Psicologia Social
Dissertações: Psicologia Social. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 29/5/2014 • 1.778 Palavras (8 Páginas) • 403 Visualizações
UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP
Centro de Educação a Distância
Polo Sobral – Ce
Serviço Social – 3º semestre
Disciplina: Psicologia Social
437037 – GISELLE DO NASCIMENTO PEREIRA
407482 – LUIZ GUSTAVO GOMES VASCONCELOS
436817 – MARIA DO SOCORRO NASCIMENTO LOPES
413075 – MARIA MEIRE RIBEIRO
428081 – MARIA MARCILENE LIMA PASSOS
Humilhação Social e Invisibilidade Pública
Tutora EAD: Helenrose A da S Pedroso Coelho
SOBRAL – CE
30/04/2014
Etapa 1
Nos dias atuais a humilhação social é um problema recorrente não só nas grandes metrópoles mercantilizadas, mas se permeia também nas cidades interioranas semi-industrializadas, este problema já sistematizado pelos nossos órgãos públicos, agride o cidadão menos favorecido que é cada vez mais empurrado para as periferias onde são amontoados em condições degradantes ao ser humano, perdendo sua identidade cultural e sua integridade física e psicológica. Onde lhe resta apenas a mórbida esperança de vender sua força física em troca de um mínimo soldo que mal lhe comprara a comida necessária pra manter-lhe a saúde, pois esta é a única garantia que tem de continuar há habitar seu circulo vicioso de onde a esperança de escapatória é inerte.
Estes trabalhadores amontoados em seus dormitórios sujos e mau acabados podem contar com a inercia de nossos políticos ascendidos ao poder pelo proletariado, mas que trabalha em prol exclusivamente do patrão que explora estes retirantes e negros nos dias atuais como se fazia há 500 anos.
Estas pessoas maltratadas pela falta de esperança e pela desilusão mostram em seus semblantes marcas inconfundíveis que o sofrimento psicológico imprime no semblante ao passar dos anos, como visto nas entrevistas listadas no artigo.
Estes trabalhadores que vivem a margem da sociedade justa sem saúde e tendo sua identidade trucidada por uma cultura de massa imposta outrora por coronéis, hoje difundida largamente pela mídia capitalista controlada pelos grandes detentores do capital.
A sociedade cada vez mais capitalista precisa consumir cada mês um pouco mais, impulsionados pela frenética necessidade da ostentação do capital, onde aquele individuo que tem seus direitos ceifados pela falta de oportunidades justas, tem a humilhação impregnada em seu ser, não tem perspectivas como parte do coletivo e este se vê mais como um estorvo, mau sabendo ele que sem sua desvalorizada força braçal não seria possível a metrópole industrializada manter seu coração capitalista pulsando.
Etapa 2
A invisibilidade social é um fenômeno decorrente da contemporaneidade, mas especificamente do século XX. O termo invisibilidade social é um conceito que foi criado para designar as pessoas que ficam invisíveis socialmente, seja por preconceito ou indiferença. Esse conceito é bastante amplo, abarcando os vários fatores que levam a uma invisibilidade, tais como sociais, esse fenômeno, o fato que as identifica nessa minoria agredida é uma constante e latente humilhação. Todavia isso pode acarretar diversos problemas, como a depressão, doenças psíquicas, distúrbios e o bullyng.
Como o próprio nome sugere, invisibilidade social é uma patologia social, de responsabilidade e de identidade, uma violência psicológica que se manifesta através da indiferença humana ao sofrimento, “o que não quero enxergar no outro não existe em mim”, e se expressa de diversas formas: econômica, sexual, racial, etária, estética, histórica, religiosa e cultural.
A desigualdade social se apresenta como uma condição social onde as relações sociais estão caracterizadas pelo acesso diferenciado aos bens culturais produzidos pela coletividade; nas relações uns são possuidores e os outros carentes; uns são doadores e os outros receptores; uns ver além mais que outros; uns são hierarquicamente superiores a outros na escala social. Os direitos não estão também adequadamente e nem igualmente distribuídos. Os espaços estão desigualmente divididos; o poder político está concentrado na mão de grupos dominantes da elite.
Em estudos e pesquisas da Sociologia e psicologia, apontam as desigualdades sociais como um fenômeno constituinte da sociedade brasileira, aonde seu surgimento veio da história da colonização, onde o Brasil foi colonizado pelos europeus e as suas riquezas e economias foram tiradas, deixando uma herança de miséria e abandono, nos restando uma história de desigualdade que vem se arrastando de longos e sofridos anos, e até hoje discutimos e debatemos formas pra combater as questões sociais no tocante das desigualdades sociais.
A invisibilidade social atende um propósito: mascarar as feridas de quem acha que não tem nada haver com a história, “eu olho, mas não te vejo”, no entanto é preciso de políticas públicas para resolver as questões que às vezes é explicada de forma contraditória, ou por falta de esforço ou de uma estrutura social mais justa.
Percebemos que a invisibilidade afeta cada vez mais pessoas de baixa renda, com pouco grau de escolaridade. Isso se dá devido ao fato de se tratar de profissionais que, de certa forma, são considerados de pouca significância, mas sabemos também esses trabalhadores que sofrem tal tipo de preconceito, prestam em sua maioria, serviços importantes para a sociedade, podemos perceber também que toda desigualdade social deixa o ser humano invisível, impotente diante da realidade.
Um dos principais causadores da invisibilidade é a questão econômica. “O sistema capitalista sobrevive sob a lei do mais valia, na qual para que um ganhe é imediatamente necessário que outro perca. Desse modo à população de baixa renda é vista como um vasto mercado consumidor, e essa é sua única forma de visibilidade”, explica Gachet. GONÇALVES FILHO, J. M. Humilhação social – um problema político em psicologia. Psicol. USP [online]. Vol. 9, nº 2 [citado 4 jun. 2006], 1998, p.11-67.Disponível em:<https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=explorer&chrome=true&srcid=0B_QRJWKpWlM2Q3OWRiYmQtMDY5My00ZWNmLWIwMzItYzg4OGEwZWI4mFl&hl=en>. Acesso em: 11 de março 2014
Segundo Gachet o preconceito que gera invisibilidade se estende a tudo o que está fora dos padrões de vida das classes hierarquicamente superiores. Muitos são os indivíduos que sofrem com a invisibilidade social, como por exemplo, profissionais do sexo, pedintes, usuários de drogas, trabalhadores rurais, portadores de necessidades especiais e homossexuais.
Etapa 3
Invisibilidade pública é a expressão que resume diversas manifestações de um sofrimento politico: A humilhação social, um sofrimento (politico) longamente aturado e ruminado por gente das classes pobres. Um sofrimento que no caso brasileiro e varias gerações atrás, começou por golpes de espoliação e servidão que caíram pesados sobre nativos e africanos, depois sobre imigrante baixo- salariado a violação da terra, a perda de bem, a ofensa contra crenças, ritos e festas, o trabalho forçado, a dominação nos engenhos ou depois nas fazendas e nas fábricas.
A humilhação social atinge o cidadão da classe pobre na cidade ou no campo, ela é resultado desde o inicio da história, ela rebaixa principalmente a percepção de alguém com baixo trabalho assalariado, que é o trabalho desvalorizado.
Foi constatado que os operários que trabalhava na lavoura de cana-de-açúcar são considerados um trabalho não qualificado, e os trabalhadores são explorados fisicamente e isso é humilhação social.
As pessoas que tem o poder aquisitivo elevado, simplesmente desvalorizam os trabalhos daqueles homens. Onde esse trabalho, é importantíssimo e na qual podemos reconhecer e valoriza-lo, são atividades reservadas a uma classe de homens, homens que se tornaram vencedores e heróis, mas infelizmente são rebaixados socialmente, Ex.: quando temos alguém que trabalha na lavoura está sentado em uma mesa de um restaurante, as o pessoas olham de maneira diferente e às vezes fazem alguns comentários desagradáveis, em outro caso, alguns amigos se reuniram debaixo de uma árvore e ficaram conversando sobre a humilhação social, naquele mesmo momento passou um motorista em seu carro em alta velocidade, para que eles não fossem atropelados foram obrigados a pular para o meio fio, com essas atitudes e outras mais, que estragam o dia dessas pessoas, que os deixam tristes, desmotivados e até mesmo reprimidos.
Ao concluir percebe-se, o quanto isso ainda esta presente em nossa sociedade, infelizmente vivemos em um meio, que é valorizado o ter e não o ser, esses exemplos que são citados acima, ainda está muito presentes em nosso dia-a-dia, as pessoas esquecem o quanto é importante cada trabalho, o quanto cada um é significativo para o nosso meio social, e essas pessoas que são “esquecidas”, “desprezadas”, muitas vezes tem mais caráter e responsabilidade, que muitos por ai que esbanjam dinheiro e tem cargos de alto porte!
Etapa 4
Profissão escolhida: Empacotador de mercadorias
William Ubiratan de Sousa, 28 anos. Empacotador em um mini mercado no interior do Ceará. No momento está cursando licenciatura de História, UECE – Imagem: Marcilene Passos em 12/04/2014
Os trabalhadores informais são encontrados predominantemente nos centros urbanos. A título de exemplo, podem-se citar: os flanelinhas, os catadores de papel, os ambulantes, os guardadores de carros, os vendedores de canetas nos transportes coletivos, os vendedores de bala e os malabaristas nos sinais de trânsito. É importante que se observe o tratamento dispensado a estas pessoas tanto pela sociedade de um modo geral como pelo mercado de trabalho. Na verdade, esses trabalhadores, ao exercerem suas atividades profissionais, sofrem inúmeras discriminações. Essas discriminações podem ser observadas tanto no ambiente de trabalho, como na sociedade como um todo. Na maioria das vezes, a discriminação concretiza-se em desigualdade de tratamento e de oportunidades, que acabam gerando exclusão social.
(Âmbito Jurídico: o seu portal jurídico da internet. Disponível em: http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&arigo_id=7139 – Acesso em: 08/04/2014)
Na sociedade contemporânea a humilhação social é um mal que acomete os menos favorecidos e que por sua condição social não obteve condições educacionais satisfatórias, tendo isto culminado para a falta de oportunidades que o empele a trabalhos pouco valorizados pela sociedade que tanto os necessita, para manter seu conforto. O estudante universitário e empacotador William Ubiratan de Sousa 28 anos, mostrado na imagem acima, destaca em sua entrevista que por ter adquirido um pouco mais de conhecimento, sente-se mais frustrado, pois não pode transparecer sua indignação perante a humilhação social que frequentemente enfrenta em seu trabalho, de empacotador. Não menos indignado sentem-se os invisíveis que carregam nossa sociedade consumista, em suas costas todos os dias, em troca de sua “mais valia” e tendo seus direitos trabalhistas esquecidos.
Referências
GONÇALVES FILHO, J. M. Humilhação social – um problema político em psicologia. Psicol. USP [online]. Vol. 9, nº 2 [citado 4 jun. 2006], 1998, p. 11-67. Disponível em:
<https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=explorer&chrome=true&srcid=0B_iQRJWKpWlM23OWRiYmQtMDY5My00ZWNmLWIwMzItYzg4OGEwZWI4ZmFl&hl=en>. Acesso em: 10 mar. 2014.
CARNEIRO, Ava da Silva Carvalho. A desigualdade e a invisibilidade social na formação da sociedade brasileira. Disponível em: <https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=explorer&chrome=true&srcid=0B_iQRJWKpWWZiYTdkODctYjFiNC00ZDVhLTg5MTYtZDc2ZTZhNzY1MGZm&hl=pt_BR>. Acesso em: 11 de março 2014; e disponível em: <http://www.cult.ufba.br/enecult2009/19360.pdf>. Acesso em: 11 de março 2014
GONÇALVES FILHO, J. M. Humilhação social – um problema político em psicologia. Psicol. USP [online]. Vol. 9, nº 2 [citado 4 jun. 2006], 1998, p. 11-67. Disponível em: <https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=explorer&chrome=true&srcid=0B_iQRJWKpWM2Q3OWRiYmQtMDY5My00ZWNmLWIwMzItYzg4OGEwZWI4ZmFl&hl=en>. Acesso em: 11 de março 2014
JACQUES, M. G. C. Psicologia Social Contemporânea. Rio de Janeiro: Vozes, 2011. PLT 345. – Acesso em: 11 de março de 2014
COSTA, Fernando Braga. Homens invisíveis: relatos de uma humilhação social. Disponível em:<http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=web&cd=2&ved=0CC0QFjAB&url=http%3A%2F%2Fwww.teses.usp.br%2Fteses%2Fdisponiveis%2F47%2F47134%2Ftde09012009154159%2Fpublico%2Fcostafernando_do.pdf&ei=ncVkUITtK4b89QSr2oHAAQ&usg=AFQjCNGhDgyYXlmIgy1AsGt_XOtWWQt GFg>. Acesso em: 15 de março 2014
José Maria G. Filho -“A invisibilidade publica”. Costa F.B. Homens Invisíveis: relato de uma Humilhação Social.
Âmbito Jurídico: o seu portal jurídico da internet. Disponível em: http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&arigo_id=7139 – Acesso em: 08/04/2014
Imagem de William Ubiratan de Sousa tirada por: Marcilene Passos em 12/04/2014
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