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Por:   •  9/3/2015  •  1.883 Palavras (8 Páginas)  •  287 Visualizações

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INTRODUÇÃO:

Este projeto foi desenvolvido pelas acadêmicas de Serviço Social da UniubeEad,Alinne P. Sertório de Souza, Anamaria Cruz Leal, Renata de Matos Baraúna e Sônia Queiroz dos Santos, atendendo as exigências da disciplina Estágio Supervisionado II, sob orientação da Assistente Social da APAE que desempenha a função de Supervisora de Campo.

A Constituição Federal de 1988 já sinaliza para a implementação, no nosso país, a Educação inclusiva. O artigo 208, §III de nossa Carta Magna prescreve que “O dever do Estado com a Educação será efetivado mediante a garantia de Atendimento Educacional Especializado aos portadores de deficiência preferencialmente na rede regular de ensino”.

O município de Canavieiras comprometido com a garantia do acesso e da permanência das crianças e adolescentes na escola tem como meta efetivar as políticas públicas do Governo Nacional de Educação Inclusiva, fundamentada na ideia de construção de uma sociedade que reconhece e valoriza a diversidade.

O desafio desta política é formular uma escola de qualidade para todos, atendendo aos princípios da justiça e da equidade. Para tanto, é imprescindível que haja reestruturação do currículo e do planejamento escolar para que a educação e a inclusão dos alunos especiais seja um processo que abranja todo o sistema educacional e a sociedade como um todo. O papel da escola é proporcionar uma aprendizagem plena respeitando as diferenças sem perder de vista as parcerias com a família e a sociedade. Todo o suporte deve ser dado a fim de viabilizar este procedimento, nesse sentido, o Centro de Atendimento Especializado-APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) através da equipe técnica elaborou um projetode intervenção o qual quatro estagiárias do Curso de Serviço Social da UNIUBE após o projeto de pesquisa detectaram a existência de inúmeros obstáculos no processo de adaptação dos alunos, professores, da falta de acessibilidade na estrutura física e a insegurança das famílias no âmbito da inclusão. Por isso, faz-se necessária a intervenção com o intuito de proporalternativasque proporcionem a efetivação da educação inclusiva.

JUSTIFICATIVA:

A educação inclusiva vem se tornando uma realidade cada dia mais desafiadora para os sistemas de ensino brasileiros, pois o direito a educação não se configura apenas pelo acesso, materializado na matrícula junto ao estabelecimento escolar, mas também pela sua participação, aprendizagem ao longo da vida e o apoio da família.

Sassaki (1998, p.9) explicita o paradigma da inclusão:

Neste sentido a um conjunto de ações voltadas para os alunos, pais, professores, gestores escolares e formadores docentes, com a finalidade de solidificar e ampliar as condições necessárias para garantia do direito a educação. O processo de inclusão escolar de alunos com necessidades educacionais especiais nas classes regulares é possível quando se acredita no potencial humano na alegria que cada um de nós sempre tem de aprender e de ensinar. Os desafios são muitos, mas também são vários os caminhos que podem ser percorridos. Corroborando com esta ideiaBeyer afirma que:

A acessibilidade na escola é concebida com uma premissa para o pleno acesso dos alunos especiais, compreendendo desde a adaptação arquitetônica, formação continuada dos professores e participação das famílias nas escolas.

De acordo com a Lei 10.098 de 19 de dezembro de 2000, acessibilidade é:

Cardoso (1995, p.333) afirma:

“É preciso não esquecer que o ensino cada vez mais, dependerá de um lugar que seja quente, que signifique e acrescente valores em seu uso, um lugar para aprender, arquitetado pelo e para o homem”. (KAPP, 2003, p.102).

A busca de estratégias que permitam remover essas barreiras, assim como as arquitetônicas vai muito além da inserção de alunos. A presença física é necessária, mas não é suficiente para afirmar que a inclusão está ocorrendo. Para que as escolas assumam orientação inclusiva, sendo espaços de aprendizagem e de participação, uma série de paradigmas precisam ser transformados, o que não é uma tarefa fácil e exige tempo, espaço de discussões além de uma rede de suporte; essa rede inclui professores especializados para oferecerem apoio aos colegas, aos alunos e aos familiares inclui também a colaboração de profissionais como: Assistente Social, Psicólogo, Fonoaudiólogo, Psicopedagogo e outros.

Refletir sobre o processo inclusivo leva a necessidade de rever conceitos e práticas, na construção de uma sociedade que respeite as diferenças, que saiba como agir diante dos problemas levando em conta a necessidade de conscientização e combate ao preconceito em relação às pessoas portadoras de necessidades especiais. O preconceito está na dificuldade em aceitar o que aparentemente foge da normalidade. As pessoas temem o que não conhecem. É preciso mudar essa realidade valorizando as capacidades dos portadores de deficiências, dando oportunidades para que ampliem seus conhecimentos e o convívio social. Pode-se concordar com Stainback e Stainback (1999,p.27), ao afirmarem que :

É preciso mudar essa realidade valorizando as capacidades dos portadores de deficiência, dando oportunidades para que ampliem seus conhecimentos e o convívio social.

Segundo (EDLLER, 2006):

Para uma efetiva participação e interação dos alunos especiais, como sujeito de uma sociedade se faz necessário oportunizar a todos o direito de participar, de ir e vir, comunicar-se em condições de igualdade.

Segundo Blanco (2004);

No entanto é necessário além de identificar os interesses dos alunos, criar novos interesses, ou seja, motivá-los a aprenderem coisas novas que apresentem sentido e significado.

Outra grande dificuldade encontrada na pesquisa é a ambientação dos docentes no âmbito da inclusão pela falta de capacitação. O que se tem são professores assustados, amedrontados, inseguros, despreparados e, portanto, incapacitados para exercer tal função. Autores como Mazotti (2002), Omete (2003) e Ortiz (2003), apontam para a transformação da postura dos educadores envolvidos no processo de ensino/aprendizagem de alunos com necessidades educacionais especiais em contexto regular, como uma das principais ações rumo à consolidação da proposta inclusivista para a educação. Há necessidade de se mudar o pensamento dos educadores quanto ao objetivo dessa proposta educacional. Quanto à concepção de aluno, ou seja, a quem esses educadores vão ensinar e o porquê dessa educação, enfatizando na precisão de se investir em processo de formação desses educadores.

Quanto à família que é o primeiro e talvez o principal grupo social em que vivemos onde aprendemos a construir nossa individualidade e independência é fundamental a participação para o desenvolvimento, aprendizagemdo aluno no contexto escolar. Por isso é muito importante a interação entre a família desses alunos especiais e a escola, para que a inclusão seja efetivada e alcance êxito.

Como bem diz PIAGET:

“Uma ligação estreita e continuada entre os professores e os pais leva, pois, a muita coisa que a uma informação mútua: este intercâmbio acaba resultando em ajuda recíproca e, frequentemente, em aperfeiçoamento real dos métodos. Ao aproximar a escola da vida ou das preocupações profissionais dos pais, e ao proporcionar, reciprocamente, aos pais um interesse pelas coisas da escola chega-se até mesmo a uma divisão de responsabilidades [...] (2007, p.50)”.

Diante da exposição de todo o contexto mencionado, fica claro que, são inúmeros os desafios a serem vencidos ao longo do processo de inclusão. Ainda assim é extremamente importante a superação de barreiras, tendo em vista que a proposta inclusiva garante não apenas o acesso, mas também, a permanência exitosa dos alunos em seu ambiente escolar. A recomendação para que os alunos que apresentam necessidades educacionais especiais sejam matriculados na Rede Regular de Ensino está na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96.

OBJETIVO GERAL:

Identificar os obstáculos existentes no processo de inclusão dos alunos portadores de necessidades educacionais especiais.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

• Oferecer ao aluno especial recursos profissionais e institucionais adequados para que desenvolva seu potencial como estudante e exerça sua cidadania;

• Examinar os procedimentos utilizados na inclusão dos alunos especiais à rede regular de ensino;

• Identificar as principais dificuldades encontradas por parte dos familiares dos alunos nesse processo de inclusão;

• Apoiar a eliminação de barreiras arquitetônicas para a circulação do estudante, permitindo acesso aos espaços de uso coletivo;

• Cobrar das instâncias de poder responsáveis pelo setor, construção dos meios que garantam o direito constitucional de ir e vir;

• Assegurar o surgimento de vínculos afetivos e sociais em toda classe;

• Verificar o nível de preparação dos docentes destinados ao processo de inclusão;

• Verificar o nível de preparação dos docentes da rede regular de ensino em relação portador de necessidades educacionais especiais.

METAS:

Entrevistar as famílias dos 20 alunos com necessidades especiais selecionados para o processo de inclusão na rede regular de ensino,no período de 15 dias.

METODOLOGIA:

Com o objetivo de analisar a questão inclusiva dos alunos especiais nas pesquisas do campo no município de Canavieiras-Ba, na rede pública e privada de ensino onde serão utilizados instrumentais para coleta de dados a entrevistas, visitas de campo, questionários e busca ativa.

A pesquisa deverá ser efetuada em seis escolas públicas e uma particular do município, que atendem ao ensino fundamental I e devem ter incluídos em suas turmas alunos com necessidades educacionais especiais. Os métodos utilizados serão para verificar a existência de acessibilidade em termos físicos, atitudinais, cognitivas e relacionais, almejados detectar se esses são os fatores que contribuem para que a matrícula e frequência dos alunos não se processem.

Na realização da busca ativa serão selecionados vinte alunos, distribuídos entre as quatro estagiárias com a finalidade de investigar quais desses alunos estão matriculados e frequentando a escola regular.

PÚBLICO – ALVO:

O projeto de intervenção destina-se aos alunos portadores de deficiências da APAE, os docentes e famílias envolvidas no processo de inclusão.

RECURSOS HUMANOS:

01 Assistente Social na função de supervisora de campo para orientar e supervisionar a pesquisa e quatro estagiárias de Serviço Social para realizar as atividades pertencentes do projeto.

AVALIAÇÃO:

Este projeto se constituirá a partir de acompanhamentos, observações e buscas, tendo como pretensão obter informações de como está sendo implementada a inclusão e apresentar as dificuldades que ainda persistem neste processo. Bem como, proporcionar momentos de reflexão e a socialização de ideias que auxiliem na elaboração de uma proposta inclusiva.

CRONOGRAMA:

Estima-se que a pesquisa transcorra no período de seis meses, havendo necessidade, o prazo de término poderá ser prorrogado.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

REVISTA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL – Inclusão, Brasília: Secretaria de Educação Especial. V.5, n.1, 2010.

REVISTA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL – Inclusão, Brasília: Secretaria de Educação Especial. V.5, n.2, 2010.

GOMES, Márcio. Construindo as Trilhas para a inclusão, Editora Vozes, 2009. Petrópolis – RJ.

TESSARO, Nilza Sanches. InclusãoEscolar: Concepções de Professores e Alunos da Educação Regular e Especial, Editora Casa do Psicólogo, 1ª ed. 2005. São Paulo.

STAINBACK, Susan e STAINBACK, William. Trad.Magda França Lopes. Inclusão – Um guia para educadores. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.

BLANCO, R. A atenção à diversidade na sala de aula e as adaptações do currículo. In: COLL, C.; MARCHES. A.; PALACIOS, J. A(Org) Desenvolvimento psicológico e educação: transtornos de desenvolvimentos e necessidades educativas especiais. Porto Alegre: Artmed, 2004.

BEYER, H. O. Inclusão e avaliação na escola de alunos com necessidadeseducacionais especiais. Porto Alegre: Editora Mediação, 2005.

BEYER, H. O. A Educação Inclusiva: resinificando conceitos e práticas da educação especial. Revista Educação Especial. Brasília, n.02, ago.2006.

SARTORETTO, M.L.M. Inclusão: teoria e prática. In: III Seminário Nacional de Formação de Gestores e Educadores, 2006, Brasília. Ensaio Pedagógico. Educação inclusiva: Direito a Diversidade Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2006.

BRASIL. LEInº 10.098 de 19 de dezembro de 2000.

CARDOSO, M. Alice de Coelho Couto;MATRUCCI, Ricardo. Barreiras Arquitetônicas No Ambiente Construído. In: ENTAC – Encontro Ambiente Construído IV, 1995. São Paulo. Anais.:São Paulo: ENTAC, 1995,P. 331 – 336

Kapp, Téssia Regina Henriques. A Dimensão do Espaço Pedagógico. Um estudo de caso. O Centro Universitário Franciscano. Santa Maria,2003. Curso de Mestrado do programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Santa Maria. Santa Maria,2003.

MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Ética e inclusão: O estatus da diferença. In: inclusão: Compartilhando Saberes. Petrólis-RJ, ed. Vozes,2006, pág. 54-66.

Constituição Federal de 1988. Educação Especial Art. 208 § III.

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