Questão Social Na Contemporaniedade
Casos: Questão Social Na Contemporaniedade. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Alinebc • 13/5/2014 • 1.413 Palavras (6 Páginas) • 380 Visualizações
INTRODUÇÃO
O Serviço Social tem como objeto a “questão social”, ou seja, “o conjunto das expressões das desigualdades sociais engendradas na sociedade capitalista madura” (IAMAMOTO, 2001). A partir dessa premissa, o movimento de mundialização do capital na contra tendência da crise de longa duração dos anos 70 traz profundas alterações no modo de gestão e produção do trabalho.
A reconfiguração da questão social na contemporaneidade implica na banalização, na descartabilidade e na indiferença perante outro. O resultado tem sido o agravamento da exploração e das desigualdades sociais no bojo de um desenvolvimento econômico conduzido pelo modo de produção capitalista que é traduzido em barbárie social (IAMAMOTO, 2008).
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DESENVOLVIMENTO
Questão social é produto e expressão da contradição entre capital e trabalho. O Serviço Social no Brasil se insere, desde 1930, como uma especialização da questão social. Como tal, a profissão, interna e externamente, sofre as influências das mutações da mesma, enquanto expressão constituída e constituinte dos processos de alienação, antagonismo, desigualdade, discriminação e injustiça social presentes nos modos de ser e aparecer do capitalismo na sociedade brasileira. Nesse processo internaliza valores e concepções de mundo, produz e intercambia conhecimentos e práticas, resiste e/ou se molda às velhas ou novas formas de enfrentamento da questão social pelo Estado, pelas classes sociais e pelo conjunto da sociedade.
O complexo da questão social é um desafio histórico estrutural, que resulta das contradições concretas entre capital e trabalho, a partir do moderno processo de industrialização capitalista, tendo como determinantes o empobrecimento da classe trabalhadora, a consciência dessa classe e a luta política dessa classe contra seus opressores.
Nos primórdios da profissão a questão social era vista e tratada como questão moral, religiosa, inerente à natureza desajustada e/ou patológica dos indivíduos e grupos sociais com os quais mantinha relações profissionais. A partir do Movimento de (Re)conceituação e, sobretudo, pós 1980, a questão social passa a ser considerada como expressão dos antagonismos e desigualdades da sociedade capitalista brasileira, portanto, sendo vista como “questão política” inerente às condições de vida indignas e desumanas da maioria da população e expressão dos movimentos persistentes desta em resistir, tornar-se cidadã em plenitude e dar novos rumos a essa sociedade.
O objeto do Serviço Social, no Brasil, tem, historicamente, sido delimitado em virtude das conjunturas políticas e sócio econômicas do país sempre tendo se em vista as perspectivas teóricas e ideológicas orientadoras da intervenção profissional.
Assim, é que, no início do Serviço Social no Brasil, 1937, o objeto definido era o homem, mas um homem específico: o homem morador de
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favelas, pobre, analfabeto, desempregado, etc. Enfim, entendia-se que esse homem era incapaz, por sua própria natureza, de “ascender” socialmente. Daí que o objeto do Serviço Social era este homem, tendo por objetivo moldá-lo, integra-lo aos valores, moral e costumes defendidos pela filosofia neotomista.
Posteriormente, o Serviço Social ultrapassa a ideia do homem como objeto profissional. Passa-se à compreensão de que a situação deste homem analfabeto, pobre, desempregado, etc. – é fruto, não só de uma incapacidade individual mas também, de um conjunto de situações que merecem a intervenção profissional. O objeto do Serviço Social se coloca, então, como a situação social problema. Na década de 70, com a mobilização popular contra a ditadura militar, o Serviço Social revê seu objeto, e o define como a transformação social.
Apesar do objeto equivocado, afinal a transformação social não se constitui em tarefa de nenhum profissional é uma função de partidos políticos o que este objeto, efetivamente, representou foi a busca, pelas assistentes sociais, de um vínculo orgânico com as classes subalternizadas e exploradas pelo capital. E é esta postura política que tem marcado os debates do Serviço Social até os dias atuais. Teoricamente, o Serviço Social passa a orientar-se pela análise marciana da sociedade burguesa, mas abandonou a transformação social como objeto profissional e, no âmbito da ABESS/CEDEPSS, o objeto passou a ser definido como a questão social, ou as expressões da questão social.
A questão social hoje, mais do que nunca, é complexa, adquire dimensões amplas e profundas. Adentra-se a um novo milênio com incertezas, crises e de dilemas de toda ordem e natureza. Um milênio com progressos imensuráveis, mas também misérias incomensuráveis e violências diversas em todos os cantos e lugares. Vivencia-se a era da globalização dos países, das regiões, das ideias, dos costumes, dos povos.
Considerando ainda que a Questão Social vem sendo debatida quanto ao seu caráter de “matéria prima do serviço social” e da forma como se expressa frente ao processo de transformação social, ora sendo defendida a sua redefinição na história e, nesse sentido, tendo-se, na visão de alguns
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teóricos, uma “nova questão social”, ora sendo entendida como a mesma “velha” questão, que tendo como pano de fundo as desigualdades sociais e seus aprofundamentos, ganha novas dimensões e novas formas de se expressar. A desigualdade social e a pobreza são problemas sociais que afetam a maioria dos países na atualidade. A pobreza existe em todos os países, pobres ou ricos, mas a desigualdade social é um fenômeno que ocorre principalmente em países não desenvolvidos.
Todavia, a desigualdade social no Brasil tem sido percebida nas últimas décadas, não como herança pré-moderna, mas sim como decorrência do efetivo processo de modernização que tomou o país a partir do início do século
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