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Por:   •  19/10/2013  •  320 Palavras (2 Páginas)  •  252 Visualizações

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Dias após o golpe de 15 de novembro, os jornais divulgaram que havia começado um movimento entre os membros do Clube Militar para, por meio de uma subscrição nacional, recolher fundos particulares para pagar a dívida externa. Humildes funcionários públicos acabaram sendo coagidos a aderir, assinando um termo em que concordavam com um desconto mensal nos seus salários. São desconhecidos os desdobramentos dessa campanha. Mas de uma coisa se sabe: não só a dívida externa não foi paga, como também cresceu em progressão geométrica após o advento da República.

Políticos que aderiram ao novo regime logo buscaram apoio dos escritores, que estavam sedentos por uma boquinha. O emprego público acabou se transformando em sinônimo de intelectual. Só o governador do Rio de Janeiro empregou quatro: Coelho Neto, Pardal Mallet, Aluísio Azevedo e Olavo Bilac. Este último brincava dando despachos em forma de versos. Foram seis meses de trabalho. Certa feita, a professora Ana Maldonado solicitou três meses de licença médica e Bilac deu o seguinte despacho:

“Se dona Ana Maldonado

For uma bela mulher,

Tenha o dobro do ordenado E do tempo que requer.

Mas se for velha e metida,

O que se chama canhão,

Seja logo demitida,

Sem maior contemplação”.9

Mas o novo regime não esqueceu de controlar a imprensa. Afinal, diante de tantos desmandos, foram pipocando críticas. Como resposta, editou o decreto 85A, equiparando o crime de imprensa ao de sedição militar. Na justificativa usou de uma linguagem até então desconhecida nos documentos oficiais: “Seria, da parte do governo, inépcia, covardia e traição deixar os créditos da república à mercê dos sentimentos ignóbeis de certas fezes sociais”. E continuou: “Os indivíduos que conspirarem contra a República e seu governo; que aconselharem ou promoverem por palavras, escritos ou atos, a revolta civil ou a indisciplina militar; que divulgarem nas fileiras do Exército e da Armada noções falsas e subversivas tendentes a indispô-las contra a República, […] serão julgados

militarmente por uma comissão militar nomeada pelo ministro da Guerra e

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