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Artigos Científicos: Poderosas Ferramentas De Aprendizado. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: Monickemorais • 11/9/2014 • 2.318 Palavras (10 Páginas) • 295 Visualizações
Temas da Cultura Portuguesa 2009/2010
Identidade Portuguesa – Alma majestosa Vs Lágrimas Nacionais
Fernando Pessoa, uma das figuras literárias mais importantes, tinha como uma das suas maiores inquietações o desejo de entender Portugal. Na obra intitulada de “Mensagem”, o poeta revê toda a história da pátria na tentativa de entender o futuro. Assim, mergulha mentalmente no túnel do tempo. O poeta, através da saudade, traz o passado ao presente, resgatando, deste modo, a verdadeira identidade portuguesa. A crise que Pessoa assistia revoltado e que se tem arrastado até hoje, faz com que a gente vá até à raiz da Nação, à origem, para conseguirmos detectar os problemas que provocaram o estado deteriorado do nosso país. Daí ser urgente colocar os nossos olhos no passado, fazermos uma certa retrospectiva. E a Mensagem torna isso possível. Então, é essencial a interrogação sobre quem somos, nós que ora partimos para a aventura sem nada temer, alimentados por uma sede surpreendente da Verdade, ora descemos tão baixo ao ponto de perdermos tudo o que nos carimbava de povo lusitano, a raça, a liberdade cultural, derrubando assim toda a grandeza humana deixada pelos nossos antepassados. Porque trocamos toda a luta para chegar aos “beijos merecidos da Verdade” pelas recompensas materiais, pelo afastamento de qualquer ambição? Recuando à era da expansão marítima, em todo o português corajoso havia uma espécie de invasão de algo fenomenal
que impedia qualquer retrocesso, eles
Diana Isabel Pereira Mendes
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Turma 2
nº 33758
Temas da Cultura Portuguesa 2009/2010
mergulhavam na descoberta de novos horizontes. Aqui, a História teve sempre a tendência de dizer que os portugueses não tinham qualquer conhecimento sobre os locais para onde se dirigiam, literalmente pousavam a sua vista na distância que desconheciam. Mas, sobre isto, haverá decerto muitas lacunas, as quais não dizem respeito ao presente estudo. O autor da obra em análise, recusa veementemente que a essência do povo lusitano se tenha perdido de vez. Ainda há esperança, segundo este poeta que valoriza o patriotismo. Ele tem a consciência que Portugal andou perdido, é como se suas forças tivessem esgotado logo após um período fértil recheado de inúmeras vitórias, as quais foram suficientes para a nossa Nação ser considerada como a grandiosa, a capaz de enfrentar todos os medos e terríveis obstáculos. Pois a vontade era superior a tudo, a alma era surpreendentemente majestosa. O carácter português era mais forte na época dos descobrimentos, onde nos vencíamos a nós próprios, onde concretizamos os nossos anseios mais secretos, mas após a morte de D. Sebastião tudo isto se desvaneceu. O importante a reter é que o objectivo da Mensagem é sobretudo a ideia de que a grandeza está na alma, e foi esta que levou à série de acontecimentos que contribuíram para elevar e destacar a História nacional. E
é a mesma que falta para que a nossa nação se erga. Pessoa no momento da escrita, vivia um Portugal triste, decadente, e como bom português que era, de alto sentido patriótico queria ver se com esta colectânea conseguia despertar todo o povo, se o mesmo conseguiria reencontrar na interioridade do “eu” a vontade de ir mais além. É claramente necessário fazer-se ouvir a voz da cultura portuguesa, senão corre o risco de se desmoronar por completo. Toda a cultura é sujeita a altos e baixos, numa hora poderá atingir o seu auge, e noutra tropeçar na Vida. Assim se tem passado com a cultura portuguesa. No século XV pode-se dizer que a nossa Pátria conquistou o Mundo, com as descobertas de lugares até então desconhecidos. Todo o processo das navegações portuguesas levou ao alcance do Conhecimento.
Diana Isabel Pereira Mendes
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Turma 2
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Temas da Cultura Portuguesa 2009/2010
O povo lusitano, foi um grande motor de evolução e um pilar do Mundo. É oportunidade para perguntar: porquê que Hoje Portugal não poderá voltar a ser esse forte sustentáculo? Porque o nosso país simplesmente esquece-se de ser, tem se refugiado num mundo apaziguado onde parece haver lugar apenas para recordar do que outrora fomos capazes. Neste “agora”, não há força, nem condições nenhumas para um recomeço. Só resta esperar que o tempo lave tudo quanto seja desgraça, para dar lugar a uma “tábua rasa”. É por isto, que Pessoa tem sempre em
conta o futuro, o império que há-de vir. Neste presente, o povo português, está demasiado ocupado com os seus lamentos e esperando por algum milagre. Sem dúvida nenhuma, que há uma separação visível entre o passado e a actualidade. Porque antes ainda podíamos nos orgulhar do espírito guerreiro, da audácia que transbordava em todas as nossas células, das conquistas, da África, da descoberta da Índia, agora, estamos numa tristeza profunda onde essa coragem secou por completo e dá lugar a lágrimas nacionais por saudade de um passado glorioso. E assim ficamos, enclausurados à memória, na plena inactividade. Assim pergunto, afinal o que é ser português? É ter uns meros e instantes momentos de auge, onde conseguimos as maiores conquistas para depois deixarmos de sonhar, de confiar na nossa capacidade? Afinal não atingimos nada, foi apenas uma grande subida que deu lugar a uma ridícula queda de um povo que de engenho parece não ter nada. O nosso grande defeito sempre foi largar as “armas” quando sabíamos que tínhamos ganho a “guerra”. Quem é que nos garantiu que o inimigo não poderá estar camuflado e mesmo atrás de nós pronto a actuar? É necessário ser cauteloso, ainda mais quando se trata da nossa Pátria. Deixando agora de metáforas, depois de nascida a Identidade Portuguesa, não há espaço para uma atitude de conformação com o que se tem. Recordo aos portugueses, a nossa “miserável condição humana”, em nenhum momento por mais que seja o
cansaço, poderemos deixar de procurar mais e melhor.
Diana Isabel Pereira Mendes
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