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Surdez em seu aspecto médico, cultural e social

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Por:   •  3/10/2013  •  Seminário  •  2.659 Palavras (11 Páginas)  •  534 Visualizações

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Surdez em seu aspecto médico, cultural e social

Surdez é a diminuição da capacidade de percepção normal dos sons. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) a pessoa que não percebe sons acima de 26 dB é portadora de surdez.

Em termos médicos, a surdez é categorizada em níveis de ligeiro ao profundo. É também classificada de deficiência auditiva, ou hipoacúsia. Os tipos de surdez quanto ao grau de perda auditiva são:

Perda auditiva leve: não tem efeito significativo no desenvolvimento desde que não progrida, geralmente não é necessário uso de aparelho auditivo.

Perda auditiva moderada: pode interferir no desenvolvimento da fala e linguagem, mas não chega a impedir que o indivíduo fale.

Perda auditiva severa: interfere no desenvolvimento da fala e linguagem, mas com o uso do aparelho auditivo poderá receber informações utilizando a audição para o desenvolvimento da fala e linguagem.

Perda auditiva profunda: sem intervenção, a fala e a linguagem dificilmente irão ocorrer.

Do ponto de vista educacional, surdez refere-se à incapacidade da criança aprender a falar naturalmente, por via auditiva. A criança surda pode aprender a falar, ainda que haja dificuldades.

Em termos culturais, surdez é descrita como diferença linguística e identidade cultura, a qual é partilhada entre indivíduos surdos. A surdez é o paradigma da cultura surda, a base sobre a qual se constrói a estrutura e forma da cultura surda, cuja principal elemento espelhador é a língua de sinais, o idioma natural dos surdos, portanto, sem surdez não há cultura surda.

A surdez pode causar problemas emocionais e psicológicos, alterações de aprendizado, alterações na fala, problemas profissionais, insatisfação e solidão.

Imagina-se que existem surdos desde o começo da humanidade, e com eles surgiu à língua de sinais, que nasceu da necessidade de comunicação dessas pessoas. O tratamento oferecido a pessoas surdas esteve diretamente relacionado aos fatos que marcaram a historia da humanidade, bem como os valores e crenças mantidas pela comunidade. Através dos estudos destes fatos pode-se perceber que a pessoa surda nem sempre foi respeitada por sua diferença, vista como uma anormalidade dentro de uma sociedade majoritariamente ouvinte.

Na antiguidade, os deficientes eram considerados inválidos e eram sacrificados. Aristóteles acreditava que o pensamento era desenvolvido através da linguagem, e a linguagem com a fala. Assim o surdo não pensava e consequentemente não poderia ser considerada gente, humano.

Na idade média, como a sociedade era muito voltada à igreja e a ideias religiosas, as pessoas começaram a ver o deficiente como alguém que merecia compaixão, deixando-os viver; porém os surdos eram colocados em instituições para serem afastados da sociedade. Apenas no século XVI é que os ouvintes começaram a se interessar pela educação dos surdos. No período humanista renascentista, novas descobertas foram alcançadas através do estudo do corpo, dando início as pesquisas sobre o desenvolvimento da audição.

Padre Pedro Ponce de Leon inicia, mundialmente, a história dos surdos, tal como conhecemos hoje em dia. Para além de fundar uma escola para surdos, em Madri, ele dedicou grande parte de sua vida a ensinar os filhos surdos de pessoas nobres, nobres que de bom grado lhe encarregavam os filhos, para que pudessem ter privilégios perante a lei (assim, a preocupação geral em educar os surdos, na época, era tão somente econômica). Leon desenvolveu um alfabeto que ajudava os surdos a soletrar as palavras.

Em 1780, surgiu na França o método gestual, do Abade L’Epeé que misturava o francês escrito com a língua de sinais, ou seja, era o francês sinalizado. O método do abade fez muito sucesso, então o governo da França resolveu apoiar o abade criando o Instituto de Surdos-Mudos de Paris, a primeira escola pública para surdos do mundo.

Em 1857, o professor francês Hernest Huet veio ao Brasil, a convite de D. Pedro II, para fundar a primeira escola para surdos: O Imperial Instituto de Surdos-Mudos, hoje Instituto Nacional de Educação de Surdos- INES, no Rio de Janeiro.

Em 1880, porém, no Congresso Mundial de Professores de Surdos (Milão), chegou a conclusão de que todos os surdos deveriam ser ensinados através do método oral pura. As línguas de sinais foram proibidas nas escolas e os professores surdos afastados. Neste mesmo ano nasce Hellen Keller, na Alemanha, que ficou cega e surda aos 19 meses de idade, por causa de uma doença, e hoje é reconhecida mundialmente pelo seu legado.

Apenas em 1951 os surdos conseguiram, após muita luta conquistar um importante avanço político, criando uma Federação Mundial.

Na comunidade surda cada pessoa possui o seu próprio sinal. O sinal pessoal é o nome próprio, o a ”nome de batismo” de uma pessoa que é membro de uma comunidade surda. Este sinal geralmente pode representar uma característica da pessoa, representar a sua profissão, a primeira letra do seu nome.

A Língua Brasileira de Sinais (libras) surge com a perspectiva de apoiar a implementação da Educação Especial tão enfocada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Especial Nacional. O Poder Público instituiu a lei n° 10.436, de 24 de abril de 2002, regulamentada pelo Decreto n° 5626 de 22 de dezembro de 2005, que dispõem sobre a Língua Brasileira de Sinais como disciplina, assegurando aos surdos o atendimento especializado. Dentro deste contexto, alicerça-se uma proposta inovadora sempre com o objetivo de consolidar a comunicação e a efetiva integração na vida em sociedade.

Libras é a sigla pronunciada nacionalmente para a Língua Brasileira de Sinais difundida pela federação Nacional de e Educação e Integração de surdos (FENEIS).

Existem algumas diferenças entre a Língua Brasileira de Sinais e a língua portuguesa: com a Língua de Sinais fala-se com as mãos, é visual-espacial incluindo os classificadores, utiliza-se a estrutura tópico-comentário e estrutura de foco através de repetições sistemáticas; utiliza a referências anafóricas através de pontos estabelecidos no espaço que exclui ambiguidades, possíveis na língua portuguesa, além de não ter marcação de gêneros e atribuir um valor gramatical as expressões faciais.

A língua portuguesa comunica-se com a boca é oral-auditiva, e baseada nos sons; usa uma sintaxe linear utilizando a descrição para captar o uso de classificadores; evita a utilização de estrutura tópico-comentário possui marcação de gênero.

Inclusão

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