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Resenha Crítica Sobre O Manifesto Do Partido Comunista - 17/09/2014

Trabalho Universitário: Resenha Crítica Sobre O Manifesto Do Partido Comunista - 17/09/2014. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  12/11/2014  •  1.456 Palavras (6 Páginas)  •  656 Visualizações

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ANÁLISE CRÍTICA

O comunismo, então já conhecido, teve suas bases efetivamente reforçadas percebe-se que são delineadas com as principais linhas do comunismo como movimento político, de forma direta, o que gerou evidentes impactos e reações na sociedade, não obstante os primeiros Estados comunistas tenham surgido décadas depois. Algumas dessas ações propostas foram observadas, posteriormente, na implementação da União Soviética, por exemplo. As principais ideias estão desenvolvidas no texto, e podem ser resumidas da maneira a seguir, acompanhadas de algumas observações que se entende pertinentes.

A percepção do mundo como um divisão de classes, em constante luta, é um dos fundamentos da necessidade de revolução. O mundo estaria dividido em proletários e burgueses, estes últimos surgidos de um cenário em que eram oprimidos pela sociedade feudal, tendo incrementado seu poder a partir do crescimento econômico e da centralização do capital. Esta concepção não pode mais prosperar na atualidade, visto que a sociedade se tornou, passados quase dois séculos, plural e complexa, e, entre os denominados proletários e a grande burguesia, várias e diversas camadas que podem ser classificadas na classe média; além do mais, a atividade humana já não pode ser simplificada como sendo “trabalho” ou exploração dos meios de produção pelo capitalista.

O proletariado, explorado pelos meios de produção e pelos capitalistas, precisam empreender a revolução e a ruptura com a ordem instituída, e esta somente pode ser efetuada por via da força, liquidando, assim, com a burguesia. Assim, precisam se unir e aceder ao poder político, para o quê são, inclusive traçadas estratégias de alianças com outros partidos. Também aqui a visão é anacrônica com a atual realidade, em vista da consolidação de um sistema liberal democrático na grande maioria dos Estados, em que é inconcebível pensar em um modelo que inclua formas de extinção de direitos individuais estabelecidos, incluindo a propriedade privada, grande vilã no entender dos comunistas.

A ideia de que a propriedade deve ser considerada coletiva, assim, implica em expropriação forçada de bens.

Quanto ao argumento de que o valor dos produtos passíveis de comércio provém unicamente do trabalho, que fundamenta a ideia de ser ilegítima toda apropriação dos lucros pelos denominados capitalistas – o que constituiria a exploração dos trabalhadores -, há que se fazer algumas ressalvas também. Na atual sociedade globalizada e de consumo, o trabalho é apenas um dos fatores que criam valor para os produtos. Há, além do trabalho, a publicidade dos meios de comunicação, a concorrência internacional nem sempre leal, a inovação, que provém de ideias nem originadas dos trabalhadores, as formas novas de produção e comercialização com o apoio da tecnologia, e os próprios consumidores – que criam suas demandas nem sempre reais. Além disso, muitas das atividades fogem à fórmula do patrão e empregado, a exemplo dos inúmeros profissionais liberais. Cite-se, ainda, que o capital hoje tem vida própria, independente de fatores produtivos, e migra de país em país em movimentos especulativos.

Interessante citar que Trotsky, então exilado no México e caçado pelo regime stalinista, reconheceu a necessidade de algumas correções no Manifesto ao elaborar prefácio a uma das edições do Manifesto, embora mantivesse a convicção acerca do brilhantismo dos autores na elaboração do texto. Entre as críticas, consta a superveniência de um grande contingente de pessoas que ele considerou “novas classes médias”, a “subestimação das possibilidades posteriores inerentes ao capitalismo” e, de outro, a “superestimação da maturidade revolucionária do proletariado”.

No entanto, apesar desse anacronismo com relação ao binômio capital trabalho, podem ser extraídas algumas lições do Manifesto Comunista ainda hoje, em especial quanto à necessidade de questionar e de incentivar o inconformismo com relação aos pensamentos políticos hegemônicos e aos padrões geralmente aceitos na sociedade, os quais, na visão materialista de Marx e Engels, não encontram outro fundamento universal, sendo somente resultado do momento histórico. Na atualidade os oprimidos, se não podem ser reduzidos a uma só classe, ainda são muitos e não estão representados, tampouco são eficazmente defendidos, pelos representantes que no modelo político do Estado liberal democrático tomam as decisões sobre ações concretas de intervenção na vida social

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