Processualismo e Pós-processualismo: um aparato histórico e metodológico.
Por: Raely • 21/7/2016 • Projeto de pesquisa • 961 Palavras (4 Páginas) • 1.676 Visualizações
Processualismo e Pós-processualismo: um aparato histórico e metodológico.
Raely Cardoso de Carvalho
“A utilização de teorias na pratica da arqueologia representada em primeiro lugar a possiblidade de trabalharmos cientificamente a partir de problemas e não apenas a partir dos vestígios encontrados. Utilizando explicitamente teorias, podemos em um primeiro momento identificar e definir um problema uma problemática, bem como tentar explica-la buscando uma solução” (KERN, 1991, p. 52).
Atualmente a arqueologia caracteriza-se por uma vasta quantidade de profissionais trabalhando com princípios teóricos que passaram a ser pensados na década de 1960, ou seja, o Processualismo e o Pós-processualismo, provenientes da New Archaeology. Mas, ainda tem pesquisadores que continuam a fazer suas analises e interpretações utilizando teorias de períodos anteriores, mas também é fsto que sofrem influencia da Nova Arqueologia.
O “pontapé” inicial para a formação da ase teórica do Processualismo, foi dado por Joseph Caldwell, em 1959, com a publicação do artigo “The New American archaeology”. Para ele, o objetivo primário da arqueologia deve se explicar as mudanças em culturas arqueológicas e em termos de processos culturais.
BINFORD (1962) acrescentou outros tópicos para criar uma nova corrente teórica que, vem sendo reconhecida como a Nova Arqueologia Americana. Segundo ele, a Arqueologia é pertencente ao campo da Antropologia para a qual tem dado grandes contribuições, principalmente no esclarecimento de diferenças e similaridade para o entendimento dos sistemas culturais do passado.
O processualismo adotava como base uma estrutura sistêmica de referencia, apoiando-se na Teoria Geral dos Sistemas (Bertalanffy, 1950). A partir daí, a arqueologia passou a produzir um grande numero de publicações, relacionando-a aos sistemas humanos, onde os dados originaram-se das pesquisas arqueológicas.
STICKEL foi quem destacou de forma mais completa a teoria dos sistemas, acrescentando características holísticas, ausentes nas abordagens anteriores. Segundo ele, o modelo holístico incorpora variáveis tanto da cultura quanto da biologia humana.
A relação entre os sistemas humanos e o meio foi bastante explorada, nesta corrente teórica e realmente faz sentido à medida que nenhuma cultura pode ser estudada sem que o seu ambiente também seja. Sendo assim, a Ecologia Cultural veio a ocupar uma parte importante na teoria do processualismo. “Esta visão não deve ser penada como um determinismo ambiental, porque nós a assumimos como uma relação sistêmica entre o organismo humano e seu ambiente o qual a cultura é variável de intervenção” (BINFORD, 1962, p.218).
O estudo da cultura material tomou grande impulso com o processualismo, tendo ate surgido estudos teóricos específicos sobe processos de formação do registro arqueológico. Parte-se do principio que o dado arqueológico consiste de materiais em relações estáticas, que foram produzidos por sistemas culturais sujeitos a atuação de processos não-culturais. Assim, “o registro arqueológico é uma reflexão distorcida do sistema de comportamento no passado” (SCHIFFER, 1976, p. 12).
Além dos dados oriundos do registro arqueológico, outra alternativa de informações foi considerada pelos processualistas , a etnografia. Segundo ele, ela poderia fornecer generalizações e leis para o comportamento humano, passiveis de serem aplicados as culturas passadas, como modelo interpretativo.
É incontestável que o valor da etnografia para a arqueologia é imenso. Contudo, o seu papel restringe-se á ampliação do universo das hipóteses e à sugestão de novas possibilidades interpretativas para o estudo.
Uma outra característica do processualismo é o método hipotético-dedutivo. Utilizando da premissa que, na medida que a dedução é um procedimento que parte do geral para o particular, consequentemente as hipóteses são certas proposições gerais que visam predizer acontecimentos particulares.
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