Surdez E Inclusão

Este trabalho trata sobre o processo de inclusão de estudantes surdos em uma escola pública da cidade do Recife. Tem por objetivo investigar através de que ações o Governo Federal e Estadual garantem condições de acesso e permanência aos estudantes com deficiência que cursam o Ensino Fundamental em escolas públicas, identificando e caracterizando as iniciativas realizadas em âmbito Federal e Estadual para a concretização da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Faz um resgate histórico e conceitual sobre a trajetória do direito à educação, abordando o percurso histórico da educação da pessoa com deficiência abrangendo da exclusão à inclusão. Além disso, problematiza a surdez enquanto característica de um grupo linguisticamente minoritário e discutindo-a dentro da sociabilidade capitalista. Por fim, investiga como a Política de Educação Inclusiva e o seu processo de implementação tem sido percebidos e colocados em prática pelos professores e equipe pedagógica da escola no que se refere a educação de estudantes surdos nas escolas públicas do Estado de Pernambuco. Este estudo foi elaborado na perspectiva de uma pesquisa qualitativa. O instrumento utilizado para a coleta dos dados foi a entrevista semi-estruturada, que envolveram temas relacionados a práticas pedagógicas, relação professor de classe regular e demais profissionais do atendimento especializado e a percepção dos profissionais quanto à inclusão do estudante surdo em classe regular e especial. Foram entrevistados seis profissionais dentre eles: professores de sala regular, intérpretes de Libras e professores de sala de Sala de Atendimento Educacional Especializado.

Seguem os principais resultados obtidos:

• Metade dos entrevistados não identificou vantagens na inclusão de estudantes surdos no ensino regular;

• Todos os participantes entrevistados identificarem alguma desvantagem na execução da proposta inclusivista para estudantes surdos;

• Todos os participantes se mostraram favoráveis a escolarização de surdo em classes especiais nos anos iniciais de estudo;

• Os profissionais consideram insuficientes os números de capacitações que recebem;

• A maioria dos professores regulares não se consideram responsáveis pelo estudante surdo, atribuindo essa tarefa ao professor especializado e até mesmo ao intérprete;

• Os professores de sala regular apresentaram concepções distorcidas quanto a atribuição do professor do atendimento especializado.

Conclusão

Concluímos assim, que as experiência e reflexões realizadas pelos profissionais entrevistados, os qualificam entre aqueles que podem contribuir para o aperfeiçoamento das políticas públicas e práticas desenvolvidas pelas escolas para o atendimento dos estudantes com surdez, buscando em sua prática cotidiana, encontrar alternativas para que os estudantes surdos apreendam os conteúdos e desenvolvam atitudes e habilidades próprias para estudantes dos diferentes níveis de ensino.

Palavras chave: Educação, Direito, Política pública, Pessoa com deficiência, Surdez.