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Por:   •  30/5/2013  •  474 Palavras (2 Páginas)  •  342 Visualizações

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O CAMPO DA ANTROPOLOGIA

A Constituição de uma ciência do homem

Luis Henrique Passador

Professor de Antropologia – Campus Alphaville (UNIP)

Mestrando em Antropologia Social pela UNICAMP

A Antropologia, enquanto ciência, pode ser considerada bastante nova se comparada com outras como, por exemplo, a Física, cuja história remonta à Grécia Antiga, com as primeiras descobertas e sistematizações do conhecimento das leis da Natureza pelo Homem. Não que os filósofos gregos desconhecessem ou deixassem de se questionar sobre a natureza humana. Eles apenas o faziam de uma maneira diferente da que os antropólogos modernos definem como sendo uma abordagem original e característica da Antropologia: o estudo do homem em sociedade, através da observação direta de sua prática cotidiana e compreensão das instâncias sócio-culturais que definem essa prática, emprestando-lhe um significado compartilhado pelos indivíduos que se relacionam entre si dentro de um mesmo espaço historicamente constituído. Assim, se etimologicamente a Antropologia se define como a Ciência do Homem (em grego ANTHROPOS = homem, LOGUS = conhecimento, estudo, ciência), ela vai sempre procurar compreendê-lo enquanto espécie (Homo Sapiens), e enquanto uma espécie que se caracteriza pela formação de grupos sociais, agrupamentos de indivíduos que compartilham de uma mesma história e de uma mesma visão de mundo, e que definem regras de comportamento, convivência e sobrevivência.

O conjunto dessas regras é o que se convencionou chamar de CULTURA. Então, todo grupo social, ou sociedade, possui uma cultura que, como já foi dito, define a visão que seus indivíduos têm do mundo em que vivem, definindo formas de atuarem sobre ele. Todo grupo social é também um grupo cultural; toda sociedade possui a sua cultura particular. A Antropologia, como a conhecemos hoje, vai fazer desses grupos o seu objeto de estudo por excelência, procurando estudá-los em suas particularidades e, comparativamente, em relação aos demais, sem que isso implique uma hierarquização de qualquer tipo (melhor ou pior, superior ou inferior, mais ou menos evoluído etc). Toda cultura passa a ser vista como uma maneira possível de o Homem se adaptar ao seu meio e interpretá-lo, e dessa forma, a Antropologia produz um conhecimento que nos permite observar e compreender como pensam e vivem os homens, sejam eles habitantes de um arquipélago do Pacífico Ocidental ou nós mesmos. Por esse motivo, alguns antropólogos definem sua ciência como essencialmente terapêutica: ao deparar-se com outras culturas, isto é, com o “outro”, o homem se depara com a diferença; deparando-se com o diferente, o homem percebe-se e define-se pelo que ele é e pelo que não é, ou seja, depara-se com sua própria particularidade; essa consciência de ser um entre outros, de pensar e agir de uma determinada maneira dentre tantas outras possíveis à espécie à espécie humana, fornece-lhe a dimensão do lugar que ocupa no mundo, permitindo-lhe não só conhecer melhor o outro pelo contraste consigo mesmo, mas também a si próprio, pelo processo inverso, em relação ao outro.

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