Serviço Social
Trabalho Escolar: Serviço Social. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: luciene18 • 11/5/2014 • 1.903 Palavras (8 Páginas) • 134 Visualizações
O PERÍODO 1964-1985: A DITADURA MILITAR
Existe uma vasta bibliografia sobre o período da ditadura militar no Brasil, portanto não
realizaremos uma análise minuciosa sobre esta, mas, colocaremos alguns elementos que são
fundamentais para compreender o Serviço Social e a cultura neste período. Entre os estudiosos da
autocracia burguesa no Brasil, existe um consenso acerca da existência de diferentes momentos
que a compuseram9, dos quais poderíamos citar: a) 1964 a 1968, com a definição das bases do
Estado de Segurança Nacional*0 a formação de novos mecanismos de controle e reforma
constitucional; a institucionalização do novo Estado e sua grande crise em 67 68, quando da
instituição do AI 5; b) de 1969 a 1974, o mais rígido da ditadura militar, conhecido como período
negro; c) de 1974 a 1985, da distensão à lenta retirada dos militares da cena política e a anistia
política.
No que diz respeito ao mundo da cultura, a autocracia burguesa procurou controlar a vida
cultural no país1*, considerando que o pensamento mais crítico era o que dominava a cena
cultural, a autocracia teve que trabalhar em duas direções bem definidas: repressão do
pensamento crítico¹² e criação de um bloco cultural funcional a seu projeto modernizador
(NETTO, 1996).
Assim uma das estratégias adotadas pela autocracia burguesa foi o de Desenvolvimento
de Comunidade, tendo como principal função eliminar a resistência cultural às inovações,
enquanto obstáculos ao crescimento econômico, bem como integrar as populações aos programas
de desenvolvimento¹³. Era uma modernização que implicava a mudança de hábitos, de costumes
entre outras, mas lembremos que, como afirma Netto (1996), a política cultural da ditadura
também procurou manter algumas características típicas da sociedade brasileira como o elitismo,
o que, sem dúvida, favorecia a manutenção da sociedade desigual e excludente, além de continuar
com as decisões pelo alto, a concentração de renda e de propriedade. Assim, uma vez instalada a
ditadura militar, esta teve como objetivo reprimir as vertentes mais críticas do mundo da cultura.
Nesse contexto, através do AI5, se ‘institucionaliza’ a tortura como meio de conseguir
informação, de institucionalizar a repressão, o desaparecimento de pessoas, como estava
acontecendo na maior parte da América do Sul. Foi a partir do AI5 que a ditadura passou de ser
um regime reacionário para um regime fascista (NETTO, 1996), criando uma verdadeira cultura
do medo que levava as pessoas a temerem intervir no espaço público.
Como já sinalizamos, além de reprimir, ele precisou criar um bloco cultural que atendesse
aos interesses do novo regime e como a modernização, necessariamente implicava numa
modernização econômica, o Estado investiu num tipo de profissional, que fosse técnico, eficiente
e, sobretudo ‘asséptico’.
O padrão intervencionista do Estado brasileiro gestado no pós 1930, se intensifica durante
esse período, no qual o Estado não somente intervêm na área social como controla a relação
capital trabalho, controla os sindicatos e institui políticas salariais, transformando se numa
espécie de grande empresário, que passa a assumir e a dinamizar os setores estratégicos da
economia para que o país atinja um novo patamar de industrialização (SILVA E SILVA, 2006). É
importante salientar que:
no regime militar, a questão social foi enfrentada pelo binômio repressão assistência,
ficando a assistência subordinada aos preceitos da Doutrina de Segurança Nacional,
funcionando como mecanismo de legitimação política do regime. Os serviços sociais
são, ainda, assumidos como campo de investimento, com subordinação da assistência
pública à reprodução do capital, fazendo com que as questões sociais sejam
transformadas em problemas de administração, com burocratização e esvaziamento do
seu conteúdo político. Todavia, contraditoriamente, a assistência torna se, no âmbito
das lutas políticas dos setores populares, uma forte demanda da própria classe na luta ela conquista da cidadania, em face do agravamento da pauperização dos
trabalhadores (SILVA E SILVA, 2006, p. 38).
Desta forma, neste contexto, novas demandas são colocadas para o Serviço Social, que já
não consegue responder com a sua antiga formação e atuação, produzindo se o que Netto (1996)
denominou como a erosão do Serviço Social Tradicional¹4, abrindo espaço para a Renovação do
Serviço Social no Brasil. Netto entende a Renovação do Serviço Social como
o conjunto de características novas que, no marco das constrições da autocracia burguesa,
o Serviço Social articulou, à base do rearranjo das suas tradições
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