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Por:   •  24/3/2014  •  356 Palavras (2 Páginas)  •  483 Visualizações

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No início do século 20, o americano Henry Ford cunhou uma frase que continua

presente nos manuais de gestão: “Há uma única regra para um industrial: faça produtos com a

melhor qualidade possível, ao menor custo, pagando os salários mais altos que puder”.

Hoje óbvia, a lição de Ford foi tirada das experiências da primeira linha de montagem de

carros, criada em 1913, em Highland Park, em Michigan. Nela, o operário passou a repetir a

função de inserir as peças nos veículos, movidos numa esteira. O propósito dessa organização

foi ganhar produtividade.

Cada empregado da Ford recebia 5 dólares ao dia — o dobro da média americana da época.

No sistema fordista, um carro passou a ser montado em 98 minutos, com qualidade, preço

baixo e volume de produção. O método, que exigia grande investimento em máquinas, foi

amplamente copiado e transcendeu as fronteiras do setor automotivo e dos Estados Unidos.

Um século depois, a obsessão de Ford pelo aumento de produtividade de homens e máquinas

continua a ser um mantra. Do chão de fábrica, ela migrou para a agricultura, para a

construção e para os serviços — e ganhou a dimensão das nações. Hoje, a produtividade é

vista como uma medida da eficiência no uso de fatores como o capital e o trabalho.

A capacidade de fazer mais com os recursos disponíveis se tornou também um atalho para o

desenvolvimento. “A melhor maneira de um país enriquecer é conseguir que cada trabalhador

produza mais”, diz o economista José Alexandre Scheinkman, professor da Universidade de

Princeton.

A má notícia é que o Brasil, país de renda média que almeja ser rico um dia, emperrou nesse

quesito. De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, a produtividade

brasileira está estagnada há três décadas. Nos anos 80, ela encolheu 1,35% ao ano. Continuou

a cair à média de quase 1% ao ano na década seguinte.

Nos anos 2000, avançou apenas 0,9% por ano, cifra insuficiente para zerar os tombos

anteriores. O que está em jogo não é mais uma estatística mirrada, como tantas outras do

Brasil. Trata-se da capacidade de o país continuar crescendo com vigor. O crescimento da

economia na última década ocorreu graças à incorporação de milhões de pessoas ao mercado

de trabalho e à forte demanda internacional por nossos produtos.

Brasil leva

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