Recreação E Lazer

1 INTRODUÇÃO

O objetivo desse estudo é mostrar a história do lazer e da recreação, seus conceitos, suas principais diferenças e passar a importância do conteúdo citado na área da educação física, além de mostrar a consolidação do lazer como direito social.

Nesse estudo observamos que embora a caracterização de lazer e recreação ser novo, eles já vêm sendo usados de diversas formas a muitos séculos atrás, tiveram suas origens na pré-história. O homem se divertia com as temporadas de caça, celebrações fúnebres, invocação dos deuses, dentre outras coisas, destacando o aspecto recreativo e de alegria, usando atividades lúdicas.

Com o estudo dos conceitos de lazer, recreação, lúdico, tempo livre, jogos e brincadeiras foi possível observar que embora muitas pessoas usem parte dessas palavras como se tivessem o mesmo significado, elas têm detalhes que as diferenciam e é importante saber e salienta-los para que seja feito o uso correto de forma que não haja mais dúvidas.

Iremos constatar também que as mudanças e a modernização na sociedade, fez com que o lazer tivesse uma melhora significativa em nossas vidas. O lazer não se trata apenas de diversão, e, nos dias atuais, é difícil encontrarmos um espaço para o lazer, por isso é importante que busquemos soluções, para não desenvolvermos problemas ligado a falta do lazer, tal qual, o estresse, principalmente no ambiente de trabalho.

2 APONTAMENTOS HISTÓRICOS DO LAZER E DA RECREAÇÃO

2.1 Aspectos Históricos do lazer

De acordo com apontamentos históricos, a palavra lazer vem do latim, licere, esse foi criado pela antiga civilização romana e significava ser licito ou ser permitido, para Marinho (1979) lazer é relacionado com o tempo, licere era a palavra usada pelos romanos para definir o tempo usado pelos gladiadores livremente para atividades voluntarias.

O dicionário etimológico elaborado por Machado (1969), atesta que a forma arcaica do vocabulário lazer século XIII, significava preguiça, pouca vontade de trabalhar, era associado apenas com a falta de trabalho e não com divertimento, essa concepção pode ter vindo de princípios religioso em evidencia na época, a diversão era vista como uma pratica nociva para os padrões do “bom cristão”. Prazeres mundanos deveriam se largado para a pratica de trabalho árduo e cumprimento dos deveres religiosos.

Durante um longo período o “tempo” não era muito bem conceituado, usavam apenas o sol e a lua como referência, então apenas na época da revolução industrial onde os trabalhadores deveriam seguir uma rotina com horários rígidos, o tempo foi devidamente empregado e assim foi possível distinguir lazer de tempo livre, Thompson (1991).

A palavra lazer começou a ser usada no ocidente no século XVI (MACHADO 1969), e começou a ser usado de forma correta no século XX, sendo assim é uma palavra nova em muitas línguas.

2.2 Aspectos históricos da recreação

Para Canto (2004), a recreação teve início na pré-história quando os primeiros homens festejavam o início da temporada de caça ou a mudança para uma nova caverna, as atividades representavam festas de adoração aos deuses e o vencimento de obstáculos, tendo como característica a felicidade de todos que ali estavam que é uma das principais características da recreação moderna.

A recreação sistematizada teve início na Alemanha em 1774 com a criação do philantropinum por J. B. Basedown, professor de escolas nobres da Dinamarca. As atividades intelectuais começaram a ter o mesmo valor que as físicas, haviam cinco horas de matérias teóricas, duas horas de trabalhos manuais e três horas de recreação que incluíam equitação, lutas, danças, excursões e caças.

Nos Estados Unidos da América em 1885 foram criados os jardins de areia por Froebel, nesses locais as crianças podiam fazer suas recreações, com o passar do tempo foram desenvolvidos os playgrounds em prédios e em escolas para atender a quantidade de crianças que começaram a fazer uso do local destinado para recreação. Em Chicago, 1892, foi inaugurado o hull house que nada mais era que um local destinado a jogos, aparelhos de ginastica e jardins de areia.

Com o passar do tempo começou a ser visto a necessidade de criar áreas para que as pessoas com mais idades pudessem fazer suas atividades, com o aumento da importância do termo “lazer” os playgrounds começaram a ser adaptados e seus nomes passaram a ser usados como recreação que era um termo mais amplo onde haviam brincadeiras para crianças e outras atividades para jovens e adultos.

A procura pelos locais passou a ser muito elevada, sendo assim criaram os centros de recreação que funcionavam o ano inteiro, esses centros eram salas de teatro, bibliotecas, clubes, refeitórios, quadras, ginásios, gangorras e balanços. Nos centros existiam os líderes que passavam as orientações para quem fosse utilizar o local.

3 CONCEITOS

3.1 Lazer

DUMAZEDIER (1976), Caracteriza o lazer como um conjunto de ocupações cujo as quais uma pessoa pode se entregar por livre vontade, como diversão, recreação, repouso e outros. A pessoa sempre tem que buscar sua satisfação pessoal sem outros interesses e sem fins lucrativos.

"(. .. ) um conjunto de ocupações às qua1s o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e entreter-se ou ainda, para desenvolver sua informação ou formação desinteressada, sua participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais." (p.94)

O autor caracteriza o lazer em quatro tipos de acordo com o tempo disponível da pessoa: Lazer do final de semana, do final do ano, do fim do dia e do final da vida.

3.2 Recreação

Para Guerra (1985), a recreação se entende como as atividades prazerosas que o indivíduo faz em seu tempo livre, atendendo sua faixa etária com liberdade de escolha da ocupação.

“(...) todas as atividades espontâneas, prazerosas e criadoras, que o indivíduo busca para melhor ocupar seu tempo livre. Deve principalmente atender aos diferentes interesses das diversas faixas etárias e dar liberdade de escolha das atividades, para que o prazer