Resenha Muito Além da Economia Verde
Por: Paulo Galvão • 1/6/2019 • Resenha • 696 Palavras (3 Páginas) • 275 Visualizações
Resenha: Muito Além da Economia Verde (Capítulo 1 – Pobreza de quê?)
Ricardo Abramovay
A economia está 05 vezes maior do que o século passado, sempre com uma perspectiva no acrescimento econômico. Consequentemente deve no mesmo período o declínio da proporção de pobres na população mundial. Por esse motivo a relação de enfrentar a pobreza é a aceleração econômica, justifica mais bens, mais consumo e mais empregos.
A pobreza não deveria ser medida e combatida somente com a obtenção de renda e o poder aquisitivo das pessoas. A pobreza deve ser tratada com mais eficiência, pois refere-se à privação de algumas necessidades humanas fundamentais, porém, não podemos reduzir o ser humano a somente o preenchimento de suas necessidades, o desenvolvimento humano, que é o processo de um ser humano adquirir capacidades e poderes, básicos ou não e dele sentir-se útil e necessário para alguma coisa é fundamental.
Mas, esse processo esbarra na economia verde (e, mais especificamente, o crescimento verde), voltada à redução drástica no uso dos materiais e da energia contidos na produção de bens e serviços, seria capaz de alcançar os objetivos socioambientais que se pode esperar do sistema econômico, de acordo com a descrição do Autor.
Com isso, o desafio é trata-se de embutir em cada passo da produção e da distribuição a capacidade de criar bens úteis e relevantes para os indivíduos, as comunidades e os territórios com os quais as empresas responsáveis por essa criação se relacionam, expondo de maneira clara a contabilidade dos fluxos materiais e energéticos em que a produção se apoia.
Outro ponto que entra em pauta é o ecossistema. O ecossistema não é uma fonte infinita e não pode apoiar ao crescimento econômico, tanto natureza ética e valorizativa. Por exemplo, a discussão sobre as mudanças climáticas, ilustra bem essa ligação entre pobreza, produção material e limites dos ecossistemas. Para que a temperatura média do planeta não passe de determinado patamar (além do qual as consequências para o equilíbrio climático serão catastróficas, com enchentes, deslizamentos, secas, derretimento de geleiras etc.), é necessário conter o total de emissões de gases de efeito estufa.
Então, pergunta-se se há um espaço carbono limitado e um orçamento carbono que não pode ser ultrapassado. De acordo com o autor, “quem tem o direito de ocupar esse espaço carbono remanescente e com que tipo de produção ele deve ser ocupado?” Se tratada do equilíbrio da utilização dos recursos do ecossistema a necessidade da vida econômica e demanda social.
Isso significa que a oferta de bens e serviços não pode ser avaliada apenas por parâmetros formais (contribuição para o emprego ou para a arrecadação de impostos, embora a sociedade necessite, claro, tanto de empregos como de arrecadação de impostos), mas deve envolver critérios substantivos referentes a sua capacidade de produzir bem-estar. O raciocínio, na verdade, não se limita às emissões de gases de efeito estufa, mas se refere ao conjunto da produção material.
De acordo com a exposição acima sobre a utilização do ecossistema e o crescimento econômico, o autor descreve dois possíveis problemas. O primeiro está sobre uma visão radical e conservadora à urgente necessidade de repensar os direitos à ocupação do espaço carbono e os direitos ao próprio uso dos recursos da biosfera. Claro que, na esmagadora maioria das vezes, essa visão conservadora apoia-se no argumento de que a escassez de recursos e a própria poluição serão revertidas pela inovação tecnológica, desde que haja real liberdade para que essa inovação avance.
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