Povo. Este caderno é entregue à categoria no momento do 5º Congresso do

Sinpro ABC, quando se debate o papel dos educadores – Professor: educador ou

prestador de serviço?

Paulo Freire nos deixou a certeza e a confiança de que a educação é um

instrumento de humanização e libertação da mulher e do homem que sofrem as agruras

da opressão política, econômica e cultural. Ensinou que a educação é uma conduta, uma

postura de vida, uma atitude de respeito pela cultura popular.

Este caderno é uma homenagem. Esperamos que sirva, especialmente, como

motivação para aprendermos mais com Paulo Freire. E, certamente, colocando em prática

seus conhecimentos e seus saberes, estaremos cumprindo nosso tributo, pois como

disse o mestre Paulo Freire, ele viveria naqueles que continuassem ajudando o povo a

enxergar as feras e a realidade.

Paulo Freire sintetiza o verdadeiro lutador do povo brasileiro, que jamais sucumbiu,

que jamais se deixou levar pelos interesses dos poderosos, e esteve sempre ao lado dos

pobres e oprimidos.

Desejamos que os princípios do mestre Paulo Freire nos permitam seguir lutando e

confiando na educação como um dos instrumentos de libertação do ser humano.

Aproveitamos a oportunidade para agradecer a solidariedade do Movimento dos

Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que gentilmente nos cedeu os direitos deste

caderno.

Estamos certos de que um novo mundo é possível a partir da solidariedade entre

as pessoas.

Por uma educação pública de qualidade!

Educação não é mercadoria!

Paulo Freire Vive!

Oswaldo de Oliveira Santos Junior

Diretor de Imprensa – Sinpro ABC

Outubro de 2003

Apresentação

“De tudo ficaram três coisas: a certeza de que estava

sempre começando, a certeza de que era preciso

continuar e a certeza de que seria interrompido antes

de terminar. Fazer da interrupção um caminho novo,

fazer da queda um passo de dança, do medo, uma

escada, do sonho, uma ponte, da procura, um

encontro”. (Fernando Pessoa)

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Paulo Reglus Neves Freire nasceu no dia 19 de setembro de 1921 em Recife,

Pernambuco, no bairro Casa Amarela, estrada do Encantamento. Filho de Joaquim

Temístocles Freire, riograndense do norte e sargento do Exército, e de Edeltrudes

Neves Freire, dona de casa, bordadeira e pernambucana. Uma família de classe média

que aos poucos foi vendo chegar a pobreza, especialmente a partir da crise de 1929.

Paulo Freire aprendeu a ler e a escrever com os pais, à sombra das árvores do

quintal da casa em que nasceu. Sua alfabetização partiu de suas próprias palavras de

infância, de sua prática, de sua experiência, fato que certamente influenciou seu

trabalho de alfabetizador anos depois. Quando foi para a escola, sua primeira

professora o encontrou alfabetizado, fazendo cópias e “lendo direitinho”.

Freire viveu uma infância feliz, mas conheceu muito cedo, como

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