Resenha Evangelho Maltrapilho
Por: Débora Martins David Assis • 23/5/2016 • Resenha • 971 Palavras (4 Páginas) • 1.944 Visualizações
Resenha
MANNING, Brennan. O Evangelho Maltrapilho; traduzido por Paulo Purim. São Paulo. Mundo Cristão, 2005. 224 fls.
David Francisco Fonseca de Assis
A obra de Brennan Manning é, sem dúvida alguma, de grande relevância para a literatura cristã ao discorrer sobre a Maravilhosa Graça de Deus e algumas verdades profundas do evangelho.
No livro “O Evangelho Maltrapilho”, o autor procura nos revelar as circunstâncias da Maravilhosa Graça de Deus em sua vida, e que frequentemente nossa espiritualidade começa no eu, não em Deus. Muitos Cristãos vivem como se fossem apenas a sua disciplina pessoal e sua autonegação que deverão moldar o perfeito eu.
Inicialmente, Brennan vai nos apresentar que secretamente admitimos que o chamado de Jesus seja exigente demais, que a entrega ao Espírito Santo está além do nosso alcance e que a sua impressão é de que a nossa cultura tornou a palavra graça impossível de se compreender, banal e desgastada pelo mau uso e pelo uso em excesso, onde um imensurável número de Cristãos vive na casa do temor e não na casa do amor. A interpretação clara e aprofundada do autor demonstra que a análise dos acontecimentos narrados é feita de forma segura e esclarecedora. Analisa que Deus tem um único posicionamento inflexível com relação a nós: Ele nos ama. Ele é o único Deus jamais conhecido pelo homem que ama os pecadores. O Pai de Jesus ama a todos, não importando o que façam, Ele nos ama!
Vale dizer que outro aspecto abordado na obra é a questão de que Jesus veio para os pecadores, para aqueles tão marginalizados quanto cobrador de impostos e para os enredados em escolhas sórdidas e sonhos desfeitos, ou seja, Jesus veio para todos, tanto para os justos quanto para os pecadores. Quaisquer que sejam as nossas falhas, não precisamos nos esconder de Jesus, nos esconder de sua presença. O Evangelho de João, em seu capítulo primeiro relata: “veio para o que era seu, os seus não receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus”. Manning é taxativo ao dizer que somos aceitos. Aceitos por alguém que é maior que nós.
Doravante, outro ponto apresentado por Brennan Manning é a demonstração da lei da graça, uma nova chance na vida. Relata em sua obra que a Igreja deve estar constantemente consciente de que não há um único pecado ou falha do qual ela não seja de um modo ou de outro culpada. Embora seja verdade que a igreja deva se dissociar do pecado, ela em nenhum momento pode ostentar qualquer desculpa para manter qualquer pecador à distância. Salienta que viver pela graça significa reconhecer o lado bom e o ruim. Admitir que se fossemos verdadeiramente homens e mulheres de oração, pararíamos de colocar a culpa nos outros.
Em outro momento da obra, “O Evangelho Maltrapilho”, o autor relata que não importa quão dedicados e devotos sejamos não somos capazes de salvar a nós mesmos. Quando, porém, aceitamos a posse de nossa impotência e nosso desamparo, quando reconhecemos que somos miseráveis à porta da misericórdia de Deus, então Deus pode fazer algo belo de nós! Essa é uma das características dos pecadores que vivem pela graça! Uma oração dessas pessoas pode ser uma única palavra. Ainda assim essa palavra pode representar tudo para Deus. Nesse sentido, não existe oração ruim. A ternura de Jesus não é de modo algum determinada pelo modo como oramos ou pelo que somos ou fazemos. Embora Jesus chame cada um de nós para uma vida mais perfeita, não somos capazes de fazê-lo por nossos próprios esforços. Estar vivo é estar incompleto; estar incompleto é carecer da graça. É através da graça apenas que qualquer um de nós pode ousar esperar tornar-se mais como Cristo. Precisamos redescobrir o evangelho da graça e o mundo da graça!
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