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Projeto De Pesquisa De Psicologia Social

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Por:   •  24/5/2014  •  1.968 Palavras (8 Páginas)  •  1.417 Visualizações

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Universidade Paulista – UNIP

Curso de Psicologia

Projeto de Pesquisa em Psicologia Social

Ana Beatriz Prates Manzatti - B409BF1

Ana Carolina Leite Moreira - B4334A7

Carolline Maria Teixeira da Silva - T259CG3

Daniely Mota Silveira - B53IGB7

Araçatuba – SP

Maio de 2014

Trabalho apresentado como requisito parcial para avaliação da disciplina Projeto de Pesquisa em Psicologia Social, ministrada pela professora Drª Eni de Fátima Martins.

Araçatuba – SP

Maio de 2014

INTRODUÇÃO

Para se compreender a sociedade, temos que primeiramente ter interesse pelas camadas mais carentes de atenção, como por exemplo, idosos, crianças carentes e pessoas que tiveram seus direitos violados. Conhecer e relatar a atuação do psicólogo social em instituições do campo da assistência social utilizando os pressupostos instituídos pela Política Nacional de Assistência Social é o principal objetivo desse trabalho.

A metodologia utilizada para tal foram visitas realizadas em três instituições, sendo um asilo e um projeto para jovens carentes na cidade de Araçatuba, e o CREAS em Andradina,onde foram feitas entrevistas semi-estruturadas, e também uma observação de tempo estimado em duas horas. Não foram utilizados gravadores ou qualquer instrumento do tipo, por escolha grupal, os materiais que utilizamos foram os termos de consentimento, a carta de apresentação, folha com o roteiro de perguntas e observações e diário de campo. Para enriquecimento teórico fez-se uso de pesquisa bibliográfica, utilizamos como fonte artigos em sites reconhecidos.

A necessidade desse tipo de conhecimento se dá, pois a assistência social deve ser colocada como um direito de cidadania, garantindo o atendimento às necessidades básicas da população, principalmente dos grupos mais vulneráveis. Os programas que visam à inserção e à reinserção familiar são prioritários na política de assistência social, política essa que juntamente com os políticos setoriais, considera as desigualdades socioterritoriais, assim visando seu enfrentamento, garantia dos mínimos direitos sociais, promoverem condições para atender à sociedade e à universalização dos direitos sociais.E o papel do Psicólogo nesse âmbito é o de ser agente de construção no sentido de que a maior parte das pessoas que chegam até essas instituições, na maioria das vezes estão abaladas, sofrendo e ao ouví-las e ajudá-las a buscar caminhos para solucionar as suas demandas elas jáse sentem reconfortadas, e também a instrução naintenção de ensinar os indivíduos a conhecer seus direitos.

E no desenvolvimento deste, tivemos a oportunidade de conhecer como esses direitos são garantidos a essa população atendida nesses três lugares visitados, que trabalham com o sistema de equipes multidisciplinares, visando a Humanização e a garantia de direitos, ou seja, valorizar o que temos de mais precioso, nós mesmos, sem esquecer-se de lutar pelos direitos e trabalhar pelo bem da comunidade.

MÉTODO

As entrevistas e observações foram realizadas em três instituições: Asilo São Vicente de Paula, na Associação Batista João Arlindo, ambos em Araçatuba, e no CREAS de Andradina.

O Asilo São Vicente de Paula é uma instituição de longa permanência que se mantem tanto por subsídios do governo, doações e 70% da aposentadoria de cada idoso, atende pessoas idosas de ambos os sexos, alguns com deficiências físicas e mentais.

A Associação Batista João Arlindo é um projeto de abrangência nacional que tem por objetivo a humanização, o público alvo são crianças de seis a quinze anos. A instituição se mantem com 90% de arrecadações da Igreja Batista, além de convênios municipais e estaduais e de doações das notas fiscais de algumas empresas.

O CREAS – Centro de Referência Especializada em Assistência Social – tem como sua população alvo pessoas que tiveram seus direitos violados como idosos, moradores de rua, pessoas que sofreram abuso sexual, violência doméstica e pessoas que estão cumprindo medidas socioeducativas. A instituição é mantida tanto por recursos do governo municipal, estadual e federal.

Em todas as instituições visitadas foram realizadas entrevistas semi-estruturadas, entregue o termo de consentimento e a carta de apresentação. As entrevistas não foram gravadas por uma escolha em conjunto do grupo, cada entrevista durou em torno de uma hora. As observações diretas foram registradas nos diários de campo de cada integrante do grupo e a duração de cada observação foi em torno de duas horas.

DESENVOLVIMENTO

O trabalho do psicólogo se faz cada vez mais necessário na sociedade atual, principalmente em instituições de longa permanência, como por exemplo, os asilos. O asilo São Vicente de Paula é um dos casos onde ainda não há um psicólogo, o único contato que os idosos tiveram foram estagiários que fizeram um breve, porém, belo trabalho acerca do bem estar dos idosos enfocando nas vivências deles quando eram jovens, deixando-os a vontade e trabalhando na autoimagem desses idosos, para que se sentissem bem e aceitassem a velhice de forma mais fácil.

O artigo cita a necessidade de se investir em estudos e práticas que permitam o planejamento de estratégias que atendam às demandas deste grupo. O que se pode constatar na observação é que embora o asilo seja um lugar agradável, a maioria, se não todos, sentem muita falta de seus familiares. E muitos se sentem excluídos da sociedade. Pois como diz o artigo ‘(...) o novo e atual são valorizados em direção a produtividade e ao lucro com uma tendência a não gostar de seus velhos. A partir desse embasamento pode-se inferir que a inovação da modernidade implica a intolerância ao antigo, ao ultrapassado e consequentemente a figura do idoso.’

As carências que o artigo diz, são as necessidades de valorização, visitas constantes de familiares e também de outras pessoas da sociedade, para que dessa forma possam dividir os seus conhecimentos, ou simplesmente dialogar, para que sintam-se respeitados e que não foram esquecidos pela sociedade. A própria Assistente Social do asilo comenta que eles gostam muito de visitas e gostam de conversar com pessoas novas.

‘Ressalta a necessidade de estimular a criação/organização de canais de comunicação, informação, expressão que sejam difusores de imagens mais positivas, bem como de denúncia e combate a maus tratos, violência, exclusão e depreciação.’ Para quebrar essa imagem que o idoso carrega de si mesmo, pois os estereótipos tem um efeito negativo na autoestima desses velhinhos.

Ao acompanhar a entrevista da psicóloga da Associação Batista João Arlindo, foi destacado seu trabalho com a construção e instrução das crianças e jovens atendidos pelo projeto que dá prioridade às crianças carentes de bairros próximos, como discutido no artigo, em que a questão dos fatores de riscos apresentam relação com o contexto social no qual elas se encontram, e destacando que seus efeitos podem ser piores em famílias mais pobres.

‘Conforme Freire (1980) a população estará fadada à completa passividade, caso a educação não se torne a mola propulsora que, ao possibilitar situações de participação, faça com que o indivíduo seja debatedor e analista dos problemas aos quais está sujeito.’ ‘Infelizmente, a maioria das pessoas não tem essa compreensão de sua realidade e não reflete sobre sua própria existência e os mecanismos de manipulação que a sociedade acaba os submetendo.

A intenção do trabalho da Associação Batista João Arlindo é exatamente romper com esse modo de compreensão, educar as crianças a fim de refletir e encarar de forma mais positiva sua realidade social. Sempre enfocando na Humanização, ou seja, valorizar o ser humano.

O trabalho do psicólogo é identificar os fatores de risco e poder intervir quando for necessário, justamente o que foi relatado pela psicóloga ao descrever as atividades realizadas, seu trabalho e pelo que se pôde notar na observação quando as crianças procuravam não só a psicóloga, mas também outros colaboradores para poderem conversar.

Outro fator presente é o de proteção, responsável por neutralizar o impacto do fator de risco, e que deve ser trabalhado pelos profissionais a fim de desenvolver a motivação nos indivíduos. No caso do projeto, é de grande importância valorizar o trabalho dos jovens para que eles possam se sentir capazes de mudar o modo como estão acostumados a ver sua realidade.

‘Os trabalhos comunitários partem da identificação das necessidades e carências vividas pelo grupo, sobretudo no que se refere às condições de saúde, educação e saneamento básico.’ E também ‘A busca conjunta pela transformação da realidade vivida enfatiza a solidariedade, a cooperação, o respeito mútuo e a luta pelos direitos humanos.’ Pode se fazer uma relação muito importante entre a observação e o artigo, que o enfoque é a Humanização, valorizar o que temos de mais precioso, nós mesmos, sem esquecer de lutar pelos nossos direitos e trabalhar pelo bem da comunidade.

O CREAS – Centro de Referência Especializada em Assistência Social – faz parte da proteção social especial de alta ou média complexidade, tem como função proteger às famílias ou indivíduos com direitos violados.

O trabalho desenvolvido pela psicóloga do CREAS, pelo que pode ser coletado durante a entrevista, se parece um pouco com o que os outros profissionais, como o assistente social, desenvolvem, são eles os acolhimentos, encaminhamentos, reuniões institucionais. Porém, apesar de desenvolverem e dividirem as tarefas, o psicólogo possui um diferencial, vai olhar para a subjetividade do sujeito com o qual está trabalhando. Ela relata que é necessário realizar um trabalho terapêutico, mesmo que no CREAS não é realizado psicoterapias, só o fato de ouvir a pessoa já pode ser de grande importância, pois a maioria das pessoas que chegam até lá estão abaladas, sofrendo e ao ouvi-las e ajuda-las a buscar caminhos para solucionar as suas demandas elas já se sentem reconfortadas.

Portanto, afirma-se a presença do psicólogo nas Políticas Públicas de Assistência Social, tendo em vista que o conhecimento trazido pelos profissionais psi reflete o compromisso acerca da defesa dos direitos sociais. Desta forma, a Psicologia nas Políticas Públicas contribui para além do melhor atendimento aos sujeitos, mas pode contribuir com a formulação e implementação dessas políticas, uma vez que o psicólogo compreende os aspectos subjetivos acerca dos fenômenos sociais visando assim a garantia dos direitos humanos (CFP; CREPOP, 2011).

Nesta instituição é realizado um trabalho multidisciplinar, há psicólogos, assistente social e advogado. Além do trabalho em conjunto com os profissionais do CREAS há também uma interdependência com o CRAS, a rede de Saúde Pública e as escolas, porém essas outras instituições não correspondem de forma satisfatória.

O que não foi observado e nem citado pela psicóloga entrevistada foi a realização de atividades em grupo com os usuários da instituição, o que é uma atividade importante neste contexto.

A intervenção em grupo além de ser uma das técnicas possíveis do atendimento psicossocial, configura-se em um espaço de conscientização no Silva & Cezar 90 Estudos Interdisciplinares em Psicologia, Londrina, v. 4, n. 1, p. 80-98, jun. 2013 processo inter e intrapessoal que busca o desenvolvimento do sujeito. A partir do grupo, objetiva-se “o espaço de convivência e o compartilhamento de experiências [...] o resgate da corporeidade e a reconstrução de relações e vínculos afetivos com a família, a comunidade e o grupo de pares” (CFP; CREPOP, 2009 p. 62).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pode-se observar melhor o trabalho dos psicólogos sociais em instituições com base nos artigos científicos pesquisados, acrescentando um conhecimento que até então só foi visto na teoria. Um dos papéis da PNAS é enfrentar desigualdades e permitir a padronização da acessibilidade aos direitos sociais. No asilo não há uma busca para uma reinserção direta dos idosos, mas realização de atividades para que essa ideia, de que eles ainda são membros da comunidade, vá ficando clara para eles e vai se amadurecendo. Na associação há a conscientização da humanização e dos valores transmitidos para lutar contra desigualdades e não se deixar acomodar. No CREAS o foco principal é ajudar, encaminhar, mostrar caminhos, dar suporte para as famílias e indivíduos que tiveram seus direitos violados a se reintegrarem na sociedade, buscarem uma boa qualidade de vida.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Sapienza, G; Pedromônico, M. R. M. Risco, Proteção e Resiliência no desenvolvimento da criança e do adolescente. Psicol. estud. v.10 n.2 Maringá mai./ago. 2005. Disponível em [http://www.scielo.br/pdf/pe/v10n2/v10n2a07.pdf] e acessado em 13 de abril de 2014.

SILVA, R, B.; CEZAR, P, C, N. Atuação do sicólogo no CREAS em municípios de pequeno porte. Estudos Interdisciplinares em Psicologia, Londrina, v. 4, n. 1, p. 80-98, jun. 2013. Disponível em: <file:///C:/Users/User/Downloads/14975-67543-1-PB.pdf>. Acesso em: 30 mar. 2014.

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