Perigo versus Risco

Perigo é uma condição ou atividade que pode causar lesões potenciais às pessoas, danos ao equipamento ou estruturas, perda de material ou redução da habilidade de desempenhar uma determinada função.

A consequência de um perigo é o seu resultado potencial, caracterizado como risco. Como exemplo, tomaremos um vento cruzado de 15 nós num determinado aeródromo. O vento é considerado um perigo, que pode resultar no risco de o piloto não conseguir controlar a aeronave durante a decolagem ou o pouso. Portanto, perigo envolve uma situação perigosa, que tem como consequência um risco, que pode ou não acontecer. Na realidade, o risco é um subproduto do desenvolvimento das operações, ou seja, convivemos com perigos e riscos diariamente, que estão ainda mais presentes em operações aeronáuticas, embora a equipe de Safety e Segurança de Voo das companhias aéreas invistam em treinamentos severos para que o perigo seja controlado e/ ou mitigado, para que o risco efetivo não aconteça, e o voo seja operado dentro da margem de segurança fixada pela empresa, uma vez que nem todos os perigos podem ser eliminados, bem como nem todas as medidas imagináveis de mitigação desses perigos são economicamente alcançáveis.

Podemos citar como exemplo de ação perigosa foi uma situação ocorrida em 08 de setembro de 2009, quando um helicóptero do governo do estado do Rio Grande do Norte pousou em uma área não autorizada para tanto. A ação do piloto de pousar sem autorização caracteriza um perigo, que, como consequência, pode ter desencadeado danos a outras aeronaves que se encontravam no local, segundo o Relatório de Perigo aplicado ao piloto (Anexo 1).

O CENIPA possui um documento que contém o relato de fatos perigosos ou potencialmente perigosos para a atividade aérea e que permite à autoridade competente o conhecimento dessas situações, com a finalidade da adoção das medidas corretivas adequadas. Esse documento é regulado pela NSMA 3-3, intitulado “Prevenção de Acidentes e de Incidentes Aeronáuticos”.