Resumo Colagem Orogênica Brasiliana
Por: Itaciara Santos • 3/7/2023 • Pesquisas Acadêmicas • 560 Palavras (3 Páginas) • 43 Visualizações
Nesse trabalho, a expressão “sistema de orógenos” passa a ser empregada como um designação coletiva para a colagem orogênica brasiliana, em substituição aos termos ciclo e orógeno. Além disso, o extenso intervalo (880–520 Ma) da colagem pode ser subdividido em três sistemas orogênicos – Brasiliano I, II e III.
O Sistema Brasiliano II, no sul da Província Mantiqueira, estudos estruturais indicam que o sistema Brasiliano II, incluindo o Orógeno Pelotas, evoluiu sob um sistema de empurrões em direção ao Cráton Rio de La Plata/Paraná e os microcontinentes Encantadas e Luís Alves. Com clímax entre 640–610 Ma, foi totalmente implantado no período criogeniano final e corresponde à “Orogênese Brasiliano I” de Campos Neto e Figueiredo (1993). É constituído e caracterizado dominantemente por orógenos colisionais (pico metamórfico a 620 Ma), com elevada reciclagem de material crustal e reduzida acresção juvenil. Em conseqüência deste episódio orogênico, formaram-se as bacias de antepaís: Camaquã, Itajaí, Castro, Itapeva, hoje expostas do Uruguai ao sul da Bahia onde recebem designações locais, como nome de cidades, vilas ou rios, onde estão localizadas. Trata-se do sistema de mais curta duração temporal (30 Ma), embora o registro litológico de seu magmatismo esteja exposto por mais de 1.000 km ao londo da província. É formado pelos orógenos Pelotas, Paranapiacaba/Pien e Rio Negro e pelo Terreno Embu. O estágio precursor dos sistemas de orógenos brasilianos é reflexo dos processos de rifteamento das margens continentais rodinianas. Este Sistema como dito foi caracterizado pela abertura de extensas bacias de margem continental passiva.
No Orógeno Pelotas, vulcânicas félsicas relacionadas à Bacia Porongos forneceram idade 780 Ma. Nesse Orógeno a Formação Ribeirão do Ouro no Grupo Brusque, é constituída por uma assembléia de rochas de fundo oceânico, formada por restos de lavas máficas almofadadas e variolíticas de composição MORB alcalina.
Embora os remanescentes ofiolíticos de Pien sejam considerados como parte de um orógeno distinto do Orógeno Paranapiacaba. A fase magmática sincolisional (640–610 Ma) foi bastante expressiva nos três orógenos com geração de extensos batólitos dominantemente calcialcalinos de alto K: Pelotas, Florianópolis e Paranaguá (Orógeno Pelotas), Três Córregos e correlatos. No Orógeno Paranapiacaba estão preservadas bacias (meta)vulcanossedimentares com características químicas e deposicionais de retroarco (grupos São Roque e Açungui – parte), instaladas há ca. 620 Ma. Como elas foram depositadas sobre bacias remanescentes de retroarcos mesoproterozóicos (Serra do Itaberaba). É possível que no Orógeno Pelotas a Seqüência Ribeirão do Ouro da Bacia Brusque represente também restos de um retroarco neoproterozóico similar. No orogeno Rio Negro pode se encontrar rochas variando de dioritos a granitos com assinatura isotópica similar à dos modernos arcos continentais (juvenis). Os demais apresentam forte influência de crosta/litosfera paleoproterozóica.
O magmatismo pré a sincolisional foi datado no intervalo 640–610 Ma (Silva et al. 2002a) e o pico colisional, em ca. 630 Ma. No Orógeno Pelotas, o pico metamórfico-colisional foi precisamente datado (U-Pb SHRIMP) em ca. 630 Ma e 610 Ma. A idade mais tardia (ca. 610 Ma) relaciona-se à cristalização da suíte granítica sintangencial do Batólito Pelotas (Silva et al. 1999). A fase magmática pós-colisional é bem representada nos orógenos Pelotas e Paranapiacaba e engloba corpos circunscritos, tardicolisionais a pós-colisionais, com idades de ca. 600 a 550 Ma.
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