Pivo Central
Ensaios: Pivo Central. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: luiz509 • 29/3/2014 • 2.853 Palavras (12 Páginas) • 401 Visualizações
1 INTRODUÇÃO
Num passado não muito distante, irrigação era sinônimo de trabalho humano intenso. Desde a pré-história o homem vem desviando ribeirões para irrigar suas plantações, o que envolve a construção de canais, represas e diques. Nos tempos modernos, vieram os sistemas de irrigação convencionais por sulco, que também envolviam quantidades elevadas de tempo e energia, seja para levar a água até o campo ou para abrir novas áreas e fechar as linhas que não necessitavam de mais água, sem contar na constante preocupação com erosão.
O desenvolvimento de sifões nos anos 40 estimulou a substituição nos sistemas de irrigação por sulcos, porém o manejo de conjuntos de tubulações rígidas era um tanto incômodo e pouco prática. Mais recentemente, o desenvolvimento de tubulações de engate rápido promoveu uma redução significativa no trabalho que envolvia o manejo do sistema.
A tecnologia de irrigação por aspersão veio sendo criada desde a II Guerra Mundial, com a invenção dos aspersores rotativos e da disponibilidade de tubos de alumínio, razoavelmente baratos. Nos primeiros sistemas, os tubos de alumínio eram conectados e os aspersores eram mantidos acima da cultura por tubos de elevação. Mas esse sistema ainda exigia grande demanda de trabalho, pois após a aplicação da água em uma linha, esta tinha que ser desmontada, movida e remontada na próxima linha a irrigar. Algumas mudanças foram feitas para melhorar o sistema, como bombear a água por uma linha principal onde eram conectadas tubulações formando linhas laterais que podiam ser desconectadas, movidas e remontadas mais adiante. A vantagem deste sistema é que o transporte da tubulação pode ser feita por uma carreta e um trator, reduzindo ainda mais a demanda de mão-de-obra.
Entretanto, por volta de 1950, aparece no Estado de Nebrasca (EUA) o primeiro sistema de pivô central, inventado por FrankZybach. Este sistema foi patenteado em 1952 e sua produção em série começou um ano depois. (Figura 1 conforme anexo).
O sistema de pivô-central permitiu a automação de todo o processo. Os primeiros sistemas foram projetados para ajustar-se ao terreno devido à capacidade da tubulação de fletir entre as torres. O desenvolvimento de juntas flexíveis, colocadas em cada torre, permitiu ao sistema adequar-se melhor a várias condições de terreno. Sistemas que controlavam automaticamente a aplicação de água, através de válvulas programadas eletronicamente, foram instalados no leste do Colorado no fim dos anos sessenta.
Outras vantagens desse sistema foram sendo descobertas, como: a possibilidade de aplicação da lâmina d’água lenta e freqüentemente, na intensidade de aplicação desejada, o que representa uma grande vantagem quando se pensa em solos arenosos ou mesmo argilosos; e a pequena demanda de mão-de-obra na operação do sistema. Porém algumas dificuldades também foram aparecendo, como: o alto custo de implantação do sistema; e o fato de o sistema cobrir áreas circulares, deixando sempre vértices ou cantos entre os pivôs sem cobertura.
No Brasil, cujo modelo econômico sempre baseou-se na exportação de matérias-primas e importação de tecnologias, somente na década de 80 houve um aumento significativo na área irrigada por sistemas de pivô-central. O melhor exemplo para este caso é o do município de Guaíra - SP, que contava, na safra 80/81, com menos de 20 equipamentos e, na safra 90/91, apresentava em torno de 205 pivôs. OLITTA (1990) confirmou este crescimento através de dados da ABIMAQ/SINDIMAQ, mostrando que, entre 1982 e 1989, foram comercializados no Brasil, em torno de 3000 pivôs.
A fácil aceitação e a alta demanda do mercado, por essa técnica fizeram com que a maioria dos fabricantes nacionais de equipamentos de irrigação adquirisse no exterior, sobretudo nos EUA, projetos completos desse equipamento. Desta forma, o sistema de pivô-central é um dos métodos de irrigação automatizado mais utilizado na atualidade em todo o mundo. A descrição de todo o sistema, assim como as principais características dos principais sistemas de pivô-central serão abordados na presente publicação.
2 DESCRIÇÃO DO SISTEMA
A Figura 1 apresenta um esquema da instalação em campo de um sistema de pivô central, enquanto que a Figura 2 mostra um esquema de da vista lateral deste sistema, salientando as suas principais partes.
As seguintes partes deste sistema serão caracterizadas adiante: torre central, caixa de controle, anel coletor, tubulação de distribuição, torres móveis, conjunto moto-redutor, junta flexível, lance final em balanço e canhão final.
Figura1: Esquema da instalação de um pivô central em campo.
Figura2:Esquema lateral de um pivô central.
2.1 PIVÔ CENTRAL OU TORRE CENTRAL FIXA
A torre central fixa está localizada no centro da área circular irrigada e é onde toda estrutura móvel está ancorada. Sua forma é piramidal de base quadrada, sendo a sua estrutura construída normalmente de aço zincado.
Esta estrutura é submetida a esforços consideráveis no momento em que a lateral executa o movimento circular juntamente com o bombeamento da água através da tubulação. Portanto, é necessário que a torre central seja instalada sobre uma base de concreto armado. A área desta base de concreto armado é de aproximadamente 3,0 x 3,0 m e o volume do bloco de 9,0 m 2 se a lateral é somente concretada à parte superior da torre.
Figura3: Torre central fixa.
2.2 CAIXA DE CONTROLE
É onde está localizado o comando central elétrico do sistema. Está montada na torre central, sendo construído em armário à prova de variações climáticas. Através de controles elétricos, mecânicos ou eletrônicos aí dispostos, é possível controlar o avanço e retrocesso do pivô, o tempo necessário para completar uma volta, injeção de fertilizantes e o sistema moto-bomba (Figura 4). A caixa ou painel de controle contem: chave geral, que permite ligar e desligar a conexão elétrica, a chave de partida, que possibilita ligar o pivô para frente ou em reversão, voltímetro, horímetro, e o relê percentual, que determina a velocidade do sistema.
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