Resenha de “Chap.2 Ethnography and Interpretive Anthropology”
Por: Mara Antunes • 17/9/2018 • Resenha • 567 Palavras (3 Páginas) • 247 Visualizações
Resumo de “Chap.2 Ethnography and Interpretive Anthropology”
Este capítulo começa por fazer distinção entre a antropologia feita na segunda metade do sec. XIX e a feita no sec. XX. O grande acontecimento que marca esta mudança e o desenvolvimento da etnografia, o método que veio substituir a etnologia e a “antropologia de cadeirão” que tinham por base ler a documentação de terceiros sobre certa cultura e tirar conclusões. Este método foi desenvolvido por Malinowski para o seu estudo dos trobriandeses.
Durante o primeiro terço de sec. XX dois tipos de antropólogos emergiram: nos Estados Unidos a corrente mais defendida era o relativismo cultural e na Grã-Bretanha, o funcionalismo.
A etnografia tem dois objetivos principais, conhecer a grande diversidade cultural existente em sociedades não ocidentais e produzir uma autocrítica das sociedades ocidentais por comparação.
A antropologia interpretativa emerge nos anos 60 e 70 devido a uma justaposição de várias ideias populares na altura como o estruturalismo, a semiótica, a hermenêutica, entre outras. E uma corrente que usa a metáfora de cultura como um texto, popularizada por Clifford Geertz.
As experiências na área da produção de textos etnográficos devem ser vistas como uma tentativa de melhoria e de trazer algo novo. A etnografia de Carlos Castaneda, no entanto, foi criticada por ser demasiado experimental e por lhe faltar formas de validar a veracidade do que foi documentado.
Uma etnografia experimental funcional deve ter elementos suficientes da etnografia tradicional de forma a que esta se possa reconhecer e elementos inovadores que a distanciem.
Resumo de “Introduction: Partial Truths”
No capítulo introdutório “Introduction: Partial Truths” de “Writing culture: the poetics and politics of ethnography”, James Clifford deixa explicito que as “verdades parciais” assim o são devido a impossibilidade de ter o conhecimento total sobre uma certa cultura. Isto e, são reproduções verdadeiras de um acontecimento, mas estão necessariamente envolvidas por inúmeras pre-conceções quer de quem fala, como de quem documenta. Para ilustrar esta conceito, Clifford usa vários exemplos. Entre eles encontram-se Richard Price e os Saramakas, Godfrey Lienhardt e a religião Dinka, entre outros.
Do ponto de vista de James Clifford, as “verdades” da etnografia são parciais, uma vez que o seu contexto literário faz necessariamente uma ponte entre a arte e a ciência. Esta visão não é apoiada por todos, em grande parte, devido ao medo de fugir do objetivo e concreto, no entanto, quando adotada como ferramenta permite ao etnógrafo usa-la para criar representações e alegorias que ajudem na compreensão da premissa que o mesmo pretende transmitir.
Posteriormente, o foco passa para as questões éticas da etnografia. Quando o etnógrafo tem como objeto de estudo costumes ou folclore secreto numa certa sociedade, encontra quase necessariamente entraves e questões morais no que toca a partilha de tais informações. Para contornar este problema, por vezes, o etnógrafo recorre a lacunas textuais propositadas, como na obra de Richard Price, “First Time”. Estas não devem ser interpretadas como uma falta de conhecimento da sociedade estudada, mas sim como uma representação do conhecimento imperfeito intrínseco ao ser humano que cria mais lacunas a medida que preenche outras.
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