Social
Pesquisas Acadêmicas: Social. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: nfvch • 21/3/2015 • 5.916 Palavras (24 Páginas) • 196 Visualizações
3. Entrevista de acolhimento de adolescentes em situação de risco pelo envolvimento
com drogas*
Maria Fátima Olivier Sudbrack
Sandra Eni Fernandes Nunes Pereira
Marilia Mendes Almeida
3.1 Introdução
A proposta de prevenção do curso destaca a importância do educador conhecer fatores de risco e de proteção
presentes na vida de seus alunos.
Mas o que fazer quando se percebe que um aluno está vivendo uma situação de risco?
O que fazer quando um aluno procura você para contar uma situação pessoal?
Pode ser que você já conheça os fatores de risco e de proteção da turma, mas, para ajudar um aluno em uma
situação específica, será preciso uma metodologia de abordagem pessoal.
O módulo 3 apresenta o modelo da educação para a saúde como sendo o novo paradigma de prevenção do
uso de drogas apontado pela Política Nacional sobre Drogas (SENAD). Sendo a prevenção na área de drogas
caracterizada por ações de promoção da saúde integral do adolescente, destacamos (conforme os textos da
unidade 11) a importância de posturas sempre inclusivas face ao adolescente, em especial aqueles em condição
de maior vulnerabilidade social.
Como você aprendeu nos textos das unidades 9 e 10, a metodologia das redes sociais aponta para a mobilização
dos potenciais e a minimização dos riscos, incluindo todos os segmentos em um trabalho de natureza
comunitária. Nesta perspectiva, trazemos como uma das estratégias protetivas e de inclusão – o “acolhimento”
do adolescente em situação de risco – no contexto da escola. Como vimos na unidade 11, acolher
quer dizer evitar ao máximo seu afastamento do meio escolar, o que constituiria grave fator de risco para seu
envolvimento com drogas.
Educador, você percebeu a importância do seu trabalho na prevenção indicada?
3.2 Metodologia de aplicação e exploração dos resultados
Cabe, no entanto, prepará-lo para essas ações de acolhimento que exigem uma competência do educador, em
especial no resgate dos vínculos positivos do adolescente com sua escola.
O objetivo desta atividade é a abordagem individual de adolescentes em contexto de risco para envolvimento
com drogas.
Essa estratégia de abordagem individual é especificamente importante para as escolas que estão inseridas em
um contexto comunitário e social de risco. Nesses casos, existe maior probabilidade de alunos que já estejam em
uma situação de envolvimento com drogas. É o caso de comunidades com fácil acesso ao crack, por exemplo.
O instrumento de avaliação que este instrumento sugere foi desenvolvido com base em um modelo de avaliação
de rede social pessoal, que estabelece níveis gradativos de intimidade do sujeito com os elementos da
rede, presentes nos diversos contextos de pertencimento (família, amizades, relações escolares ou de trabalho,
relações comunitárias, de serviço ou de credo).
Propõe ainda a avaliação das características estruturais da rede social pessoal, das funções específicas e dos
atributos dos vínculos presentes na rede e situa o observador e o informante em um nível de análise relacional,
que também adquire um caráter terapêutico.
* Trata-se de instrumento desenvolvido como parte de Tese de Doutorado realizada no Programa de Pós Graduação em Psicologia Clínica e Cultura do Instituto de Psicologia
da Universidade de Brasília,defendida pela segunda autora, sob orientação da primeira autora. A terceira autora contribuiu na redação do referido instrumento.
68 Orientações Metodológicas e Instrumentos para Intervenção
A partir deste modelo de avaliação de redes sociais, foram desenvolvidos novos instrumentos adaptados
a diferentes contextos de intervenção (jurídico, escolar e comunitário), que propõem a avaliação das características
estruturais da rede, as funções presentes e os atributos dos vínculos da rede pessoal de adolescentes
em situação de vulnerabilidade social. Além disso, este instrumento avalia os fatores de risco e
proteção que podem estar presentes na vida dos adolescentes, no âmbito de sua rede social pessoal. Este
instrumento ainda permite a avaliação da rede comunitária, bem como dos principais fatores de risco e de
proteção ao adolescente, que podem estar presentes na comunidade mais ampla.
Aprofundando alguns conceitos que fundamentam esta metodologia
A rede social pode ser considerada uma metáfora que permite falar das relações sociais, pensar e repensar
novas formas de convivência, vinculações, conexões e relações com os contextos. A utilização da prática de
redes sociais ganha força e evidência em trabalhos na área de saúde mental e terapia familiar e tem como
referência a abordagem sistêmica e o modelo de psicologia comunitária. Seja em contexto de saúde, clínico,
seja em contexto comunitário, a inclusão da rede de apoio social torna-se de fundamental importância para a
prática e pesquisa.
São
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