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Presença Portuguesa nos Estados Mwenemutapa

Por:   •  14/4/2019  •  Relatório de pesquisa  •  1.687 Palavras (7 Páginas)  •  1.595 Visualizações

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Índice

1.        Introdução        1

2.        Estados de Mwenemutapa        2

2.1.        Origem        2

2.2.        As actividades econômicas        2

2.3.        Organização político-administrativa        3

2.4.        Ideologia        3

3.        A presença portuguesa no Estado dos Mwenemutapas        4

3.1.        Período do ouro (1505-1693)        4

3.2.         Consequências do Ciclo do ouro        5

3.3.         Causas da decadência do Império de Mwenemutapa        5

4.        Conclusão        6

5. Referências bibliográficas        7


  1. Introdução

Mwene significa “chefe” e Mutapa significa “terra conquistada”. O Mutapa era chefe das terras conquistadas ou objecto conquistado, queremos desta forma introduzir o tema que diz respeito aos estados de Mwenemutapa, onde falaremos da sua origem, das suas actividades econômicas, da sua organização político-administrativa, da sua estrutura sócio-economicas, da sua ideologia, e de vários aspectos incluindo a sua decadência.

Este presente trabalho tem como objectivo abordar acerca dos Estados Mwenemutapa, sem deixar de lado, a sua origem, as actividades económicas que lá predominavam, a estrutura socioeconómica, a organização político-administrativa, as ideologias. E também falar-se-á do Ciclo do ouro, tendo em conta as consequências e as causas da decadência dos Mwenemutapa.


  1. Estados de Mwenemutapa

Quando o reino de Zimbabwe estava em queda, começou a emerger-se no império de Mutapa, este estado foi formado pelo Rei Mutola entre 1440 e 1450 e chegado o Kalahari até o inicio do reino Zambeze ao Limpopo. A sociedade Mutapa era dividida em classes e na economia previlegiou-se o comercio do ouro. Este estado era por isso, muito rico e cobiçado pelo estrangeiro.

  1. Origem

O grande Zimbabwe foi abandonado pela maior parte dos seus habitantes, um deles foi o membro desistente da dinastia do grande Zimbabwe, chamado Nhantsimba Mutota.

Mutota das grandes tribos chona e do clã  Rozwí, juntamente com os seus guerreiros e familiares, fixaram-se e ocuparam a região de Dande, Vale do Zambeze. Esta ocupação ocorreu em 1440 à 1450 e ai formam um novo Reino, mas corretamente entre os reinos Mazoe e Luia. O império Mutapa era uma aliança das tribos chona, que agrupará a volta de Mutapa, o chefe da tribo Rozwí.

O núcleo dirigente do grupo invasor que deu origem a essa dinastia constitui-se desde o inicio em aristocracia dominante, dominando as populações existentes no local.

  1. As actividades econômicas

Para o consumo interno, a actividade produtiva básica das comunidades rurais Mwenemutapa era agricultura. Os principais cereais cultivados eram a Mapira, Mexoeira e Naxenim (eleusine). Ao longo dos rios e, sobretudo, na zona costeira em solos aluvionares, cultiva-se também o arroz. Para a actividade agrícola, o principal instrumento de trabalho era a pequena enxada de cabo curto e a agricultura praticava-se sobre queimadas. A pecuária, a pesca e a caça, bom com as actividades artesanais, surgiram como complementares da agricultura.

De acordo com os relatos da época, o império Mwenemutapa era muito rico em ouro. Para o consumo externo, o ouro era o material mais colhido. Nesse sentido desenvolvia-se as actividades de mineração e comercio de materiais preciosos. O trabalho nas minas parecia mais vezes como uma importação do exterior da arestocracia dominante ou dos comerciantes estrangeiros. Era um trabalho perigoso executado, essencialmente pelas crianças e pelas mulheres, dando ter corpos mais pequenos para encontrar ouro nas galerias de minas.

No estado de Mwenemutapa havia claramente a restocracia dominante e as comunidades rurais dominadas. A restocracia dominante era composta por Mwenemutapa, seus familiares, pelos mambos dos reinos vizinhos e a sua administração direta. As grandes comunidades rurais de todos os estados que compunham o grande império do Mutapa, eram compostas pelos agricultores, pastores, trabalhadores de ferro e mineiros. Na classe dominante, sobretudo o Mutapa e seus mambos eram ricos. Viviam dos tributos das populações e do comercio externo sobretudo do ouro.

Cada comunidade aldeã tinha a obrigação de entregar ao estado de Mutapa o equivalente a produção de 7 dias de trabalho mês. Havia ainda uma taxa importante, a curva. A curva era geralmente paga pelos estrangeiros e consistia no pagamento em tecidos.

  1. Organização político-administrativa

A estrutura administrativa no império de Mutapa servia para manter a autoridade no interior do estado.

O chefe Máximo designado por Mambo. Era o soberano representante supremo de todas comunidades em cuja administração era apoiada por um corpo de funcionários espalhados pelo vasto estado. Esta estrutura contava com três mulheres do soberano e com funcionários da corte-mutames ou infices.

O território estava dividido em unidades que podem designar-se por províncias, sob chefia de um fumo ou encosse. Estas províncias integravam por sua vez um conjunto de comunidades ou musha, a frente das quais se encontravam um mukuru ou muenemusha. Os Fumos ou Encosses, para além de administrarem o seu território econômico e politicamente, eram obrigados, em cada ano, a reacender os fogos reais na chama original, como símbolo de fidelidade ao soberano Mutapa. Isto é, uma vez furando o soberano Mutapa dava ordens aos chefes territoriais para apagarem os seus fogos reais e rumarem imediatamente para o seu palácio a fim de reacendê-los.

Para além desta obrigação, os chefes territoriais à todos os níveis (chefes ao nível da província e ao nível das aldeias), controlavam a produção o processo de numeração, bem como o de pagamento de tributos.

O instrumento de controle político mais corrente era a tribo cobrado pelos imperadores Mutapa. A tribo podia ser cobrada em bens (produtos agrícolas, peles de leão e de leopardo, penas de avestruz, caça de pequeno e grande porte, etc) ou em trabalho. Os chefes territoriais, oficiais, soldados e demais chefes vassalos tinham também a responsabilidade de cobrança de impostos.

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