Serviço Social

“A Intervenção do Assistente Social na inclusão das pessoas com deficiência no mercado de trabalho referenciadas no Centro de Referência de Assistência Social de Itaituba – Pá”

Kellen de Souza Castro

Professor Virtual: Lourenco Brito Felin

Professor Virtual: Daniela de Almeida Ortácio

Professor Presencial: Luziane Maria Pereira Mota

Itaituba

2013

RESUMO: O presente artigo objetiva fomentar uma reflexão sobre as dificuldades da inclusão social das pessoas com deficiência no mercado de trabalho, tendo como referência a intervenção do Assistente Social e as políticas sociais na perspectiva de assegurar direitos preconizados na Constituição Federal e em legislações específicas. Desde as mais remotas civilizações, os portadores de deficiências são postos a margem da sociedade sendo discriminados, mas a legislação trabalhista brasileira garante às pessoas as mesmas possibilidades de inserção no mercado. Discutir essa temática é necessário, para compreendermos as reais dificuldades da inclusão social como algo essencial ao homem e não como algo construído socialmente.

Palavras-chave: pessoa com deficiência; assistência social; inclusão social.

Introdução

No Brasil, a maioria das pessoas com algum tipo de deficiência física ou mental são discriminadas e excluídas do mercado de trabalho, contudo o processo de exclusão social de pessoas com deficiência ou alguma necessidade especial é tão antigo quanto à socialização do homem.

A estrutura das sociedades, desde os seus primórdios, sempre inabilitou os portadores de deficiência, marginalizando-os e privando-os de liberdade. Essas pessoas, sem respeito, sem atendimento, sem direitos, sempre foram alvo de atitudes preconceituosas e ações impiedosas.

Segundo Tanaka e Manzini (2005) a inserção da pessoa com deficiência no contexto do trabalho faz parte das discussões do âmbito da Educação Especial, porém com a aprovação de leis especificas que asseguram o direito da pessoa com deficiência no mundo do trabalho

Diante do enunciado, este artigo faz uma reflexão abordando o seguinte tema “A Intervenção do Assistente Social na inclusão das pessoas com deficiência no mercado de trabalho referenciadas no Centro de Referências de Assistência Social de Itaituba – Pá” no bairro Bom Jardim. O Centro de Referências Bom Jardim, conhecido por CRAS Bom Jardim, fica localizado na rua das flores 325 bairro Bom Jardim município de Itaituba-Pará.

Este tema surgiu a partir das intervenções e atividades práticas desenvolvidas nos estágios. O estágio é um dos subsídios que faz os acadêmicos colocarem em prática o aprendizado adquirido em sala de aula onde eles possam vivenciar em cada intervenção o aprendizado social, cultural e profissional.

A atuação do serviço social na inclusão dos deficientes no mercado de trabalho proporcionará sua valorização como cidadão, com a efetivação dos seus direitos garantidos em lei, e possibilitando a convivência no ambiente de trabalho e, conseqüentemente, maior sociabilidade.

Este artigo será composto por três partes, onde o primeiro abordará as dificuldades de inclusão dos deficientes no mercado de trabalho; o segundo explanará quanto a intervenção do assistente social e as políticas sociais na inclusão social e o terceiro é quanto ao processo de trabalho para a inclusão e as experiências vividas nas intervenções e práticas de estágio.

1. A relação do assistente social e a questão social na inclusão social

Os assistentes sociais são profissionais que se inserem nos espaços de gestão, execução e monitoramento das questões sociais, com a concepção de direito à inclusão que vem ao encontro ao compromisso ético-político profissional, fundamentado nos princípios de justiça social, equidade, democracia e cidadania.

Para o desenvolvimento de suas atividades o assistente social utiliza-se de meios Teóricos (sociais e urbanos), Legais e Institucionais participando no planejamento de políticas sociais e elaboração de diagnósticos, pesquisas e projetos de intervenção, trabalhando em equipe multiprofissional na instituição e também entidades parceiras. Realizando trabalho com as comunidades para o desenvolvimento sócio-educativo, inclusão social e mediação das necessidades sociais entre comunidade e órgão público e representando o segmento governamental em Conselhos Políticas Púbicas.

Cabe salientar que o assistente social nos vários espaços de atuação profissional além de incentivar e contribuir para uma ampla participação da sociedade civil nos conselhos é de fundamental relevância a sua participação visto que os conselhos são importantes canais para a participação coletiva e de criação de novas relações políticas entre governos e cidadãos. Diante do enunciado, faz-se necessário refletir no que Werneck (2003) define quanto a inclusão social “uma sociedade inclusiva é aquela capaz de contemplar, sempre, todas as condições humanas, encontrando meios para que cada cidadão, do mais privilegiado ao mais comprometido, exerça o direito de contribuir com seu melhor talento para o bem comum”.

Surge, a partir deste paradigma, o modelo social, analisando que os problemas das pessoas com deficiência "não estão tanto nelas tanto quanto estão na sociedade" (SASSAKI, 1997, p. 47). Assim, a sociedade é chamada a ver que ela cria problemas e barreiras para as pessoas com deficiência, causando-lhes incapacidades ou desvantagens no desempenho de papéis sociais.

Essas barreiras consistem em: políticas discriminatórias e atitudes preconceituosas que rejeitam as minorias e as suas diferenças, desconhecimento das necessidades especiais e direito das pessoas com deficiência, entre outros.

A inclusão social constitui então um processo bilateral no qual as pessoas ainda excluídas, e a sociedade buscam em parceria equacionar problemas, decidir soluções e efetivar a equiparação de oportunidades para todos