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Primeiros Socorros

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Por:   •  15/9/2014  •  8.956 Palavras (36 Páginas)  •  3.973 Visualizações

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Lição 1

O SISTEMA DE EMERGÊNCIAS MÉDICAS E O SOCORRISTA

OBJETIVOS:

Ao final da lição os participantes serão capazes de:

1. Descrever o funcionamento do Sistema de Emergência Médica local;

2. Listar 3 características e 3 deveres de um socorrista;

3. Enumerar os principais equipamentos utilizados no socorro pré-hospitalar.

SISTEMA DE EMERGÊNCIAS MÉDICAS (SEM)

Também conhecido por Sistema de Atendimento Pré-Hospitalar é definido como a cadeia de recursos e serviços organizados para prestar assistência continuada às vítimas, desde o local onde se iniciou a emergência até a chegada no ambiente hospitalar.

ORGANOGRAMA DO SISTEMA DE EMERGÊNCIAS MÉDICAS (SEM)

O SOCORRISTA

Socorrista é a pessoa tecnicamente capacitada e habilitada para, com segurança, avaliar e identificar problemas que comprometam a vida. Cabe ao socorrista prestar o adequado socorro pré-hospitalar e o transporte do paciente sem agravar as lesões já existentes.

DEVERES DO SOCORRISTA

1. Garantir a sua própria segurança e a do paciente no local da emergência, em caso de acidente, sinalizar a área;

2. Usar equipamentos de proteção individual (EPI);

3. Buscar acesso seguro até a vítima, adotar todas as medidas ao seu alcance para evitar uma piora das condições no local;

4. Proporcionar o atendimento pré-hospitalar de imediato, tratar e estabilizar a vítima;

5. Assegurar-se que qualquer ajuda especializada seja solicitada no local ( polícia, Cia de eletricidade, etc.). Obter, em caso de necessidade, a ajuda de outras pessoas no local de forma controlada e supervisionada;

6. Movimentar a vítima sem causar danos adicionais. Manipular e transportar de forma segura monitorando constantemente a vítima;

7. Conduzir a vítima para um ambiente hospitalar adequado;

8. Preencher adequadamente o relatório de atendimento.

DIREITOS DO PACIENTE

• Solicitar e receber socorro médico de urgência;

• Exigir sigilo sobre suas condições ou o tratamento recebido ( a violação desse direito poderá prejudicar uma vítima. Um exemplo ainda comum é a perda do trabalho ou a discriminação de seus pares e superiores ao tornar-se público que uma pessoa é portadora do vírus HIV);

• Denunciar a quem não lhe prestou socorro e a quem violou o sigilo de sua condição;

• Recusar o atendimento pré-hospitalar oferecido pelo socorrista (lembrar que nesses casos faz-se necessário o preenchimento de um formulário padrão de recusa de atendimento que deverá ser assinado pela vítima e mais duas testemunhas, para fins de isenção de responsabilidade por parte do socorrista e de sua organização);

CARACTERÍSTICAS PESSOAIS DE UM SOCORRISTA

1. Responsabilidade;

2. Sociabilidade;

3. Honestidade;

4. Disciplina;

5. Estabilidade emocional;

6. Boa condição física;

7. Apresentação adequada à atividade ( bom aspecto pessoal, uniformizado, asseado ) .

Equipamentos básicos utilizados no socorro pré-hospitalar

Maleta Bandagens triangulares

Gaze Fita adesiva

Tesoura Cobertores

Lençóis Almofadas

Oxigênio e acessórios Prancha longa

Colar cervical Lanterna

Esfigmomanômetro Estetoscópio

Solução fisiológica Cânulas orofaríngeas

Kit de parto Carvão ativado

Papel alumínio Talas de imobilização

Lição 2

A OCORRÊNCIA

OBJETIVOS:

Ao final desta lição os participantes serão capazes de:

1. Citar as três perguntas que o socorrista deverá responder ao avaliar a ocorrência ( Os passos para avaliar).

2. Enumerar os dados a relatar após avaliada a cena de emergência.

3. Citar cinco ferramentas básicas para se conseguir acesso até uma vítima.

4. Descrever duas maneiras de se obter acesso a uma vítima.

5. Conceituar EPI e citar 3 deles.

A OCORRÊNCIA

A ocorrência emergencial (incidente) pode ser definida como um evento causado pelo homem ou por um fenômeno natural, que pode colocar em risco a integridade de pessoas, bens ou da natureza e requer ações imediatas de emergência para prevenir ou diminuir a perda de vidas humanas, danos à propriedade ou ao meio ambiente.

ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR

O atendimento pré-hospitalar (APH) é a prestação de suporte básico ou avançado à vida, dado a vítima de acidente ou doença, executado por pessoal habilitado, desde o local do acidente até seu transporte ao recurso hospitalar adequado, garantindo-lhe a estabilidade das atividades vitais.

CHAMADA DE EMERGÊNCIA

Principais dados a solicitar

• Nome do solicitante,

• Endereço da ocorrência,

• Dia e hora da ocorrência,

• Estado do tempo,

• Tipo de emergência,

• Número de vítimas,

• Riscos potenciais,

• Organismos já acionados,

• Necessidade de apoio especializado.

TIPOS DE ACIDENTES/OCORRÊNCIAS:

• Acidentes de trânsito;

• Incêndios;

• Acidentes aquáticos;

• Emergências médicas;

• Acidentes com produtos perigosos;

• Desabamentos/desmoronamentos;

• Acidentes com materiais energizados

RECONHECIMENTO/AVALIAÇÃO DO LOCAL:

Reconhecimento da situação, realizado pelo socorrista no momento em que chega no local da emergência. O reconhecimento é necessário para que o socorrista possa avaliar a situação inicial, decidir o que fazer e como fazer.

PASSOS PARA AVALIAR O LOCAL

Existem 3 perguntas que o socorrista deve responder quando avalia o local de uma ocorrência; são elas:

1. Qual é a situação? (Estado atual)

2. Até onde pode ir? (Potencial/Riscos)

3. O que farei e como farei para controlá-la? (Operações e recursos)

INFORMES DO SOCORRISTA

Após avaliar o local, o socorrista deverá informar à Central de Comunicações os seguintes dados:

1. Confirmação do endereço do acidente (local exato);

2. Tipo/natureza da ocorrência;

3. Número de vítimas e suas condições;

4. Necessidades de recursos adicionais.

PRIORIDADES PARA ASSEGURAR A CENA (Como manter o local seguro)

Enumerar as prioridades para manter seguro o local de uma ocorrência.

• Estacionar adequadamente o veículo de emergência,

• Sinalizar e isolar o local,

• Eliminar os riscos (desconectar baterias, fechar registros de gás, etc.)

Como estacionar de forma segura numa cena de emergência:

FORMAS BÁSICAS PARA OBTENÇÃO DE ACESSO À VÍTIMA

Ferramentas Básicas:

• Alicates (simples, isolado, tipo corta-fio)

• Martelos (de orelha, simples, marreta, etc.)

• Machados (cabeça chata, picareta, etc.)

• Serra para metais

• Serrote

• Jogo de chaves (de boca, tipo phillips, de fenda)

• Canivete

• Corta-frio

• Alavancas (tipo pé de cabra, em “S”, etc.)

• Material de sapa (enxadas, pás, picaretas, etc.)

FORMAS E ACESSO A UMA EDIFICAÇÃO

• Portas

• Janelas

FORMAS DE ACESSO A VEÍCULOS

• Portas

• Janelas

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO PESSOAL

EPIs são equipamentos destinados à proteção da integridade física do socorrista, durante a realização de atividades onde possam existir riscos potenciais à sua pessoa.

EPIs básicos:

• Luvas descartáveis,

• Máscaras ou protetores faciais,

• Óculos de proteção,

• Coletes de socorrista (opcional),

• Aventais (opcional),

• Capacetes (opcional).

Materiais básicos utilizados pelos socorristas:

• Tesouras de ponta romba (para cortar roupa),

• Mascara de bolso para RCP,

• Luvas de látex descartáveis,

• Lanterna pupilar,

• Relógio,

• Bloco de anotações com lápis ou caneta.

Lição 3

O CORPO HUMANO

OBJETIVOS:

Ao final desta lição os participantes serão capazes de:

1. Explicar o conceito de posição anatômica.

2. Citar a localização de uma lesão utilizando referências anatômicas.

3. Assinalar em um modelo, as 5 divisões do corpo humano.

4. Enumerar as cavidades corporais e citar os principais órgãos de cada uma.

1. ANATOMIA TOPOGRÁFICA

POSIÇÃO ANATÔMICA:

O corpo humano deverá estar na posição ereta, de frente para o observador, braços estendidos ao longo do corpo e as palmas das mãos voltadas para frente.

2. REFERÊNCIAS CONVENCIONAIS

Planos anatômicos:

 Plano mediano: divide o corpo humano em duas metades, a direita e a esquerda;

 Plano transversal: divide o corpo humano também em duas metades, uma superior e uma inferior;

 Plano frontal: divide o corpo humano em duas metades, a metade anterior e a metade posterior.

3. DIVISÕES DO CORPO HUMANO (SEGMENTOS)

Para efeito deste curso, dividiremos o corpo humano em 5 diferentes segmentos:

• Cabeça - Crânio

- Face (mandíbula)

• Pescoço

• Tronco - Tórax

- Abdômen

- Pelve

• Extremidades ou Articulação do ombro

Membros superiores Braço

Cúbito (cotovelo)

Antebraço

Carpo (punho)

Mão e dedos

• Extremidades ou Articulação do quadril

Membros inferiores Coxa

Joelho

Perna

Tornozelo

4. CAVIDADES CORPORAIS

a) Craniana

Lição 4

DOENÇAS INFECTO-CONTAGIOSAS E MEDIDAS DE PROTEÇÃO

OBJETIVOS:

Ao final desta lição os participantes serão capazes de:

1. Definir o termo “ doenças infecto-contagiosas”;

2. Descrever os principais meios de transmissão das doenças infecto-contagiosas;

3. Enumerar as principais medidas para evitar contágios.

DOENÇAS INFECTO-CONTAGIOSAS

São enfermidades causadas por microorganismos (bactérias, vírus ou parasitas) que são transmitidas a outra pessoa através da água, alimentos, ar, sangue, fezes, fluídos corporais (saliva, muco ou vômito) ou ainda pela picada de insetos transmissores de doenças.

As infecções podem ser causadas por microorganismos chamados vírus (que causam doenças como resfriados, gripes, hepatite, HIV) e bactérias (que causam inflamações na garganta, intoxicação alimentar, DST – gonorréia, febre reumática, tuberculose). Esses microorganismos também são chamados de patogênicos podem estar presentes nos fluídos corporais como sangue, sêmen, secreções das vias aéreas e oral, tais como tosse, espirros, coriza, saliva e até na respiração próxima ao rosto de alguém.

As doenças infecto-contagiosas mais comuns são:

HIV e Hepatite (transmitidos pelo sangue) e Tuberculose e Meningite (transmitidas pelas vias aéreas).

Outras: DST, Gripe, Sarampo, dengue, etc..

Infecção - Invasão do corpo ou de tecidos por um microorganismo que provoca doença. A infecção é direta.

Contaminação - Presença de microorganismos patogênicos em um objeto. A infecção é indireta.

Os meios de transmissão das enfermidades são:

• Pelas mãos até a boca, nariz, olhos ou feridas na pele;

• Por contato sexual;

• Por objetos ou roupas contaminadas, em contato com a boca, nariz, olhos ou ferimentos na pele;

• Por uso de agulhas contaminadas.

Sinais e Sintomas:

Algumas vítimas com doenças infecto-contagiosas não apresentam sinais ou sintomas evidentes ou observáveis. De qualquer forma, os sinais e sintomas mais freqüentes são:

• Febre;

• Sudorese;

• Alteração de coloração na pele;

• Cefaléia (dor de cabeça);

• Tosse e dificuldade respiratória;

• Diarréia.

• Mal estar geral.

Tratamento Pré-Hospitalar:

1. Manter a vítima em repouso;

2. Manter a temperatura corporal;

3. Prevenir o choque;

4. Transportar com constante monitoramento dos sinais vitais;

I. PRECAUÇÕES UNIVERSAIS:

1. A segurança individual do socorrista vem sempre em primeiro lugar;

2. Cumpra suas tarefas e seu trabalho de socorrista sem esquecer dos riscos potenciais presentes durante o atendimento;

3. As precauções universais são essenciais.

Rotinas de segurança do socorrista:

• Use sempre EPIs;

• Verifique diariamente as condições de funcionamento de seus materiais de trabalho;

• Antes e após cada atendimento, lave bem as mãos com água e sabão.

Ao assistir uma vítima, lembre-se:

• Evite o contato direto com fezes, urina, sangue ou fluídos corporais;

• Use sempre EPIs (luvas, óculos e máscaras de proteção);

• Usar máscara para RCP;

• Lave bem as mãos com água e sabão imediatamente após o atendimento.

Lição 5

AVALIAÇÃO GERAL DO PACIENTE

OBJETIVOS:

Ao final desta lição os participantes serão capazes de:

1. Citar as 5 fases da avaliação geral de um paciente;

2. Diferenciar a avaliação dirigida para trauma e a avaliação dirigida para emergência médica;

3. Enumerar 4 sinais vitais observados numa vítima;

4. Demonstrar, através de uma simulação, a seqüência correta dos passos da avaliação geral do paciente utilizados pelo socorrista durante a inspeção de um paciente.

INTRODUÇÃO

Numa situação de urgência/emergência, a vítima não poderá receber os cuidados adequados se seus problemas não forem corretamente identificados. Portanto, a avaliação do paciente deverá ser realizada pelos socorristas para identificar possíveis lesões (traumas) e doenças (emergências médicas) ou ambas.

Na área do socorro pré-hospitalar, o trabalho de avaliação deverá ser realizado de forma ágil, segura e meticulosa, através da coleta sistemática (passo a passo) de dados para determinar o estado de saúde do paciente, identificar quaisquer problemas efetivos ou potenciais e implementar as ações de socorro necessárias ao suporte básico de vida do mesmo. Esta avaliação deverá ser, sempre que possível, realizada em equipe, buscando primeiramente identificar e corrigir de imediato os problemas que ameaçam a vida a curto prazo.

AVALIAÇÃO GERAL DO PACIENTE

O processo de avaliação geral do paciente divide-se cinco fases distintas, a saber:

1. Avaliação Dimensionamento da Cena;

2. Avaliação Inicial;

3. Avaliação Dirigida;

4. Avaliação física detalhada (opcional); e

5. Avaliação ou assistência continuada.

1. AVALIAÇÃO/DIMENSIONAMENTO DA CENA

Todo atendimento deverá iniciar-se pelo dimensionamento (avaliação) da cena da emergência. Esta rápida avaliação do cenário da emergência inclui:

1) A revisão das informações do despacho;

2) A adoção de medidas de proteção pessoal (precauções universais);

3) A verificação das condições de segurança:

- Segurança pessoal;

- Segurança do paciente;

- Segurança de terceiros (familiares, acompanhantes, testemunhas e curiosos);

4) A observação dos mecanismos de trauma ou a natureza da doença;

5) A verificação do número de vítimas e da necessidade do acionamento de recursos adicionais.

Fontes rápidas de informação no local da cena

• A cena por si só;

• O paciente (se estiver consciente e em condições de responder);

• Familiares, testemunhas ou curiosos;

• Os mecanismos do trauma e a posição do paciente, qualquer deformidade maior ou lesão óbvia;

• Qualquer sinal ou sintoma indicativo de emergência médica.

Obs. Após avaliar a cena e identificar os perigos, o socorrista deverá iniciar o gerenciamento dos riscos presentes e o controle dos mesmos. Esta tarefa geralmente inclui medidas de sinalização do local, isolamento, estabilização de veículos, controle de tráfego, desligamento de cabos elétricos energizados, desligamento de motores automotivos, desativação de sistemas de air bags, remoção de vítimas em situação de risco iminente, entre outros.

2. AVALIAÇÃO INICIAL

A avaliação inicial do paciente é o próximo passo do socorrista após a avaliação do local da emergência. Podemos conceituá-la como sendo um processo ordenado para identificar e corrigir, de imediato, problemas que ameacem a vida a curto prazo.

A avaliação inicial deve ser executada na seguinte seqüência:

1. Forme uma impressão geral do paciente;

2. Avalie o nível de consciência (status mental - Escala AVDI);

3. Avalie a permeabilidade das vias aéreas e a coluna cervical;

4. Avalie a respiração;

5. Avalie a circulação (presença de pulso carotídeo palpável e hemorragias graves);

6. Decida a prioridade para o transporte do paciente (Escala CIPE).

APRESENTAÇÃO DO SOCORRISTA

• Diga seu ______________ ;

• Identifique-se como ______________ tecnicamente ___________________ ;

• Pergunte à vítima se você pode ajudá-la (pedido de ___________________ );

Durante a avaliação inicial, os problemas que ameaçam a vida, por ordem de importância são:

1. Vias aéreas = Estão abertas/permeáveis? Existe comprometimento da coluna cervical?

2. Respiração = A respiração está adequada?

3. Circulação = Existe pulso palpável? Existe algum sangramento grave? Existe sinais de estado de choque?

COMO REALIZAR A AVALIAÇÃO INICIAL

1. Observe visualmente a cena e forme uma impressão geral do paciente;

2. Avalie o nível de consciência do paciente (AVDI). Identifique-se como socorrista e solicite autorização para ajudar;

3. Avalie a permeabilidade das vias aéreas e estabilize manualmente a coluna cervical;

4. Avalie a respiração do paciente (usar a técnica do ver, ouvir e sentir – VOS);

5. Verifique a circulação do paciente (apalpar o pulso carotídeo) e verifique a presença de hemorragias graves;

6. Descida a prioridade para o transporte.

Obs. Ao término da avaliação inicial, o socorrista deverá classificar o paciente de acordo com a gravidade de suas lesões ou doença.

Essa classificação é baseada na escala CIPE:

• CRÍTICO

• INSTÁVEL

• POTENCIALMENTE INSTÁVEL

• ESTÁVEL

Os pacientes críticos ou instáveis devem ser transportados de imediato. Nesses casos, a avaliação dirigida e a avaliação física detalhada poderão ser realizadas durante o transporte para o hospital, no interior do veículo de emergência, simultaneamente com as medidas de suporte básico de vida. Já no caso dos pacientes potencialmente instáveis ou estáveis, o socorrista deverá continuar a avaliação na cena da emergência e transportar o paciente após sua estabilização. Recomendamos que o socorro pré-hospitalar (incluindo a avaliação, a estabilização e o início do transporte) seja realizado num prazo máximo de 3 a 5 minutos nos casos de pacientes graves (C e I) e, entre 10 a 12 minutos nos casos de pacientes estáveis (P e E), de forma a garantir o atendimento integral do paciente dentro da chamada hora de ouro do trauma (60 minutos).

Após decidir sobre a prioridade de transporte, a equipe de socorristas deverá realizar um rápido exame físico na região posterior e anterior do pescoço e, em seguida, mensurar e aplicar um colar cervical de tamanho apropriado para imobilizar a cabeça e o pescoço da vítima. Depois, os socorristas deverão avaliar a necessidade de ofertar oxigênio para o paciente. Para isto, deverão examinar o nariz, a boca e a mandíbula e através do emprego de uma máscara facial com reservatório de oxigênio (nonrebreather mask) iniciar a oxigenoterapia.

Para tratar os pacientes de emergência médica, os socorristas poderão utilizar os mesmos parâmetros recomendados nos casos de trauma, no entanto, não necessitam imobilizar a região cervical.

3. AVALIAÇÃO DIRIGIDA

Podemos conceituá-la como sendo um processo ordenado para obter informações, descobrir lesões ou problemas médicos que, se não tratados, poderão ameaçar a vida do paciente. A avaliação dirigida é realizada logo após o término da avaliação inicial e é dividida em três etapas distintas, são elas:

• Entrevista (paciente, familiares ou testemunhas);

• Aferição dos Sinais Vitais e

• Exame físico (limitado a uma lesão ou problema médico ou completo da cabeça aos pés).

Entrevista: Etapa da avaliação onde o socorrista conversa com o paciente buscando obter informações dele próprio, de familiares ou de testemunhas, sobre o tipo de lesão ou enfermidade existente e outros dados relevantes.

Sinais Vitais: Etapa da avaliação onde o socorrista realiza a aferição da respiração, pulso, pressão arterial e temperatura relativa da pele do paciente.

Exame físico: O exame físico poderá ser limitado a uma lesão ou problema médico ou realizado de forma completa (da cabeça aos pés). Nesta etapa da avaliação, o socorrista realiza uma apalpação e uma inspeção visual, de forma ordenada e sistemática, buscando localizar no paciente, indicações de lesões ou problemas médicos.

REGRAS GERAIS QUE SE APLICAM NA AVALIAÇÃO:

1. Avaliar sem causar dano adicional;

2. Observar condutas e/ou comportamento do paciente e estar atento a qualquer alteração nas condições do paciente;

3. Suspeitar de lesão na coluna vertebral, sempre que a vítima sofrer um trauma;

4. Informar ao paciente que vai examiná-lo e a importância (o porquê) de fazê-lo;

5. Aferir corretamente os sinais vitais;

6. Seguir corretamente a seqüência no exame físico da cabeça aos pés.

“Os procedimentos da avaliação dirigida são diferentes

para pacientes de trauma e pacientes de emergência médica.”

“Fique atento durante todo o processo de avaliação, pois algumas vezes a natureza da emergência pode não estar claramente definida!”

GUIA PARA REALIZAR UMA ENTREVISTA:

Se o paciente estiver consciente e em condições de respondê-lo, questione-o utilizando as seguintes perguntas chaves:

1) Nome e idade (se é menor, procure contatar com seus pais ou um adulto conhecido)

2) O que aconteceu? (para identificar a natureza da lesão ou doença)

3) Como aconteceu?

4) A quanto tempo isso aconteceu?

5) Isso já ocorreu antes?

6) Você tem algum problema de saúde?

7) Você tem tomado algum remédio?

8) Você é alérgico a alguma coisa?

Obs. Mais recentemente, os programas de treinamento em primeiros socorros estão adotando um modelo de entrevista simplificada, através de um processo mneumônico, denominado SAMPLE. Cada letra da palavra representa uma pergunta que deverá ser feita ao paciente, ou seja:

Sinais e sintomas (O que está errado?);

Alergias (Você é alérgico a algum tipo de substância ou alimento?);

Medicações (Você toma algum tipo de remédio?);

Passado médico (Você está realizando algum tratamento médico?);

Líquidos e alimentos (Você ingeriu alguma coisa recentemente?);

Eventos relacionados com o trauma ou doença (O que aconteceu?).

GUIA PARA AFERIR OS SINAIS VITAIS:

SINAL: É tudo aquilo que o socorrista pode observar ou sentir no paciente enquanto o examina.

Exemplos: pulso, palidez, sudorese, etc.

SINTOMA: É tudo aquilo que o socorrista não consegue identificar sozinho. O paciente necessita contar sobre si mesmo.

Exemplos: dor abdominal, tontura, etc.

AFERIÇÃO DE SINAIS VITAIS EM APH:

PULSO

É a expansão e o relaxamento das paredes das artérias devido a propagação de uma onda de sangue ejetada pela contração do coração.

VALORES NORMAIS

Adulto: 60 - 100 batimentos por minuto (bpm);

Criança: 80-140 bpm;

Lactentes: 85-190 bpm.

RESPIRAÇÃO

É o ato de respirar. Também chamada de ventilação.

VALORES NORMAIS

Adulto: 12 - 20 ventilações por minuto (vpm);

Criança: 20-40 vpm;

Lactentes: 40-60 vpm.

TEMPERATURA

É a diferença entre o calor produzido e o calor perdido pelo corpo humano. Geralmente fica entre 36,5 e 37,0 graus Celsius.

Em atendimento pré-hospitalar básico, o socorrista verifica a temperatura relativa da pele colocando o dorso da sua mão sobre a pele do paciente (na testa, tórax ou abdômen). O socorrista estima a temperatura relativa da pele pelo tato.

Convém recordar que a pele é a grande responsável pela regulação da temperatura e poderá apresentar-se normal, quente ou fria, úmida ou seca.

Com relação a coloração, a pele poderá estar:

- Branca (pálida), Vermelha (ruborizada) ou Azul (cianótica).

Obs. Nas pessoas negras, a cor azulada poderá ser notada nos lábios, ao redor da fossas nasais e nas unhas.

PRESSÃO ARTERIAL (PA)

É definida como a pressão exercida pelo sangue circulante contra as paredes internas das artérias. A PA é medida em dois níveis, a PA sistólica e a PA diastólica.

A sistólica é a pressão máxima à qual a artéria está sujeita durante a contração do coração (sístole). A diastólica é pressão remanescente no interior do sistema arterial quando o coração fica relaxado, na fase de enchimento de sangue (diástole). Temos então que a pressão arterial é diretamente influenciada pela força do batimento cardíaco. Quanto mais força, mais elevada a PA e o volume de sangue circulante.

Os índices normais da PA adultos variam de: PA sistólica = 100 a 150 mmHg e PA diastólica = 60 a 90 mmHg. A pressão é sempre medida em mm de mercúrio (mmHg).

Dentro desses valores, consideramos a PA normal; se excede a máxima, denominamos de alta ( hipertensão) e ao contrário, se não atinge a nível mínimo, denominamos de baixa (hipotensão).

A PA é a aferida com auxílio de dois equipamentos, o esfigmomamômetro e o estetoscópio.

Em APH, existem duas técnicas utilizadas para aferir a PA, são elas:

1. Aferição com auscutação: usando um esfigmomanômetro e um estetoscópio para ouvir as características do som.

2. Aferição com palpação: usando o esfigmomanômetro e apalpando o pulso radial do paciente.

VALORES NORMAIS DE PRESSÃO ARTERIAL*

SISTÓLICA DIASTÓLICA

Adultos 90 a 150 60 a 90

Crianças e adolescentes 80 + 2 por idade (aprox.) Aproximadamente 2/3 da PAS

De 3 a 5 anos

De 6 a 10 anos

De 11 a 14 anos Média de 99 (78 a 116)

Média de 105 (80 a 122)

Média de 114 (88 a 140) Média de 55

Média de 57

Média de 59

*Nota: Os valores acima foram extraídos do seguinte livro de referência:

O’ KEFFE, Mickael F. Emergency Care. New Jersey, 8 Ed., BRADY, 1998.

Obs. Em geral não aferimos PA em crianças com menos de 3 anos de idade. Nos casos de hemorragia ou choque, a PA mantém-se constante dentro de valores normais para no final desenvolver uma queda abrupta.

COMO REALIZAR O EXAME FÍSICO DO PACIENTE:

Lembre-se que a avaliação dirigida permite que o socorrista realize o exame físico do segmento corporal a que o paciente se refere como o mais atingido ou de maior queixa. Assim o exame físico completo da cabeça aos pés pode não ser necessário. Use seu bom senso!

4. AVALIAÇÃO FÍSICA DETALHADA

A avaliação ou exame físico detalhado da cabeça aos pés deve ser realizado pelo socorrista em cerca de dois a três minutos. O exame completo não precisa ser realizado em todos os pacientes. Ele pode ser realizado de forma limitada em vítimas que sofreram pequenos acidentes ou que possuem emergências médicas evidentes.

Ao realizar o exame padronizado da cabeça aos pés, o socorrista deverá:

1) Verificar a região posterior e anterior do pescoço (região cervical);

2) Verificar a cabeça (couro cabeludo) e a testa;

3) Verificar a face do paciente. Inspecionar os olhos e pálpebras, o nariz, a boca, a mandíbula e os ouvidos;

4) Inspecionar os ombros bilateralmente (clavícula e escápula);

5) Inspecionar as regiões anterior e lateral do tórax;

6) Inspecionar os quatro quadrantes abdominais separadamente;

7) Inspecionar as regiões anterior, lateral e posterior da pelve e a região genital;

8) Inspecionar as extremidades inferiores (uma de cada vez). Pesquisar a presença de pulso distal, a capacidade de movimentação, a perfusão e a sensibilidade;

9) Inspecionar as extremidades superiores (uma de cada vez). Pesquisar a presença de pulso distal, a capacidade de movimentação, a perfusão e a sensibilidade;

10) Realizar o rolamento em monobloco e inspecionar a região dorsal.

5. AVALIAÇÃO CONTINUADA

A avaliação ou assistência continuada é usualmente utilizada pelas equipes de socorro pré-hospitalar durante o transporte do paciente até a unidade hospitalar.

Após o término do exame físico detalhado, o socorrista deverá verificar periodicamente os sinais vitais e manter uma constante observação do aspecto geral do paciente.

Recomendamos uma reavaliação (rechecar as VA, a respiração, a circulação e os sinais vitais) a cada quinze minutos para pacientes estáveis e a cada cinco minutos no caso de pacientes instáveis.

Lição 6

REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR

OBJETIVOS:

Ao final desta lição os participantes serão capazes de:

1. Descrever as causas de obstrução parcial ou total das vias aérea superior;

2. Demonstrar os passos da assistência respiratória pré-hospitalar em adultos, crianças e lactentes, com e sem obstrução por corpo estranho;

3. Explicar e demonstrar os passos da reanimação cardiopulmonar em adultos, crianças e lactentes;

4. Explicar e demonstrar os passos da reanimação cardiopulmonar em adultos com dois socorristas (em equipe).

INTRODUÇÃO

Em agosto do ano passado, a Associação Americana do Coração liberou as novas recomendações para a Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP).

As novas diretrizes foram anunciadas em uma conferência realizada em Washington e publicadas na introdução do Jornal Circulation da AHA. Pode-se afirmar que este novo trabalho, escrito após dois anos de debates e rigorosa avaliação científica, representa o concenso mundial para ressuscitação.

A partir deste ano os manuais de treinamento estarão sendo distribuídos e isso implica em dizer que todos aqueles que foram treinados em RCP deverão ser novamente submetidos a uma recertificação.

O texto a seguir foi reescrito em conformidade com as novas diretrizes da American Heart Association.

ASSISTÊNCIA RESPIRATÓRIA PRÉ-HOSPITALAR

REVISÃO DA ANATOMIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO

O sistema respiratório compreende o nariz, a boca, a faringe, a laringe, a epiglote, a traquéia, a árvore brônquica, os pulmões e os músculos respiratórios.

REVISÃO DA FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO

Fisiologia da respiração

A respiração é essencial para a vida porque permite:

• Suprir as células com oxigênio;

• Eliminar o dióxido de carbono das células.

Os músculos respiratório são o diafragma, que separa as cavidades torácica e abdominal, e os músculos intercostais.

Quando o diafragma e os músculos intercostais se contraem, produz-se uma pressão negativa na cavidade torácica e o ar externo entra nos pulmões. Isto é chamado de inspiração.

Quando os músculos se relaxam, produzem uma pressão positiva na caixa torácica e o ar é forçado a sair dos pulmões. Isto é expiração.

CONCEITOS IMPORTANTES:

Parada respiratória: Supressão súbita dos movimentos respiratórios, que poderá ou não, ser acompanhada de parada cardíaca.

Cianose: Coloração azulada da pele e das mucosas, causada pela falta de uma adequada oxigenação nos tecidos. É um sinal de insuficiência respiratória, mas se observa também em doenças cardíacas e em intoxicação.

TÉCNICAS DE ABERTURA DAS VIAS AÉREAS

ADVERTÊNCIA! Antes de realizar uma manobra:

1. Em vítimas que respiram, ainda que com dificuldade, não aplicar nenhuma manobra, deve-se apenas estimulá-las a tossir.

2. Assumir lesões de coluna em todos os casos de trauma.

3. Evitar a hipertensão do pescoço e qualquer movimento da cabeça com a finalidade de prevenir maior dano à coluna vertebral.

4. A impulsão mandibular é a única manobra recomendada para ser realizada em vítima inconsciente com possibilidade de lesão na coluna.

Manobra de extensão da cabeça ou elevação mandibular:

1. Colocar a vítima em decúbito dorsal horizontal e posicionar-se ao seu lado, na altura dos ombros;

2. Colocar uma das mãos na testa para estender a cabeça para trás, e a ponta dos dedos indicador e médio da outra mão por baixo da mandíbula para levantá-la.

Manobra de Impulsão da Mandíbula (Empurre Mandibular):

1. Colocar a vítima em decúbito dorsal horizontal e posicionar-se, de joelho e alinhado a vítima, acima da parte superior da cabeça;

2. Com os cotovelos na mesma superfície que a vítima e com uma mão de cada lado da cabeça do mesmo, colocar as pontas dos dedos indicador e médio sob o angulo da mandíbula;

3. Com os dedos posicionados, impulsionar a mandíbula para cima, mantendo a cabeça estabilizada com a palma das mãos. Não elevar ou realizar rotação da cabeça da vítima, pois a proposta desta manobra é manter a via aérea aberta sem mover a cabeça ou o pescoço.

Se você for realizar uma abertura de VA, use a manobra correta:

Em caso clínico = manobra de extensão da cabeça/elevação mandibular;

Em caso de trauma = manobra da impulsão da mandíbula.

VENTILAÇÃO DE RESGATE

O ar atmosférico possui 21% de oxigênio. Dos 21% inalados, uns 5% são utilizados pelo corpo e os 16% restantes são exalados, quantidade suficiente para manter viva uma vítima.

As técnicas de ventilação de suporte são:

Boca-máscara, Boca a boca, Boca-nariz, e Boca-estoma.

Método boca-máscara:

1. Abra as VA empurrando a mandíbula da vítima;

2. Posicione a máscara sobre a face da vítima, com o ápice sobre a ponte do nariz e a base entre os lábios e o queixo;

3. Inspire e ventile através da abertura da máscara. Os dedos indicador, médio e anular de cada mão seguram a mandíbula da vítima em extensão, enquanto os polegares são colocados sobre a parte superior da máscara. A pressão firme dos dedos mantém a máscara bem selada à face;

4. Retire a boca e deixe o ar sair livremente. O tempo de cada ventilação é o mesmo descrito na técnica de boca a boca.

Método boca a boca:

1. Abra as vias aéreas;

2. Feche as narinas da vítima com seus dedos (indicador e polegar);

3. Inspire o ar e coloque sua boca com firmeza sobre a boca da vítima e ventile lentamente (1,5 e 2 segundos) seu ar para dentro dos pulmões da vítima;

4. Retire sua boca e deixe o ar sair livremente;

5. Repita a ventilação artificial a cada 5 segundos (12 por minuto) no socorro de adultos, e a cada 3 segundos (20 por minuto) no socorro de crianças e lactentes.

Método boca-nariz:

Utilizada em crianças e lactentes (bebês). A técnica segue os mesmos passos da ventilação de boca a boca, incluindo no item 3 a colocação da boca do socorrista sobre a boca e o nariz da vítima e em seguida uma ventilação bem lenta.

Método boca-estoma:

Nesta técnica cumprem-se os mesmos passos da técnica boca-máscara, colocando-se a máscara diretamente sobre o estoma da vítima. Estoma é uma abertura permanente no pescoço que conecta a traquéia diretamente à pele (laringectomia).

Considerar os seguintes parâmetros da Associação Americana do Coração:

Lactante: de 0 a 1 ano

Criança: de 1 a 8 anos

Adulto: todos os maiores de 8 anos

OBSTRUÇÕES DAS VIAS AÉREAS POR CORPO ESTRANHO

Conceito de OVACE:

É a obstrução súbita das VA superiores causada por corpo estranho. A OVACE em adultos geralmente ocorre durante a ingestão de alimentos e, em crianças, durante a alimentação ou a recreação (sugando objetos pequenos).

As causas de obstrução das VA superiores podem incluir obstruções:

• pela língua;

• pela epiglote;

• por corpos estranhos;

• por danos aos tecidos;

• por patologias (enfermidades).

COMO REALIZAR AS MANOBRAS DE DESOBSTRUÇÃO

Manobra para limpeza com os dedos em paciente adulto

Em lactentes e crianças, diferentemente dos adultos, devemos visualizar o corpo estranho antes de tentar removê-lo com os dedos.

VENTILAÇÃO COM EMPREGO DE EQUIPAMENTOS ACESSÓRIOS

As cânulas orofaríngeas são acessórios que mantém a língua afastada da parede posterior da faringe. As cânulas facilitam a aspiração da faringe e evitam que o paciente morda. Os dois tipos mais comuns de cânulas utilizadas no Serviço de APH são o Guedel e o Berman. O primeiro é do tipo tubular e a segunda possui canais ao longo de suas laterais.

TÉCNICA DE COLOCAÇÃO DA CÂNULA OROFARÍNGEA

1. Colocar o paciente na posição correta.

2. Escolher o tamanho correto da cânula (lóbulo da orelha ao canto da boca ou ângulo da mandíbula ao centro dos dentes).

3. Cruzar os dedos polegar e indicador, abrindo a boca do paciente.

4. Introduzir a cânula com a extremidade contra o céu da boca (pálato duro) até o pálato mole ou até a úvula.

5. Rodar a cânula 180 graus e posicionar.

Cuidado! Se a cânula escolhida pelo socorrista for muito longa, ela poderá pressionar a epiglote, produzindo obstrução. Se for muito curta também não será eficiente.

Obs. Os demais acessórios serão estudados com maior profundidade no decorrer do curso, durante a lição de oxigenoterapia e aspiração.

O CONCEITO DA CADEIA DA SOBREVIVÊNCIA DA AHA

O sucesso na recuperação de uma parada cardíaca depende de uma série de intervenções, pré e intra hospitalares. Se uma dessas ações é negligenciada, retardada ou mesmo esquecida, a recuperação da vítima poderá não acontecer. O conceito da Cadeia da Sobrevivência é uma metáfora criada pela Associação Americana do Coração para informar a importância da interdependencia dessas ações.

A cadeia tem 4 anéis interdependentes, que são:

1º anel: Acesso rápido ao SEM

2º anel: RCP imediata

3º anel: Rápida desfibrilação

4º anel: Cuidados avaçados sem demora

OS FATORES DE RISCO DAS DOENÇAS CARDÍACAS

O risco de um ataque cardíaco aumenta de acordo com o número de fatores apresentado pelo paciente. Os indivíduos que apresentam mais de um fator de risco podem ter muito mais chances de desenvolver uma doença vascular.

- Fatores que podem ser alterados

- Fumar

- Pressão arterial elevada

- Níveis altos de colesterol

- Inatividade física

- Fatores que não podem ser alterados

- Herança

- Sexo

- Idade

- Fatores que contribuem

- Obesidade

- Diabete

- Estresse

CONCEITOS IMPORTANTES:

PARADA CARDÍACA:

Supressão súbita e inesperada dos batimentos cardíacos.

MORTE CLÍNICA: Uma vítima está clinicamente morta, quando cessa a respiração e o coração deixa de bater;

MORTE BIOLÓGICA: Uma vítima esta biologicamente morta, quando as células do cérebro morrem. Corresponde a morte encefálica.

Recordar que só um profissional médico poderá

atestar legalmente que uma pessoa está morta!

SINAIS E SINTOMAS DE UMA PARADA CARDíACA

• Inconsciência;

• Ausência da respiração;

• Ausência de batimentos cardíacos.

MANOBRAS PARA REALIZAR UMA RCP:

1) Verificar o estado de consciência;

2) Pedir ajuda (acionar o SEM);

3) Posicionar a vítima adequadamente;

4) Posicionar-se ao lado da vítima;

5) Assegurar a permeabilidade das vias aéreas;

6) Verificar a respiração;

7) Ventilar, se for o caso;

8) Verificar a presença de pulso carotídeo;

9) Localizar o ponto para iniciar as compressões torácicas;

10) Posicionar adequadamente as mãos e o corpo e iniciar as compressões;

11) Reavaliar ao final do ciclo completo.

MANOBRAS INADEQUADAS DE RCP

• A vítima não está posicionada sobre uma superfície rígida.

• A vítima não está em posição horizontal.

• Não se executa adequadamente a manobra de extensão da cabeça.

• A boca ou máscara não estão perfeitamente seladas e o ar escapa.

• As narinas da vítima não estão fechadas.

• As mãos estão colocadas incorretamente ou em local inadequado sobre o tórax.

• As compressões estão sendo realizadas muito profundas ou demasiadamente rápidas.

• A razão entre as ventilações e compressões está incorreta.

• A RCP deixa de ser executada por mais de 5 segundos.

A RCP DEVERÁ CONTINUAR ATÉ QUE:

• Ocorra o retorno espontâneo da circulação (retorno do pulso). Não esquecer de continuar ventilando;

• Ocorra o retorno da respiração e circulação;

• Pessoal mais capacitado chega ao local da ocorrência a assume o socorro;

• O socorrista está completamente exausto e não consegue mais realizar as manobras de reanimação cardipulmonar.

GUIA DE EXECUÇÃO RCP ADULTO – UM SOCORRISTA LISTA DE CHECAGEM

1. Verifique o estado de consciência da vítima.

Ative o Serviço de Emergência Médica (Fone 193).

Posicione corretamente a vítima.

2. Abra as vias aéreas (método da inclinação da cabeça e elevação da mandíbula ou método modificado no caso de suspeita de trauma).

Verifique a respiração (Técnica do ver, ouvir e sentir - VOS).

3. Se a vítima respira, coloque-a em posição de recuperação. Se não respira, inicie a respiração artificial com 2 ventilações lentas (1,5 a 2 segundos por ventilação). Observe a elevação do tórax e permita a saída do ar entre as ventilações.

4. Verifique a presença de pulso carotídeo. Se a respiração está ausente, mas há pulso, continue a respiração artificial promovendo uma ventilação a cada 5 segundos (12 por minuto).

5. Se não houver pulsação, inicie a RCP com um ciclo de 15 compressões torácicas externas (freqüência de aproximadamente 100 por minuto) seguidas de 2 ventilações lentas (15 x 2).

6. Depois de 4 ciclos de 15 compressões por 2 ventilações (cerca de 1 minuto), revise o pulso da vítima. Se não houver o retorno do pulso continue com os ciclos de 15 x 2, iniciando pelas compressões torácicas.

7. Se a vítima está respirando ou se reassume efetivamente a respiração e a pulsação, coloque-a na posição de recuperação e inicie seu transporte urgente para o hospital com monitoramento constante.

GUIA DE EXECUÇÃO RCP CRIANÇA – UM SOCORRISTA LISTA DE CHECAGEM

1. Verifique o estado de consciência da criança.

Se houver um segundo socorrista, peça para acionar o Serviço de Emergência Médica (Fone 193).

Posicione corretamente a vítima.

2. Abra as vias aéreas (método da inclinação da cabeça e elevação da mandíbula ou método modificado no caso de suspeita de trauma).

Verifique a respiração (Técnica do ver, ouvir e sentir - VOS).

3. Se a vítima respira, coloque-a em posição de recuperação. Se não respira, inicie a respiração artificial com 2 ventilações lentas (1 a 1,5 segundos por ventilação). Observe a elevação do tórax e permita a saída do ar entre as ventilações.

4. Verifique a presença de pulso carotídeo. Se a respiração está ausente, mas há pulso, continue a respiração artificial promovendo uma ventilação a cada 3 segundos (20 por minuto).

5. Se não houver pulsação, inicie a RCP com um ciclo de 5 compressões torácicas (freqüência de aproximadamente 100 por minuto) seguidas de 1 ventilação lenta (5 x 1).

6. Depois de 20 ciclos de 5 compressões por 1 ventilação (cerca de 1 minuto) revise o pulso da vítima. Se estiver sozinho, ative o SEM. Se não houver o retorno do pulso continue com os ciclos de 5 x 1, iniciando pelas compressões torácicas.

7. Se a vítima está respirando ou se reassume efetivamente a respiração e a pulsação, coloque-a na posição de recuperação e inicie seu transporte urgente para o hospital com monitoramento constante.

GUIA DE EXECUÇÃO RCP LACTENTE – UM SOCORRISTA LISTA DE CHECAGEM

1. Verifique o estado de consciência do bebê.

Se houver um segundo socorrista, peça para ele acionar o Serviço de Emergência Médica (Fone 193).

Posicione corretamente a vítima.

2. Abra as vias aéreas (método da inclinação da cabeça e elevação da mandíbula ou método modificado no caso de suspeita de trauma).

Verifique a respiração (Técnica do ver, ouvir e sentir - VOS).

3. Se a vítima respira, coloque-a em posição de recuperação. Se não respira, inicie a respiração artificial com 2 ventilações lentas (1 a 1,5 segundos por ventilação). Observe a elevação do tórax e permita a saída do ar entre as ventilações.

4. Verifique a presença de pulso braquial. Se a respiração está ausente, mas há pulso, continue a respiração artificial promovendo uma ventilação a cada 3 segundos (20 por minuto).

5. Se não houver pulsação, inicie a RCP com um ciclo de 5 compressões torácicas (freqüência de no mínimo 100 por minuto) seguidas de 1 ventilação lenta (5 x 1).

6. Depois de 20 ciclos de 5 compressões por 1 ventilação (cerca de 1 minuto), revise o pulso da vítima. Se estiver sozinho, ative o SEM. Se não houver o retorno do pulso continue com os ciclos de 5 x 1, iniciando pelas compressões torácicas.

7. Se a vítima está respirando ou se reassume efetivamente a respiração e a pulsação, coloque-a na posição de recuperação e inicie seu transporte urgente para o hospital com monitoramento constante.

GUIA DE EXECUÇÃO RCP ADULTO – DOIS SOCORRISTAS LISTA DE CHECAGEM

1. Verifique o estado de consciência da vítima.

Ative o Serviço de Emergência Médica (Fone 193).

Posicione corretamente a vítima.

2. Abra as vias aéreas (método da inclinação da cabeça e elevação da mandíbula ou método modificado no caso de suspeita de trauma).

Verifique a respiração (Técnica do ver, ouvir e sentir - VOS).

3. Se a vítima respira, coloque-a em posição de recuperação. Se não respira, mensure e introduza a cânula orofaríngea apropriada (giro 180 graus). Utilizando um reanimador manual, providencie 2 ventilações lentas (1,5 a 2 segundos por ventilação). Observe a elevação do tórax e permita a saída do ar entre as ventilações. Se possível, use oxigênio acoplado ao reanimador (12 a 15 lpm).

4. Verifique a presença de pulso carotídeo. Se a respiração está ausente, mas há pulso, continue o socorro promovendo uma ventilação a cada 5 segundos (12 por minuto).

5. Se não houver pulsação, o segundo socorrista deverá iniciar a RCP promovendo 15 compressões torácicas externas (freqüência de aproximadamente 100 por minuto) seguidas de 2 ventilações lentas do primeiro socorrista (ciclos de 15 x 2). Parar as compressões durante a ventilação.

6. Depois de 4 ciclos de 15 compressões por 2 ventilações (cerca de 1 minuto), revise o pulso da vítima. Se não houver o retorno do pulso continue com os ciclos de 15 x 2, iniciando pelas compressões torácicas.

7. Se a vítima está respirando ou se reassume efetivamente a respiração e a pulsação, coloque-a na posição de recuperação e inicie seu transporte com monitoramento constante.

GUIA DE EXECUÇÃO OVACE ADULTO – VÍTIMA CONSCIENTE LISTA DE CHECAGEM

1. Pergunte: Você está engasgado ?

2. Confirmada a obstrução das vias aéreas, posicione-se por detrás da vítima e inicie as manobras de compressão abdominal subdiafragmática (Manobra de Heimlich). Substitua as compressões abdominais por compressões torácicas nas vítimas muito obesas ou com gravidez avançada.

3. Repita as compressões até ocorrer a desobstrução ou a vítima perder a consciência.

4. OVACE ADULTO – Vítima perde a consciência. Imediatamente, acione o Serviço de Emergência Médica (Fone 193).

5. Posicione a vítima deitada sobre o solo e abra sua boca (Técnica do levantamento da língua e mandíbula). Tente remover o corpo estranho fazendo uma limpeza com seu dedo em forma de gancho.

6. Abra as vias aéreas e promova uma ventilação lenta (1,5 a 2 segundos). Se o ar não passa, reposicione a cabeça da vítima e trate de ventilar novamente.

7. Se a vítima continua obstruída, execute 5 compressões abdominais.

8. Repita os passos 5 a 7 até ocorrer a completa desobstrução das vias aéreas.

9. Se a vítima está respirando ou se reassume efetivamente a respiração, coloque-a na posição de recuperação e inicie seu transporte para o hospital com monitoramento constante.

GUIA DE EXECUÇÃO OVACE CRIANÇA – VÍTIMA CONSCIENTE LISTA DE CHECAGEM

1. Pergunte: Você está engasgado ?

2. Confirmada a obstrução das vias aéreas, inicie as manobras de compressão abdominal subdiafragmática.

3. Repita as compressões até ocorrer a completa desobstrução ou a vítima perder a consciência.

4. OVACE CRIANÇA – Vítima perde a consciência. Se houver um segundo socorrista, peça para ele acionar o Serviço de Emergência Médica (Fone 193).

5. Posicione a vítima deitada sobre o solo e abra sua boca (Técnica do levantamento da língua e mandíbula). Caso visualize o corpo estranho, tente removê-lo com o dedo.

6. Abra as vias aéreas e promova uma ventilação lenta (1 a 1,5 segundos). Se o ar não passa, reposicione a cabeça da vítima e trate de ventilar novamente.

7. Se a vítima continua obstruída, execute 5 compressões abdominais.

8. Repita os passos 5 a 7 até ocorrer a completa desobstrução das vias aéreas.

9. Se você estiver sozinho e após 1 minuto a vítima continuar com a obstrução, acione o Serviço de Emergência Médica.

10. Se a vítima está respirando ou se reassume efetivamente a respiração, coloque-a na posição de recuperação e inicie seu transporte para o hospital com monitoramento constante.

GUIA DE EXECUÇÃO OVACE LACTENTE – VÍTIMA CONSCIENTE LISTA DE CHECAGEM

1. Confirme a obstrução completa das vias aéreas (a vítima apresenta séria dificuldade para respirar, não consegue tossir, nem chorar forte).

2. Confirmada a obstrução das vias aéreas, inicie as manobras de desobstrução promovendo 5 golpes entre as escápulas e, em seguida, executando 5 compressões torácicas no bebê.

3. Continue repetindo o passo 2 até ocorrer a completa desobstrução ou a vítima perder a consciência.

4. OVACE LACTENTE – Vítima perde a consciência. Se houver um segundo socorrista, peça para ele acionar o Serviço de Emergência Médica (Fone 193).

5. Posicione a vítima e abra sua boca (Técnica do levantamento da língua e mandíbula). Caso visualize o corpo estranho, tente removê-lo com o dedo mínimo.

6. Abra as vias aéreas e promova uma ventilação bem lenta (1 a 1,5 segundos). Se o ar não passa, reposicione a cabeça da vítima e trate de ventilar novamente.

7. Se a vítima continua obstruída, execute 5 golpes entre as escápulas, gire o bebê e faça 5 compressões torácicas.

8. Repita os passos 5 a 7 até ocorrer a completa desobstrução das vias aéreas.

9. Se você estiver sozinho e após 1 minuto a vítima continuar com a obstrução, acione o Serviço de Emergência Médica.

10. Se a vítima está respirando ou se reassume efetivamente a respiração, coloque-a na posição de recuperação e inicie seu transporte para o hospital com monitoramento constante.

GUIA DE EXECUÇÃO OVACE ADULTO – VÍTIMA INCONSCIENTE LISTA DE CHECAGEM

1. Estabeleça a falta de resposta (inconsciência).

Acione o Serviço de Emergência Médica (Fone 193).

2. Posicione adequadamente a vítima, abra suas vias aéreas e promova uma ventilação lenta (1,5 a 2 segundos). Se o ar não passa, reposicione a cabeça da vítima e trate de ventilar novamente.

3. Se a vítima continua obstruída, execute 5 compressões abdominais.

4. Abra a boca da vítima (Técnica do levantamento da língua e mandíbula). Tente remover o corpo estranho fazendo uma varredura (limpeza) com seu dedo.

5. Repita os passos 2 a 4 até ocorrer a completa desobstrução das vias aéreas.

9. Se a vítima está respirando ou se reassume efetivamente a respiração, coloque-a na posição de recuperação e inicie seu transporte para o hospital com monitoramento constante.

GUIA DE EXECUÇÃO OVACE CRIANÇA – VÍTIMA INCONSCIENTE LISTA DE CHECAGEM

1. Estabeleça a falta de resposta (inconsciência).

Se houver um segundo socorrista, peça para ele acionar o Serviço de Emergência Médica (Fone 193).

2. Posicione adequadamente a vítima, abra suas vias aéreas e promova uma ventilação lenta (1 a 1,5 segundos). Se o ar não passa, reposicione a cabeça da vítima e trate de ventilar novamente.

3. Se a vítima continua obstruída, execute 5 compressões abdominais.

4. Abra a boca da vítima (Técnica do levantamento da língua e mandíbula). Caso visualize o corpo estranho, tente removê-lo com o dedo.

5. Repita os passos 2 a 4 até ocorrer a completa desobstrução das vias aéreas.

6. Se você estiver sozinho e após 1 minuto a vítima continuar com a obstrução, acione o Serviço de Emergência Médica.

9. Se a vítima está respirando ou se reassume efetivamente a respiração, coloque-a na posição de recuperação e inicie seu transporte para o hospital com monitoramento constante.

GUIA DE EXECUÇÃO OVACE LACTENTE – VÍTIMA INCONSCIENTE LISTA DE CHECAGEM

1. Estabeleça a falta de resposta (inconsciência).

Se houver um segundo socorrista, peça para ele acionar o Serviço de Emergência Médica (Fone 193).

2. Abra suas vias aéreas e promova uma ventilação lenta (1 a 1,5 segundos). Se o ar não passa, reposicione a cabeça da vítima e trate de ventilar novamente.

3. Se a vítima continua obstruída, execute 5 golpes entre as escápulas, gire o bebê e faça 5 compressões torácicas.

4. Abra a boca da vítima (Técnica do levantamento da língua e mandíbula). Caso visualize o corpo estranho, tente removê-lo com o dedo mínimo.

5. Repita os passos 2 a 4 até ocorrer a completa desobstrução das vias aéreas.

6. Se você estiver sozinho e após 1 minuto a vítima continuar com a obstrução, acione o Serviço de Emergência Médica.

9. Se a vítima está respirando ou se reassume efetivamente a respiração, coloque-a na posição de recuperação e inicie seu transporte para o hospital com monitoramento constante.

Lição 7

HEMORRAGIAS E CHOQUE

OBJETIVOS:

Ao final desta lição os participantes serão capazes de:

1. Enumerar 5 sinais ou sintomas indicativos de uma hemorragia;

2. Citar e demonstrar 3 diferentes técnicas para controlar hemorragias externas;

3. Demonstrar passo a passo o tratamento merecido por uma vítima de choque anafilático e choque hemorrágico.

PULSOS

O pulso é mais facilmente palpável nos locais onde artérias calibrosas estão posicionadas próximas da pele e sobre um plano duro.

Os pulsos mais comumente usados são: carotídeo, braquial, radial

SANGUE

Composição do sangue: plasma, células vermelhas (hemácias), células brancas (leucócitos), e plaquetas.

Funções do sangue: O plasma (parte líquida) transporta as células e nutrientes para todos os tecidos. Também conduz os produtos de degradação para os órgãos excretores. As células vermelhas fornecem cor ao sangue e transportam oxigênio. As células brancas atuam na defesa do organismo contra as infecções. As plaquetas são essenciais para a formação de coágulos sangüíneos, necessários para estancar as hemorragias.

O adulto médio possui cerca de 6 litros de sangue.

CONCEITO DE HEMORRAGIA

Hemorragias ou sangramento significam a mesma coisa, ou seja, sangue que escapa de vasos sangüíneos. A hemorragia poderá ser interna ou externa.

HEMORRAGIA EXTERNA (ocorrem devido a ferimentos abertos)

• Arterial: Hemorragia que faz jorrar sangue pulsátil e de cor vermelho vivo.

• Venosa: Hemorragia onde o sangue sai lento e contínuo, com cor vermelho escuro.

• Capilar: O sangue sai lentamente dos vasos menores, na cor similar ao sangue venoso/arterial.

TÉCNICAS UTILIZADAS NO CONTROLE DAS HEMORRAGIAS

• Compressão direta;

• Elevação;

• Compressão dos pontos arteriais.

IMPORTANTE:

Segundo as mais recentes orientações internacionais, devemos ressaltar que o torniquete é uma técnica em abandono e as pessoas devem ser desencorajadas ao seu uso. Infelizmente, essa técnica ainda está muito firmemente arraigada a cultura brasileira.

No entanto, tal utilização é tão excepcional e seus riscos tamanhos, que o ensino dessa manobra deve ser muito bem orientado. Um torniquete poderá causar dano nervoso ou vascular e poderá resultar na perda de um braço ou uma perna. No caso de acidentes mais graves, recomendamos o uso da técnica combinada dos processos anteriormente descritos.

Obs. A imobilização, apesar de não ser considerada uma das técnicas padronizadas de controle de sangramento, pode ser utilizada para auxiliar no controle de hemorragias.

HEMORRAGIA INTERNA:

Geralmente não é visível, porém e bastante grave, pois pode provocar choque e levar a vítima a morte.

• SINAIS E SINTOMAS: Idênticos a hemorragia externa.

A vítima poderá tossir sangue, vomitar sangue, sangrar pelo reto ou urinar sangue.

TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR:

• Alertar o SEM

• Abrir as VA e vigiar a respiração e a circulação

• Tratar o choque

• Afrouxar roupas apertadas

• Estar preparado para o vômito

• Não dar nada de comer ou beber

• Ministrar oxigênio suplementar

• Informar a suspeita da hemorragia.

INTRODUÇÃO AO CHOQUE HIPOVOLÊMICO:

A função do sistema circulatório é distribuir sangue com oxigênio e nutrientes para todas as partes do corpo. Quando isso, por qualquer motivo, deixa de acontecer e começa a faltar oxigênio nos tecidos corporais, ocorre o que denominamos estado de choque, ou seja, as células começam a entrar em sofrimento e, se esta condição não for revertida, as células acabam morrendo.

CONCEITO DE PERFUSÃO:

É a circulação de sangue dentro de um órgão. O fluxo constante de sangue pelos vasos capilares.

CONCEITO DE CHOQUE:

Podemos definir o choque como um quadro grave, que pode ocorrer de forma rápida ou desenvolver-se lentamente. O choque hipovolêmico caracteriza-se por uma reação do corpo em resposta ao colapso no sistema circulatório, o qual não consegue mais prover sangue de forma adequada para todos os órgãos vitais do corpo. É a diminuição da perfusão (fluxo constante de sangue nos vasos capilares) ou o estado de hipoperfusão. Em outras palavras, o choque é uma reação do organismo a uma condição onde o sistema circulatório não fornece circulação suficiente para cada parte vital do organismo.

CAUSAS DE CHOQUE:

Quando o corpo de uma pessoa sofre um ferimento (trauma) ou apresenta uma enfermidade, ele imediatamente reage, tentando corrigir os efeitos do dano. Se o problema é severo, uma das reações é o choque, portanto, o choque indica a existência de um problema no sistema circulatório, o qual geralmente está relacionado com uma das seguintes causas:

• Coração: Uma insuficiência cardíaca, o coração não consegue bombear suficiente quantidade de sangue. Se o coração por algum motivo deixa de bombear sangue adequadamente, ou se para de funcionar (parada cardíaca), o choque aparecerá de imediato.

• Vasos sangüíneos: O sistema circulatório deve obrigatoriamente ser um sistema fechado. Se os vasos (artérias, veias ou capilares) forem lesados e perderem muito sangue, o paciente entrará em choque.

• Volume de sangue circulante: Se houver uma diminuição no volume de sangue circulante ou se os vasos sangüíneos por algum motivo dilatarem (aumentarem seu diâmetro) impedindo que o sistema permaneça corretamente preenchido, o choque novamente aparecerá.

Obs. Todas estas causas provocam insuficiência de oxigênio transportado pelo sangue nos tecidos do corpo.

Em todos os casos, os resultados do choque são exatamente os mesmos. Existe circulação insuficiente de sangue através dos tecidos para fornecer nutrientes e oxigênio necessários a eles. Todos os processos corporais normais ficam afetados. Quando uma pessoa está em choque, suas funções vitais diminuem e se as condições que causam o choque não forem interrompidas e revertidas imediatamente, logo ocorrerá a morte. Muita atenção, a identificação e o tratamento do choque não podem demorar, porque o problema piora com o passar do tempo. Recorde que o choque é uma reação corporal à perda sangüínea e essa tentativa de resolução do problema circulatório pode piorar a situação, aumentando a instabilidade do paciente. Explicando melhor, se existe um sangramento, o coração aumenta a freqüência dos batimentos cardíacos, tentando fazer o sangue circular por todas as áreas vitais do corpo. Com isso, aumenta também a hemorragia e mais sangue é perdido. A resposta imediata do corpo para este problema é tentar fazer circular mais sangue, aumentando ainda mais os batimentos cardíacos. Todo este processo se não tratado imediatamente vai agravando-se e gera uma diminuição da pressão arterial, posteriormente uma falha na circulação, falha no coração e, finalmente, uma parada cardíaca e a morte do paciente.

TIPOS DE CHOQUE HIPOVOLÊMICO:

O choque hipovolêmico pode ser classificado de várias formas porque existem mais de uma causa para ele. O socorrista não necessita conhecer todas essas formas de choque, no entanto, é fundamental que ele entenda de que forma os pacientes podem desenvolver o choque hipovolêmico. Uma vítima com choque hipovolêmico pode ter:

• Choque hemorrágico: é o choque por hemorragia, ou seja, aquele choque causado pela perda de sangue e/ou pela perda plasma como nos casos de pacientes com sangramentos graves ou queimaduras.

• Choque cardiogênico: é o choque cardíaco. Esse choque é causado pela falha do coração no bombeamento do sangue para todas as partes vitais do corpo.

• Choque neurogênico: é o choque do sistema nervoso, em outras palavras, a vítima sofre um trauma e não consegue controlar o calibre (diâmetro) dos vasos sangüíneos. O volume de sangue disponível é insuficiente para preencher todo o espaço dos vasos sangüíneos.

• Choque anafilático: é o choque alérgico. Desenvolve-se no caso de uma pessoa entrar em contato com determinada substância da qual é extremamente alérgica, por exemplo, alimentos, medicamentos, substâncias inaladas ou em contato com a pele. O choque anafilático é o resultado de uma reação alérgica severa e que ameaça a vida.

• Choque metabólico: é o choque da perda de fluídos corporais. Esse choque é observado nos casos de vômito e diarréia mais graves.

• Choque psicogênico: é o choque do desfalecimento. Ocorre quando por algum fator, como por exemplo um forte estresse ou medo, produz no sistema nervoso uma reação e, consequentemente, uma vasodilatação. O paciente sofre uma perda temporária da consciência, provocada pela redução do sangue circulante no cérebro. Também chamado de desmaio, o choque psicogênico é uma forma de auto proteção utilizada para evitar um choque hipovolêmico mais grave. Essa é uma forma mais leve de choque que não deve ser confundida com o choque neurogênico.

• Choque séptico: é o choque da infecção. Microorganismos lançam substâncias prejudiciais que provocam uma dilatação dos vasos sangüíneos. O volume de sangue torna-se insuficiente para preencher o sistema circulatório dilatado. O choque séptico ocorre geralmente no ambiente hospitalar e, portanto, é pouco observado pelos profissionais socorristas que atuam no ambiente pré-hospitalar.

• Choque respiratório: é o choque dos pulmões. Este choque é causado pela baixa concentração de oxigênio no sangue e ocorre devido a uma falha no processo respiratório, no entanto, desde que o sistema circulatório esteja bombeando sangue para todos os órgãos vitais, ou seja, desde que exista uma boa perfusão, não podemos considerar esta como uma forma verdadeira de choque.

SINAIS E SINTOMAS DO CHOQUE:

• Respiração rápida e superficial

• Pulso rápido e filiforme (fraco)

• Pele fria pálida e úmida

• Face pálida e posteriormente cianótica

• Sede

• Queda da pressão arterial. PA sistólica menor que 90 mmHg.

Um socorrista não pode reverter um estado de choque, no entanto poderá identificá-lo e tratá-lo de modo a estabilizar a vítima para que não piore. Nestes casos o socorro médico faz-se sempre necessário.

TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR DO CHOQUE HIPOVOLÊMICO:

Posicionar a vítima deitada (posição supina).

Elevar os MMII (caso haja fraturas, elevar a vítima após posicioná-la sobre uma maca rígida).

Manter VA, respiração, circulação.

Controlar hemorragias externas.

Administrar oxigênio suplementar

Imobilizar fraturas, se necessário.

Prevenir a perda de calor corporal.

Não dar nada de comer ou beber.

Monitorar e transportar para um hospital.

CHOQUE ANAFILÁTICO:

Definimos o choque anafilático como uma reação alérgica severa a medicamentos (principalmente a penicilina), picada de insetos, comidas e pós. Poderá ocorrer em segundos, logo após o contato com a substância a qual a vítima é alérgica. Este choque também é chamado de choque alérgico.

CAUSAS DO CHOQUE ANAFILÁTICO:

• Picadas de insetos (vespas, abelhas, formigas).

• Alimentos e condimentos.

• Substâncias inaladas, incluindo diversos pós e pólen.

• Produtos químicos inalados ou em contato com a pele.

• Medicamentos ingeridos ou injetados, incluindo penicilina, aspirina, etc.

SINAIS E SINTOMAS DO CHOQUE ANAFILÁTICO:

1. Prurido na pele.

2. Sensação de queimação na pele.

3. Edema generalizado.

4. D

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