Produção Enxuta
Artigo: Produção Enxuta. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: julianadcandido • 3/12/2013 • 3.323 Palavras (14 Páginas) • 338 Visualizações
1. Introdução
Desde o início da evolução manufatureira, os produtos eram geralmente feitos um de cada vez por produtores artesanais, o que gerava um item muitas vezes sofisticado e de boa qualidade, mas essa forma de produção era cara demais para a maioria das pessoas e começou a tornar-se inviável comercialmente. Após a Primeira Guerra Mundial, empresários norte-americanos como Henry Ford foram pioneiros em um método de produção que ficou conhecido como Produção em Massa. Este tipo de processo produtivo utilizava-se de trabalhadores pouco, ou nada qualificados para o serviço, que manufaturavam os produtos em máquinas dispendiosas, o que comprometia a inovação dos mesmos, mantendo-os com um mesmo padrão pelo maior tempo possível.
Com a linha de montagem de Ford, pudemos constatar a substituição da produção manufatureira, dando início a um processo de industrialização que se tornou uma das principais fontes de renda da economia mundial: a indústria automobilística. Porém, juntamente com essa capacidade produtiva, veio também uma competição cada vez mais acirrada entre as empresas desse setor.
Posteriormente, esse processo de produção foi copiado pelos europeus, que não se preocuparam em fazer uma abordagem crítica sobre o método para tentar encontrar formas de melhorá-lo. No entanto, os japoneses foram aos Estados Unidos com um propósito diferente, o de aprender para melhorar. Um engenheiro japonês chamado Eiji Toyoda, acabou por entender o sistema de produção americano e encontrou possibilidades de melhoria. Com os conhecimentos que adquiriu, e tendo em vista a limitação do cenário japonês após a Segunda Guerra Mundial, Toyoda estabeleceu um novo método produtivo para a fábrica de sua família, a Toyota, e com ajuda de um maquinário adquirido nos Estados Unidos, a Toyota iniciou um modo enxuto de se pensar a produção, reduzindo lotes e custos de estocagem e aumentando a diversidade e a qualidade dos produtos.
2. Revisão de literatura
Do latim productĭo, o termo produção refere-se à ação de produzir, à coisa produzida, à forma de se produzir ou à totalidade dos produtos da terra ou da indústria. O verbo produzir, por sua vez, está relacionado com engendrar, procriar, criar, procurar, originar, ocasionar e fabricar.
Na economia, é a criação e o processamento de bens e mercadorias. O processo abarca a concepção, o processamento e o financiamento, entre outras etapas. A produção é um dos principais processos econômicos e o meio através do qual o trabalho humano gera riqueza.
Em 1914 Henry Ford, empresário norte-americano, criou o sistema de fabricação em massa, na indústria automobilística, também conhecido como Fordismo. O objetivo principal deste sistema era reduzir ao máximo os custos de produção e assim baratear o produto, podendo vender para o maior número possível de consumidores. Desta forma, dentro deste sistema de produção, uma estratégia rolante conduzia o produto, no caso da Ford os automóveis, e cada funcionário executava uma pequena etapa. Logo, eles não precisavam sair do seu local de trabalho, resultando em uma maior velocidade de produção. Também não era necessária a utilização de mão de obra muito capacitada, pois cada trabalhador executava apenas uma pequena tarefa dentro de sua etapa de produção.
Na década de 1980, o Fordismo entrou em declínio com o surgimento de um novo sistema de produção mais eficiente: Toyotismo.
Toyotismo é um sistema de organização voltado para a produção de mercadorias. Criado no Japão, após a Segunda Guerra Mundial, pelo engenheiro japonês Taiichi Ohno, o sistema foi aplicado na fábrica Toyota (origem do nome do sistema). O Toyotismo espalhou-se a partir da década de 1960 por várias regiões do mundo e até hoje é aplicado em muitas empresas.
2.1 Os princípios do modelo Toyota
Segundo LIKER (2004), são 14 os princípios do modelo Toyota e foram divididos em quatro categorias conforme a Figura 01 abaixo para facilitar a compreensão:
Figura 01: As quatro categorias do modelo Toyota, segundo LIKER (2004).
Fonte: Próprio autor
2.1.1 Basear as decisões administrativas em uma filosofia de longo prazo, mesmo em detrimento de metas financeiras de curto prazo;
2.1.2 Criar o fluxo de processo contínuo para trazer os problemas à tona;
2.1.3 Usar sistemas puxados para evitar a superprodução;
2.1.4 Nivelar a carga de trabalho (Heijunka), ou seja, trabalhar como tartaruga, não como lebre;
2.1.5 Construir uma cultura de parar e resolver os problemas, obtendo a qualidade logo na primeira tentativa;
2.1.6 Tarefas padronizadas são a base para a melhoria contínua e a capacitação dos funcionários;
2.1.7 Usar controle visual para que nenhum problema fique oculto;
2.1.8 Usar somente tecnologia confiável e completamente testada que atenda aos funcionários e processos;
2.1.9 Desenvolver líderes que compreendam completamente o trabalho, que vivam a filosofia e a ensinem aos outros;
2.1.10 Desenvolver pessoas e equipes excepcionais e que sigam a filosofia da empresa;
2.1.11 Respeitar sua rede de parceiros e de fornecedores desafiando-os e ajudando-os a melhorar;
2.1.12 Ver por si mesmo para compreender completamente a situação (Gemba);
2.1.13 Tomar decisões lentamente por consenso, considerando completamente todas as ações; implementá-las com rapidez;
2.1.14 Tornar-se de uma organização de aprendizagem através da reflexão incansável (Hansei) e da melhoria contínua (Kaizen).
3. Produção enxuta
Produção enxuta é uma filosofia operacional criada no Japão após a Segunda Guerra Mundial, especificamente na Toyota. Esta filosofia surgiu da necessidade de eliminar desperdícios, para assim se tornar uma empresa com perfil para competir com as empresas automobilísticas americanas.
Este modo de produção visa flexibilidade, estoques baixos, eliminação de desperdícios por todo o processo, redução de quebras e falhas, layouts enxutos, identificação das atividades que agregam valor ao produto, etc. Busca atender as necessidades dos clientes exatamente como eles desejam
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