Resena do Filme: Pro dia nascer Feliz

RESENHA DO FILME “PRO DIA NASCER FELIZ”

O filme “Pro dia nascer feliz”, de João Jardim, é um documentário que mostra a realidade da educação no Brasil, por meio de relatos de estudantes e professores de diferentes estados e classes sociais.

Ele tem início em uma escola no estado de Pernambuco, onde as condições são precárias e a instituição de ensino não tem equipamentos básicos, estrutura e nem verbas para investir em melhorias.

Os estudantes enfrentam dificuldades para chegar na escola devido a distância e a má condição do transporte escolar que é oferecido. Muitas vezes, ao chegarem se deparam com a falta de professores que é um fato comum e acabam ficando sem aula.

Em meio a essa situação, existem estudantes, como Valéria, que gosta de aprender e é amante da leitura, mas que não são incentivados. Ela relata que seus trabalhos não são valorizados, uma vez que os professores duvidam que sejam de sua autoria.

Em uma escola de Duque de Caxias na periferia do estado do Rio de Janeiro, o maior problema enfrentado na educação é o tráfico de drogas, que está presente no cotidiano dos estudantes. A situação precária e o desinteresse de muitos estudantes não são diferentes. Os educadores sofrem com a falta de respeito e, devido o cansaço, precisam de atendimento psicológico com frequência.  

Desmotivados, muitos professores acabam passando os estudantes de ano por estarem fadigados com o descaso e com a falta de recursos diante do cenário que se encontra a educação.

Em outra escola de São Paulo, a situação é um pouco melhor quanto a estrutura do ambiente escolar, mas a pobreza da comunidade e a falta de recurso para preparo das aulas desmotivam alguns estudantes e professores que, por sua vez, consideram-se no direito de faltarem e, sem professores reservas, os estudantes são liberados ficando sem aula e, dessa forma, prejudicando o seu aprendizado.

Em Alto de Pinheiros, também no estado de São Paulo, a realidade é bem diferente, por ser uma escola frequentada por estudantes de classe alta, as preocupações são outras. Sentem-se pressionados a estudarem por horas para obterem boas notas e assim, entrarem para uma boa universidade.

Eles não vivem as dificuldades sociais e nem financeiras comparados ao que os estudantes das escolas da periferia sofrem, porém, enfrentam outros problemas como o questionamento da sua solidão e também do sentido de sua existência.

Na parte final do documentário, também em São Paulo, além da pobreza já vista nas escolas da periferia e problemas relacionados à infraestrutura e falta de recursos na educação, são relatadas muitas dificuldades que os estudantes vivem ainda em seu ambiente familiar, sofrendo agressões e apresentando problemas de comportamento e de convívio social.  

Temos ainda o triste relato de estudantes que não querem aprender. Parecem conformados com a situação que vivenciam e caem com facilidade no crime, acreditando que essa vida é fácil. Muitos cometem crimes por motivos banais sem preocuparem-se com as possíveis consequências que podem sofrer.

Mesmo com toda dificuldade e independente da classe social, muitos buscam melhorias. O filme ainda apresenta estudantes com sede de aprender, entretanto, acabam desmotivados por estudarem em uma escola que não tem o mínimo de estrutura.

O documentário relata a dificuldade enfrentada pelos professores que se empenham em educar, alguns exaustos e cansados pela falta de respeito, buscam por ajuda para não adoecerem.

A educação é direito da criança e do adolescente (BRASIL, 2001). No citado documentário, observa-se que alguns estados necessitam de investimentos na educação para proporcionarem um ambiente escolar digno em que os estudantes aprendam e que os professores sejam motivados a preparem aulas com auxílio de recursos didáticos.