Paulo Freire - Um Educador Do Povo
Artigos Científicos: Paulo Freire - Um Educador Do Povo. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: tidarte • 7/11/2013 • 9.634 Palavras (39 Páginas) • 446 Visualizações
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“Estamos convencidos de que o diálogo com as massas populares é uma exigência
radical de toda revolução autêntica. Ela é revolução por isto. Distingue-se do golpe
militar por isto. Dos golpes, seria uma ingenuidade esperar que estabelecessem
diálogo com as massas oprimidas. Deles, o que se pode esperar é o engodo para
legitimar-se, ou a força que reprime.
“A verdadeira revolução, cedo ou tarde, tem de inaugurar o diálogo corajoso com as
massas. Sua legitimidade está no diálogo com elas, não no engodo, na mentira. Não
pode temer as massas, a sua expressividade, a sua participação efetiva no poder. Não
pode negá-las. Não pode deixar de prestar-lhes conta. De falar de seus acertos, de seus
erros, de seus equívocos, de suas dificuldades.
“A nossa convicção é a de que, quanto mais cedo comece o diálogo, mais revolução
será”.
(Pedagogia do Oprimido, 14ª edição, p.149)
“Uma das impressões mais visíveis da minha trajetória profissional é a busca
consistente pela unidade entre teoria e prática. É nesse sentido que meus livros, bons
ou ruins, são crônicas teóricas ‘dando que foi feito’, ligadas aos eventos nos quais
estive envolvido”.
(Paulo Freire)
Paulo Freire:
um educador do povo
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O Sindicato dos Professores do ABC Paulista – Sinpro ABC – oferece aos
professores e professoras o seu Caderno de Formação número 4 – Paulo Freire: um
educador do Povo. Este caderno é entregue à categoria no momento do 5º Congresso do
Sinpro ABC, quando se debate o papel dos educadores – Professor: educador ou
prestador de serviço?
Paulo Freire nos deixou a certeza e a confiança de que a educação é um
instrumento de humanização e libertação da mulher e do homem que sofrem as agruras
da opressão política, econômica e cultural. Ensinou que a educação é uma conduta, uma
postura de vida, uma atitude de respeito pela cultura popular.
Este caderno é uma homenagem. Esperamos que sirva, especialmente, como
motivação para aprendermos mais com Paulo Freire. E, certamente, colocando em prática
seus conhecimentos e seus saberes, estaremos cumprindo nosso tributo, pois como
disse o mestre Paulo Freire, ele viveria naqueles que continuassem ajudando o povo a
enxergar as feras e a realidade.
Paulo Freire sintetiza o verdadeiro lutador do povo brasileiro, que jamais sucumbiu,
que jamais se deixou levar pelos interesses dos poderosos, e esteve sempre ao lado dos
pobres e oprimidos.
Desejamos que os princípios do mestre Paulo Freire nos permitam seguir lutando e
confiando na educação como um dos instrumentos de libertação do ser humano.
Aproveitamos a oportunidade para agradecer a solidariedade do Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que gentilmente nos cedeu os direitos deste
caderno.
Estamos certos de que um novo mundo é possível a partir da solidariedade entre
as pessoas.
Por uma educação pública de qualidade!
Educação não é mercadoria!
Paulo Freire Vive!
Oswaldo de Oliveira Santos Junior
Diretor de Imprensa – Sinpro ABC
Outubro de 2003
Apresentação
“De tudo ficaram três coisas: a certeza de que estava
sempre começando, a certeza de que era preciso
continuar e a certeza de que seria interrompido antes
de terminar. Fazer da interrupção um caminho novo,
fazer da queda um passo de dança, do medo, uma
escada, do sonho, uma ponte, da procura, um
encontro”. (Fernando Pessoa)
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Paulo Reglus Neves Freire nasceu no dia 19 de setembro de 1921 em Recife,
Pernambuco, no bairro Casa Amarela, estrada do Encantamento. Filho de Joaquim
Temístocles Freire, riograndense do norte e sargento do Exército, e de Edeltrudes
Neves Freire, dona de casa, bordadeira e pernambucana. Uma família de classe média
que aos poucos foi vendo chegar a pobreza, especialmente a partir da crise de 1929.
Paulo Freire aprendeu a ler e a escrever com os pais, à sombra das árvores do
quintal da casa em que nasceu. Sua alfabetização partiu de suas próprias palavras de
infância, de sua prática, de sua experiência, fato que certamente influenciou seu
trabalho de alfabetizador anos depois. Quando foi para a escola, sua primeira
professora o encontrou alfabetizado, fazendo cópias e “lendo direitinho”.
Freire viveu uma infância feliz, mas conheceu muito cedo, como
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