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Resumo Psicologia - Capitulo 6 - Psicologia Juridica

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Por:   •  16/5/2014  •  3.751 Palavras (16 Páginas)  •  3.822 Visualizações

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Um olhar sobre o delinquente

Para que se tenha uma melhor interpretação do tema discutido se faz necessário entender o conceito de delinquência e prazer.

Segundo o dicionário Aurélio delinquência deriva do verbo delinquir que é o “Ato de cometer falta, crime, delito”. Quanto à definição de prazer, se torna algo mais complexo, mas que se pode resumir como sendo: “Sensação ou sentimento agradável, harmonioso, que atende a uma inclinação vital; alegria, contentamento, afável, agrado, satisfação, deleite”.

Partindo deste conceito padrão, fica mais fácil de interpretar dentro do contexto jurídico.

O capítulo em questão que foca a pessoa do delinquente aborda três pontos importantes:

1. - O que representa o ato de delinquir na visão de quem o pratica;

2. - A gênese do respectivo comportamento;

3. -Situações especiais, pela incidência ou pelo efeito multiplicativo.

Delinquência e Prazer (6.1)

O pensamento maior do capítulo está embasado na seguinte questão: Pode haver associação entre o ato de delinquir ao prazer psicológico de seu exercício?

Direcionando as reflexões para as respostas positivas e considerando ter o foco na recuperação do delinquente, existem mecanismos, como a sublimação e o deslocamento, a respeito dos quais o instrumental teórico apresentado proporciona diversas possibilidades de aplicação.

O prazer da dor do Outro (6.1.1)

Todos os dias, todo e qualquer cidadão que esteja inserido dentro do meio da informação e tecnologia, é bombardeado de notícias, sendo a maioria delas relacionadas a tragédias, acidentes, violência urbana, ratificando ao inconsciente de cada um a sublime satisfação de não ter sido protagonista da notícia.

A civilização se desenvolveu tentando eliminar o lado negativo do cotidiano das pessoas, mas não avançou na neutralização de comportamentos que ocasiona profunda dor aos semelhantes, principalmente quando estes se ocultam no anonimato. Exemplos clássicos ocorrem em crimes administrativos, quando um cidadão enfermo vem a falecer em um hospital desprovido de equipamentos e medicamentos, em função do desvio de verbas por um político corrupto.

Alguns fenômenos direcionam para que a “Dor do Outro” seja de forma inconsciente percebida como irrelevante ou prazerosa.

Um dos fenômenos é a percepção, onde a capacidade de percepção se oculta no contexto geral dos acontecimentos tornando-se corriqueira, e assim como citado no texto transforma se em “cocaína emocional”, algo que precisa cada vez mais ingerida para proporcionar um mínimo de satisfação.

Outro fenômeno é a habitualidade, que banaliza os eventos costumeiros. A mente desenvolve mecanismos de defesa para eliminar o dano ao psiquismo. Exemplo da síndrome do mendigo na porta da igreja, situação pela qual todo e

qualquer cidadão já tenha presenciado, onde no início a presença do mesmo é notada e a sensibilização representada com a doação de alguns trocados. Com o passar do tempo o indivíduo é ignorado, como se o mesmo fizesse parte do patrimônio da igreja.

Na relação com fenômenos emocionais complexos entende-se que a dor provocada, como aquelas que existem a agressão com o intuito de fazer o outro sofrer, que na realidade o sofrimento do outro representa a penitência de uma culpa. Como por exemplo, temos casos de pais que batem em seus filhos até que a criança chore, assegurando-se dessa forma que as lágrimas da criança venham exorcizar as falhas cometidas na educação.

O prazer na dor do Outro, também pode ser refletida quando o indivíduo quer agredir a sociedade, utiliza o outro como instrumento, e na maioria das vezes não consegue atingir a sociedade no grau de destruição almejada, mas para contrabalançar a frustração, leva seu instrumento (o outro) a fatalidade.

Importante ressaltar o fenômeno do condicionamento que deriva da exposição a situações similares desde a infância que ensinaram o indivíduo a ter vantagens (reforço positivo). A criança descobre que provocando dor, física ou psicológica, na mãe, no pai em irmãos, conquista os objetos de seus desejos, com a repetição das experiências (behaviorismo) condiciona-se a provocar a dor antes mesmo de pensar em

utilizar outras estratégicas.

Na sequencia do pensamento o fenômeno da observação também se faz presente, onde as crianças ao observarem as atitudes dos pais a qual possam a vir causar dor em outras pessoas para se conseguir atingir objetivos, os mesmos replicarão o comportamento dos pais mais tarde.

O gozo na violência (6.1.2)

Neste caso a violência é o objetivo, ainda que ela não resulte dor em outras pessoas e o indivíduo nem mesmo se interesse, caso ela ocorra, em avaliar sua intensidade e extensão.

Diversos fatores contribuem para que a violência se transforme em objeto de gozo, como por exemplo, o condicionamento, onde o indivíduo continuamente submetido a experiências em que a violência constitui o diferencial (no lar, na escola, no lazer), com o tempo integra-se ao seu esquema de comportamento, o cérebro desenvolve padrões de resposta para estímulos violentos e o indivíduo comporta-se de maneira a não apenas a responder os estímulos, mas também a provocá-los.

Essa situação é perceptível em alunos irrequietos quando forçados a reflexão em salas de aula e em situação de silêncio. Ela encontra-se presente também em ex-detentos e crianças de rua. A violência torna-se lugar comum, conforta e proporciona sensação de segurança. Ela integra uma linguagem que lhes proporciona uma identidade e sentido de pertencer a um grupo distinto.

Os condicionamentos

e a observação de modelos reforçam-se mutuamente para criar um indivíduo que não distingue o comportamento violento dos demais, não percebe o quanto e quando o pratica, nem que se sente satisfeito, ao praticá-lo. A habitualidade reduz a satisfação de modo que a solução seja a intensificação em quantidade e qualidade até que a violência se torne contínua, similar a uma droga, quanto mais se ingere, mais é necessário para manter o mesmo efeito.

O gozo na violência projeta inúmeras manifestações:

O vestuário e a decoração refletem a opção comportamental;

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