Sistema de Reciclagem de Papel Para Escolas Estruturalmente Vulneráveis
Por: Nathan Brits • 5/6/2019 • Projeto de pesquisa • 1.514 Palavras (7 Páginas) • 239 Visualizações
Universidade Federal de São João Del-Rei
Sistema de reciclagem de papel para escolas estruturalmente vulneráveis
Discentes: Nathan Gabriel Brits Santos
Alexandre Batista de Carvalho Oliveira
Docente: Juliano Cury
21 de dezembro de 2017
Sistema de reciclagem de papel para escolas estruturalmente vulneráveis
Nathan Gabriel Brits Santos
Alexandre Batista de Carvalho Oliveira
Resumo
O papel é um dos materiais mais simples de serem reciclados, podendo ser trabalhado mesmo de maneira artesanal e com equipamentos relativamente simples. De tal forma, nota-se a possibilidade de criar um sistema/oficina de reciclagem de papel que demande poucos recursos e portanto pouco investimento financeiro, dando assim um retorno econômico, visto que tal produção pode reduzir a compra de papel a ser utilizado em escolas, principalmente em instituições que se apresentem estruturalmente vulneráveis. Além da possível economia tal projeto pode levar ao desenvolvimento de um pensamento crítico a respeito da sustentabilidade e importância do reaproveitamento de recursos. O estudo propõe a montagem de uma oficina onde sejam utilizados como ferramentas, um liquidificador, uma prensa simples, um sistema de rolos, molduras, bacias e uma área para tratamento, para a se obter um produto com qualidade suficiente para ser empregado o uso em tais escolas.
Palavras-chave: sustentabilidade, oficina, economia, desenvolvimento.
Introdução
O Brasil contava até novembro de 2016, com cerca de 186,1 mil escolas de nível básico em todo seu território, sendo que destas, cerca de 2/3 encontravam-se em responsabilidade dos municípios e quase 34% concentrava-se em regiões rurais (Inep, 2017). Segundos dados do próprio Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, muitas escolas brasileiras em regiões rurais se encontram em mas condições para se atender estudantes, apresentando problemas como, falta de energia, saneamento básico, carteiras, entre outros.
A reciclagem de papel nesse âmbito surge como uma alternativa viável como forma de reaproveitamento de um recurso e uma maneira eficaz de levar ao ambiente escolar uma pauta ambientalista, com um enfoque na gestão de materiais recicláveis. Existe a necessidade da educação ambiental ser abordada de forma prática, de forma que todas as pessoas ligadas à escola, devam estar preparadas para tal (TRAVASSOS, 2006:12).
Ao seguir essa ótica a montagem de uma oficina destinada à reciclagem de papel pode trazer, após um investimento inicial, uma economia tendo-se em vista a obtenção do produto com qualidade de uso, após passar pelo processo citado. Reciclar é refazer um ciclo, de forma a se tratar materiais que não tão facilmente se degradariam no meio ambiente, como matéria-prima, reprocessando-os e mantendo suas características básicas (VALLE, 1995: 71).
Segundo (GUIMARÃES, 2005), a Educação Ambiental, vem sendo considerada interdisciplinar e voltada para a resolução de problemas locais. De tal forma é participativa, de ação e criativa, que conscientiza, gera novos hábitos e conhecimentos, integrando homem e natureza, sendo assim capaz de melhorar todos os níveis de vida.
Técnicas artesanais para se reciclar o papel já são realizadas a algum tempo, embora o método apresente variações dependendo da fonte de pesquisa, apesar de não diferirem drasticamente. O presente projeto tem como foco propor um sistema eficiente de reciclagem, que possa ser implementado em escolas com pouca estrutura, mais comumente situadas em regiões rurais onde á escassez de recursos e investimentos, e que demande pouco custo para ser adotado, de tal forma que, mesmo sem verba para tal, a implementação seja possível por meio de mutirão e colaboração da comunidade. A boa qualidade do produto ao final do processo é de suma importância, visto que, pretende-se que o papel reciclado possa ser utilizado nas escolas e assim diminuir custos com esse material, portanto, o mesmo deve apresentar características similares ao papel não reciclado, como espessura, qualidade de corte, resistência (a quebra, infere-se que seja possível dobrá-lo, sem que o mesmo esteja quebradiço).
Materiais e Métodos
A primeira parte do processo a ser realizado deve ser a obtenção da polpa de papel (mistura de papel, fibras e água), para tal, seria necessário a coleta do material a ser reciclado previamente, infere-se que ao deixar o papel de molho em água facilitaria os processos seguintes.
Após um amolecimento devido ao tempo de molho, o papel seria levado ao liquidificador para ser batido com água até a obtenção de uma polpa consistente, seguindo para a adição das fibras ainda no processamento da polpa.
As fibras, nesse caso do bagaço de cana, nesse caso tem função estrutural, funcionando como uma malha interna, conferindo ao produto final uma resistência maior a dobra e impedindo que o produto final seja quebradiço. Outras tipos de fibra poderiam ser utilizados, como por exemplo, a do caule da bananeira, porém está necessitaria de tratamento, no qual pedaços desse caule seriam aquecidos em uma solução contendo água e hidróxido de sódio (NaOH) e mantido em fervura até que se obter uma solução escura e extremamente básica e as fibras separadas, porém tal processo traria complicações quanto ao descarte da solução de pH básico, uma vez que apenas a fibras celulósicas seriam aproveitadas. Para o tratamento do bagaço de cana o tratamento seria deixa-lo de molho em água, tal como o papel, deixando-o secar por completo, seguido do seu processamento no liquidificador evitando que partes de grande granulometria ficassem presente no produto final.
Depois de obtida a polpa, uma forma de madeira com medidas internas do formato A4, ou tamanho desejado, seria colocado por cima de um tecido, de preferência um tecido fino, já estando posicionada na prensa manual, e dentro dessa forma seria colocado uma pequena quantidade da polpa, nessa parte
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