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Por que é tão difícil ensinar todos os alunos?

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Por:   •  25/9/2014  •  Projeto de pesquisa  •  6.094 Palavras (25 Páginas)  •  472 Visualizações

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I Introdução

1.1 Por que é tão difícil alfabetizar todos os alunos?

Em 1997, Guimoar Namo de Mello denunciava: “a taxa de repetência da 1ª série, por exemplo, tem se mantido acima dos 50% desde 1931” 9p.52). No mesmo texto esta autora nos indica que, 50% dos alunos matriculados nas séries iniciais do Ensino Fundamental em escolas públicas brasileiras, até o início da década passada, repetiam reiteradas vezes, demonstrando assim os inadmissíveis índices do fracasso escolar com os quais convivemos por um longo período. O destino do aluno, então – retido na série, aprovado, ou encaminhado para “classes especiais” – ficava sempre à mercê de critérios e procedimentos determinados pelo professor, que julgava e registrava sua sentença em impressos burocráticos próprios. Desta forma, a tendência era conceber a avaliação como o processo de julgamento do desempenho do aluno, pelo professor que declarava seu veredicto pelo sucesso ou fracasso do educando.

A falta de explicação parra as causas do fracasso da escola em alfabetizar todos os alunos faz com que esta responsabilidade seja a eles atribuída – à sua suposta incapacidade de aprender ou às condições de vida, consolidando a crença de que a possibilidade de indivíduos aprenderem tem direta relação com sua condição econômica, social e cultural. Na década de 60, a discussão das idéias sobre alfabetização foi levada para dentro de um debate mais amplo, em torno da questão do fracasso escolar. São desse período as “teorias do déficit”. Suponha-se que a aprendizagem dependia de pré requisitos e que certas crianças fracassavam por não dispor de algumas habilidades prévias. Dentre os vários exercícios de estimulação que foram criados, estavam os exercícios de caligrafia. Apesar de um grande trabalho iniciado na década de 70, que desencadeou várias mudanças, ainda convivemos com uma concepção empiristas que valorizam esses pré requisitos para a alfabetização.

Enquanto crianças oriundas de famílias que fazem uso sistemático da escrita e da leitura passam a primeira infância convivendo com situações de uso da língua, as crianças provadas destas experiências aprendem procedimentos relativos á sobrevivência. Resumindo, algumas crianças não aprendem a ler e escrever aos seis ou sete anos de idade pelo mesmo motivo eu as outras não aprendem a viver sem respaldo familiar.

Quando a escola não valoriza esta diversidade de saberes, fruto de experiências anteriores, faz com que as crianças se sintam entrando em mundo estranho e hostil.

Levar em conta e valorizar as diferenças de repertório é se comprometer de forma efetiva com o aprendizado dos alunos que não têm quase nenhum contato com a “cultura letrada”, pois são eles que dependem da escola para ter acesso a esse conhecimento.

Hoje sabemos que o processo pelo qual se aprende a ler e escrever é o mesmo em linhas gerais, para indivíduos de diferentes classes sociais, a diferença reside nas experiências prévias destes alunos com práticas sociais de leitura, e de procedimentos de análise da língua escrita por parte de quem aprende. “Por trás da mão que escreve e do olho que vê, existe um ser humano que pensa e, que por isso, se alfabetiza”. (Emília Ferreiro).

Dentro de uma proposta construtivista para se alfabetizar, é necessário que o aprendiz pense, reflita, raciocine e erre para poder acertar; que estabeleça relações e faç deduções, entende-se que se aprende a ler, lendo, e a escrever, escrevendo. Portanto, a aprendizagem é considerada resultado da ação/reflexão do aprendiz sobre o que é objeto de seu conhecimento, isto é, sobre a língua.

1.2 Justificativa

Desenvolver a alfabetização com a perspectiva do letramento só será possível dentro das escolas na medida em que as práticas pedagógicas representem de fato esta concepção de alfabetização, pois acredito em um projeto pedagógico eficaz só o é se este se revelar em práticas pedagógicas contextualizadas.

É evidente que as escolas têm demonstrado um avanço em suas reflexões em função de análises de desempenho dos alunos com avaliações externas e internas e com os programas de formação oferecidos aos professores de ciclo I, mas ainda há muito a ser feito.

Otimizar os espaços de aprendizagem da leitura e escrita na sala de aula e o trabalho com projetos didáticos que coloquem os textos reais, com seus usos sociais reais ainda é uma preocupação. Sendo assim, há um grande investimento numa conscientização da importância do trabalho coletivo em que os pares troquem saberes em função da formação de alunos leitores e produtores de textos desde o início da escolarização, valorizando assim o desenvolvimento do letramento, ou seja, de uma cultura letrada.

Esse trabalho propõe identificar, e descrever publicações que relatem sobre o tema, divulgadas sob a forma de dissertações, teses, artigos de periódicos e livros e construir um reflexão com os resumos dos respectivos documentos selecionados.

1.3 Objetivo geral

Desenvolver a reflexão em torno da problemática do Letramento e da Alfabetização, analisando através de uma pesquisa bibliográfica, os caminhos existentes e as possibilidades de integrar teoria e prática.

1.4 Objetivo específico

Pensar o processo de alfabetização e letramento á luz das contribuições teóricas/metodológicas que potencializarão um fio condutor para um trabalho alternativo em sala de aula que permitirá a constituição de sujeitos leitores e produtores na escola e fora dela.

1.5 Metodologia

O trabalho realizado tem características de uma pesquisa bibliográfica sobre o tema: Alfabetização e letramento. A leitura exploratória foi realizada em algumas referências bibliográficas que apresentavam artigos que foram classificados segundo o tema abordado. Em seguida, o tema foi classificado em subtemas.

6.1 Fracasso da Alfabetização

Desde os tempos do Brasil Colônia, e até muito recentemente, o problema que enfrentávamos em relação à cultura escrita era o analfabetismo,

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