Serviço Social
Seminário: Serviço Social. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: DrikaLU • 16/5/2014 • Seminário • 1.583 Palavras (7 Páginas) • 239 Visualizações
O que começou de forma pontual como um protesto contra o aumento da passagem de ônibus em São Paulo ganhou o país e se transformou em uma ampla demonstração de insatisfação popular. Em grande parte insatisfação com a falta de qualidade dos serviços públicos e pela falta de ética na política.
Compreende-se que a mensagem é clara de que a sociedade exige mudanças urgentes. Há vários políticos que há vários anos se revezam no poder sem apresentar alternativas lógicas.
As manifestações que vem acontecendo no país não são contra o PT ou contra a presidente Dilma, mas são contra o que está errado no país. No seu pronunciamento do dia 21 de junho de 2013, penso que a presidente Dilma perdeu uma grande oportunidade de se conectar com os manifestantes, contando sua história de luta e resistência durante o período da ditadura militar, mostrando o quanto ela sofreu para que hoje as pessoas pudessem estar protestando.
Aí está um recado bem claro de que a população está insatisfeita com a impunidade, com a falta de boas escolas, falta de boas estradas e falta de transporte público de qualidade. O governo executivo também é responsável pela insatisfação popular. Afinal é o governo executivo que pode propor a agenda de prioridades. Em âmbito nacional o mesmo grupo está no poder há 10 anos. Quando o governo federal quer mesmo algo, geralmente consegue mobilizando toda sua maioria do Congresso. Por isso o recado foi dado para a presidente Dilma com as manifestações. A população aprova seu governo mas está perdendo a paciência com o mal feito.
Quando falamos de governo executivo é preciso cobrar a responsabilidade de todos os níveis. Senão seria no mínimo injusto. O presidente da república não faz mágicas, por mais boas intenções que venha a ter. Devemos cobrar dos vereadores e deputados estaduais também. Afinal de contas são nessas casas que são gerados os futuros deputados federais e senadores.
A população está percebendo que essa velha forma de fazer política não tem levado a uma mudança concreta do país. As mudanças vem acontecendo sim, mas em um ritmo muito lento do que a expectativa dos brasileiros.
O que todos estamos cansados é de saber e ler notícias todas as semanas de que a corrupção é cada vez mais explícita. Penso que o índice de corrupção do Brasil deva ser parecido com o índice de outros países. A justiça brasileira tem que ser mais ágil, principalmente contra os crimes de colarinho branco. Ensinamos nossos filhos a serem honestos, mas os homens honestos são chamados de bobos muitas vezes.
A justiça está ainda muito longe de ser posta em prática e basta verificar o aumento das desigualdades sociais que vemos pelo mundo e principalmente aqui no Brasil, são pessoas nas ruas sem ter onde dormir, onde comer, onde fazer a sua higiene pessoal.
Devemos dar oportunidade a todos a acender aos seus direitos em paridade de circunstâncias e não dar privilégios a uns do que a outros. Tem faltado vontade efetiva para que possam ser criados mais critérios de justiça social. Para serem criados, tem de fazer-se uma opção honesta, séria, decidida e sem medo de grupos que estejam instalados, que defendam os seus interesses, muitas vezes corporativos.
Um povo só se torna realmente justo quando conhece, de forma clara e objetiva, o real significado da palavra justiça. Infelizmente, o princípio da justiça ainda não é muito bem compreendido pelo povo brasileiro. O problema é que, na língua portuguesa, a palavra justiça também é utilizada para referir-se a órgãos de Setor Judiciário, (Justiça do Trabalho, Justiça Federal, etc.). Essa duplicidade na linguagem ajuda a confundir os cidadãos menos esclarecidos. Já é hora dos brasileiros saberem que a palavra justiça refere-se antes de tudo, a um princípio de equidade, de igualdade proporcional; um princípio de sabedoria que deveria ser utilizado pelo Governo em todas as áreas e principalmente pelo Poder Judiciário.
Os brasileiros ainda não entenderam a importância socioeconômica de se levar a sério o princípio de justiça. A maioria dos cidadãos conhece apenas duas situações: ser beneficiado ou ser prejudicado. Infelizmente, a educação brasileira não nos ensinou a discernir estes extremos e a adotar situações intermediárias. É no ponto médio, entre o benefício e o malefício, que encontramos o que é justo para todos. Ser justo é não oprimir nem privilegiar, não menos prezar nem endeusar, não subvalorizar e tampouco supervalorizar. Ser justo é saber dividir corretamente sem subtrair e sem adicionar. É não se apropriar de pertences alheios e dar correto valor a cada coisa e a cada pessoa. É estabelecer regras claras sem dar vantagem para uns e desvantagens para outros. É encontrar o equilíbrio que satisfaz ou sacrifica, por igual, sem deixar resíduos de insatisfação que possam resultar em desforras posteriores.
A ausência de uma boa educação, nesse sentido, tem propiciado comportamentos extremistas (ora omisso, ora violento) por parte da maioria dos cidadãos. Observe que até pouco tempo a maioria dos brasileiros preferia se calar mesmo diante das inúmeras explorações do nosso dia-a-dia. O maior problema, consequente desse tipo de comportamento surge com o decorrer do tempo. A falta de diálogo, para se estabelecer o que é justo e correto, faz o cidadão prejudicado se cansar de ser omisso e partir pra violência (ir direto ao outro extremo). Essas reações têm acontecido até mesmo entre parentes e vizinhos. Por isso, precisamos nos reeducar. Os cristãos, em especial, precisam ensinar ao povo o que é justo e correto para que os cidadãos não se tornem omissos e saibam estabelecer o diálogo ao perceber toda e qualquer injustiça. Se cultivarmos um padrão de comportamento realmente justo, ninguém acumulará motivos para se tornar infeliz, desleal, subornável ou violento.
Em todos os casos de injustiças (profissionais, comerciais, de relacionamento etc.) a pessoa prejudicada deve primeiramente ir até a pessoa injusta lhe pedir que corrija a injustiça.
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