Resenha de textos de patrimonio historico II
Por: Caroline Alves • 14/12/2016 • Resenha • 2.218 Palavras (9 Páginas) • 1.335 Visualizações
Nome: Caroline da Silva Alves Professora: Maraliz de Castro Viera
Data: 18/10/2016 Matrícula: 201611051
Resenha Patrimônio Histórico II
DAIBERT JR, Robert. “‘Santa Isabel’ e o escravo devoto: a princesa redentora por olhares negros e brancos”. Anais do Museu Mariano Procópio. Juiz de Fora, v.1, nº1, 2014.
CHRISTO, M. C. V. “Exercícios de desenho no acervo do Museu Mariano Procópio: ser ou não ser a Princesa Isabel?” In: CAVALCANTI, Ana, MALTA, Marize, PEREIRA, Sônia Gomes. Coleções de arte: formação, exibição e ensino. Rio de Janeiro: Rio Book’s, 2015, p. 55-68.
CHRISTO, Maraliz de C. V. Cultura clássica entre jabuticabeiras: esculturas no jardim do Museu Mariano Procópio. MELO, Elayne Luciana Leite de (org.). Encontros de Educadores do Museu Mariano Procópio. Juiz de Fora: Templo, 2015, p. 123-134
CHRISTO, Maraliz de C. V. “A representação da vida moderna: Jardin des Plantes, de Jules Scalbert, no Museu Mariano Procópio”. Anais do XXXIV Colóquio do Comitê Brasileiro de História da Arte: Territórios da História da Arte, Uberlândia, MG, 26 - 30 de agosto de 2014 / Organização: Marco Antonio Pasqualini de Andrade - Uberlândia: Comitê Brasileiro de História da Arte - CBHA, 2015 [2014]. P. 147-158.
Em seu artigo “Santa Isabel” e o Escravo Devoto: A Princesa redentora por olhares negros e brancos, Robert Daibert Jr analisa as motivações presentes na construção, veiculação e apropriação da imagem da Princesa Isabel enquanto “redentora” dos escravos pelos olhares de seus admiradores negros e brancos.
Robert Daibert Jr inicia seu artigo demostrando o que levou sua escolha para pesquisar a estatua da Princesa Isabel, que foi o tema de sua dissertação de mestrado. Sua investigação partiu da interpretação que atribuía a Princesa um papel de destaque no processo abolicionista. Essa imagem foi veiculada de forma sistemática após a abolição da escravidão como representação oficial do fim do regime escravista. A visão de a Princesa Isabel ser a “Redentora” dos Escravos da à ideia de que os negros tiveram um papel secundário na superação do escravismo, porém essa imagem passou a ser questionada a partir do desenvolvimento de pesquisas a cerca da intervenção da ação dos escravos no processo de superação do cativeiro. Visando compreender como a imagem da Princesa Isabel como “redentora” dos escravos permaneceram mesmo diante deste cenário de questionamento, estas entre outras questões o autor utilizou para nortear suas pesquisas, ele buscou compreender a construção desta imagem como uma estratégia de sobrevivência da Monarquia. Inicialmente o autor investiga este sentido das intenções de continuidade do regime monárquico associados à elite de devotos brancos e posteriormente, num segundo momento o autor analisa o sentindo afrodescendente que sustentou e garantiu a sobrevivência desse discurso através de uma concepção sagrada de realeza da matriz cultural banto. Nesse aspecto cultural de devoção negra a princesa é tratada de maneira mais sutil em relação ao discurso de “redentora”.
Nesse momento Dalbert Jr divide seu artigo em duas partes, a primeira “A Princesa sob olhares brancos” é o momento em que o autor discorre a cerca da construção da figura de Isabel como uma governante capaz de dar fim ao sistema escravista, essa imagem poderia possibilitar glorias a herdeira do trono. Foi preciso aproximar a princesa aos ideais abolicionistas, no entanto, Isabel relacionou-se com uma vertente mais moderada de uma corrente abolicionista. É necessário ressaltar que o relacionamento de Isabel com o grupo abolicionista não era somente laços de amizades, mas também era por muitas vezes de críticas devido à demora em exterminar legalmente a escravidão. Pensando nesse aspecto a continuidade do regime monárquico estava diretamente ligada a aceitação e a imagem da Princesa Isabel. Através destas considerações expostas pelo autor demostra a importância do discurso que está presente na estátua que se encontra no acervo do Museu Mariano Procópio. Esta peça ficou muito tempo exposta na sala D. Pedro II, no museu Mariano Procópio. A escolha da posição dos elementos que compõe a peça é bastante significativa, o negro se situa a esquerda da princesa ocupando um lugar tradicionalmente negativo e obscuro, ele tem os olhos fitos na mão esquerda da princesa. A princesa esta com a mão esquerda no peito expressando o compromisso de um futuro brilhante, com o seu olhar direcionado para o horizonte. Todos esses elementos demostram a intenção de heroificação da princesa. A segunda parte “A Princesa sob olhares negros” o autor a cerca de como os negros em sua luta contra a escravidão, eles tinham a visão que os senhores eram inimigos de uma luta que tratava diariamente no convívio com os seus opressores. O imperador era visto como governante divino. As concepções africanas favoreceram e legitimaram o regime monárquico e possibilitou ainda a neutralização de conflitos maiores. A formação da imagem de Isabel como “Redentora” dos escravos e libertadora de um povo é associada a aspecto da religião e cultura africana, de matriz banto com a concepção cristã de salvação. Robert Dalbert Jr finaliza seu artigo ressaltando o interesse de sua pesquisa em abordar a construção da figura de “Santa Isabel” e do escravo devoto inicialmente como uma mitologia política.
No Museu Mariano Procópio há outras obras que remetem a imagem da princesa Isabel um deles é o desenho feito pela princesa que é abordado no artigo “Exercícios de desenho no acervo do Museu Mariano Procópio: ser ou não ser a princesa Isabel?” de Maraliz de Castro Vieira Christo. Neste artigo a autora relata um desenho que destaca o busto de uma jovem que se encontra em uma das salas do Museu, sua legenda apresenta como autoria da princesa. A autora utiliza o ponto em que um visitante refere-se ao desenho como sendo representante da própria princesa para discorrer o tema.
A princesa realizou o desenho quando tinha 17 anos de idade, sua educação foi estabelecida por D. Pedro II que a mantinha sempre ocupada e distante de um contato pessoal com o mundo fora dos castelos, a princesa recebeu formação tanto clássica quanto cientifica. Mario José de Almeida foi seu professor de desenho, hoje ele é um artista desconhecido, ele foi também professor do Liceu de Artes e Ofícios. O desenho do Museu Mariano Procópio ganha sentindo a partir do momento que o aproximamos da coleção de autoria da Princesa Isabel, que esta no Museu Imperial. São aproximadamente 40 desenhos, vindos da coleção de D. Tereza Cristina. Estes são exercícios de cópia que aparecem certas habilidades. Estas cópias estão espelhadas em processo similar ao desenho do Museu Mariano Procópio, dentre elas existem várias temáticas como, por exemplo, o estudo das flores, dos animais, das paisagens.
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