Retirada do Vício Em Redes
Por: Raíssa Vogado • 10/9/2020 • Ensaio • 703 Palavras (3 Páginas) • 128 Visualizações
Dia 25 eu faço 3 anos de aprendizados e curas profundas com a Ayahuasca. Esse ano não vou poder celebrar indo em um trabalho, não vou poder ir comungar e receber a Força do Vegetal. Mas, resolvi e firmei o propósito de colocar para andar um dos ensinamentos que Ela mais me concedeu em 2019, o de retirar o vício das redes sociais, e não caminhar com o coletivo na distopia, irei desinstalar as redes, e dirigir toda a energia e tempo que gasto aqui, nos meus projetos, na minha arte, e no exercício da cidadania, todos conectados a minha missão de alma e da minha humanidade. Todos responsabilidade individual minha, para o serviço coletivo ao todo.
Como diz minha amada amiga Caliandra Molotov "às vezes eu sou a língua de Kali, às vezes eu sou a cabeça na mão dela". Junto a isso meu retorno de Saturno começou ontem quando o Senhor do tempo, da responsabilidade, entrou no arquétipo de Aquário, símbolo da revolução, das lutas coletivas e sociais, da fraternidade, da amizade. Galera de 1990 à 1993, o dever nos chama. Quando Saturno retorna nos mapas pessoais, o chamado para o amadurecimento é forte. Lembro-me bem do principal motivo que me levou à Ayahuasca. Saber, reconhecer, decifrar os caminhos do meu trabalho, do serviço que vir ofertar, do que era responsável a mim junto ao que sempre vibrou no meu coração desde criança. A utopia, o sonho humano, demasiado humano, de uma sociedade justa, saudável e íntegra à todos os aspectos da vida terrestre. O momento interno não poderia ser mais sincrônico com o momento externo. É hora de amadurecer os frutos e saber como florir as flores para a construção de uma nova estrutura social.
Ao mesmo tempo tentando sobreviver e se preocupando já com a condição financeira que nos aguarda, sou artesã autônoma, não tem feiras, não tem encomendas, e meus pais são autônomos também, autônomo é sinônimo de corre, é sobrevivência, não é apenas sinônimo de empreendedor, empreendedor é quem tem capital de investimento, de giro. Por aqui seguiremos entregando uma, duas marmitas por dia, para quem ainda pede, quem entrega é meu próprio pai e eu. De bicicleta. O pouco que entrar aqui já é muito. Aliás já tem um bom tempo que o pouco que entra é o suficiente. Seguiremos nós 3 resistindo como fazemos desde que eu me lembre.
Quem me conhece sabe o quanto eu tenho estado exausta, o quanto esse governo, o facismo, a ignorância abatem minha esperança.
Enquanto isso atenderei o chamado forte do Eremita que mora aqui dentro de mim, tô indo para dentro com força, me retirando do mundo para buscar meu papel no mundo. Enquanto isso atenderei a porta que bate, é a Sacerdotisa que chega para servir, curar, manifestar, conectar, comunicar. Tenho sido a tempos preparada para a chegada hora, e neste espaço tempo estamos. Me coloco a disposição de quem quiser, precisar, sentir, para auxílio psicológico, sou Arteterapêuta em formação ainda, mas o que sei é nosso. A arte é um salvamento, uma porta de entrada e saída, uma chave mestra, ferramenta de cura e de linguagem dos nossos processos internos mais profundos. Encontrem na arte, na criatividade, a porta que dissipa a ilusão do tédio, tédio intimamente ligado a concepção míope que o sistema capitalista criou de aproveitamento e passagem do tempo. Estamos no olho do furação desse colapso, que alguns de nós esperamos a tanto tempo. Respostas? Soluções? Não tenho. Agora, no presente só consigo cuidar do que me cabe, ficar em casa e oferecer atenção, escuta, palavras e percepções ao que me chamam e se conectam comigo. Família, amigxs, conhecidxs, se cuidem! Por amor! Vocês são a única coisa que tenho. Nossas vidas são sagradas. Vou desisntalar as redes do meu celular por um tempo, só manterei contato com a página profissional, e também manterei o WhatsApp, quem precisar e sentir me liga! Estou e estarei sempre aqui por vocês, no que é cabível a mim.
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