TEORIA DA CONTABILIDADE
Casos: TEORIA DA CONTABILIDADE. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: AlineGuimaraes • 8/6/2014 • 1.978 Palavras (8 Páginas) • 450 Visualizações
ANTECEDENTES DA CONTABILIDADE
CONTABILIDADE: A ORIGEM DA NECESIDADE INFORMACIONAL
ARQUEOLOGIA DA CONTABILIDADE
O período pré-histórico Mesolítico, compreendido entre 10.000 a.C. e 5.000 a.C., foi marcado pelo aquecimento do clima na Terra, pondo fim ao período glacial.
Essa mudança de clima terrestre favoreceu o surgimento das primeiras grandes comunidades junto às terras baixa do Oriente Próximo, região chamada de Mesopotâmia (terra entre rios), situado entre os Rios Tigre e Eufrates. Essas áreas eram privilegiadas para o cultivo agrícola e para a criação de animais.
Em sítios arqueológicos do Oriente Próximo foram encontrados materiais utilizados por civilizações pré-históricas que caracterizaram um sistema contábil utilizado entre 8.000 e 3.000 a.C., constituído de pequenas fichas de barro. Estas escavações revelaram fatos magnânimes para a Contabilidade, colocando-a como a mola propulsora da criação da escrita e da contagem abstrata. É possível falar-se de arqueologia da Contabilidade, pois os vestígios encontrados de
sistemas contábeis é produto do estudo científico de restos de culturas humanas derivadas de conhecimentos desenvolvidos em tempos pré-históricos. Com esta nova fase no desenvolvimento do homem na Terra, houve a necessidade do controle do produto da agricultura e da criação de animais. Era necessário um sistema para o
registro da localização destas mercadorias, seus proprietários, possíveis dívidas surgidas com
suas transferências e direitos dos antigos proprietários. Devido a essa necessidade, conforme pesquisas arqueológicas, foi onde originou-se a origem da Contabilidade.
A teoria de que a escrita teve origem na pictografia perdurou por dois séculos (XVIII ao XX) quando as escavações iniciadas no princípio do século em Uruk, antiga cidade da Mesopotâmia e centro importante da civilização sumeriana, revelaram várias tábuas uneiformes, bem como outras tábuas impressas de forma geométrica e outras formas.
Em sítios arqueológicos foram encontrados pequenos artefatos de barro, chamados de fichas, datando de 8.000 a 3.000 a.C.. Escavações também revelaram a existência de outros artefatos de barro assemelhados a caixas contendo fichas no seu interior e impressões externas - costume sumeriano para identificar devedores ou outras pessoas. Datavam os mais antigos, de aproximadamente 3.250 a.C., denominados de envelopes. As fichas de barro foram classificadas em duas categorias: fichas simples e complexas. As simples possuíam a forma de esferas, discos, cilindros, ovoides, triângulos, retângulos e revelam traços de 8.000 a.C., sendo usadas principalmente em zonas rurais; as complexas, também com uma grande variedade de formas, porém com incisões ou pontuações e frequentemente perfuradas, eram usadas em muitas cidades e nos arredores dos templos.
Foram encontradas, no ano de 1920, em Nuzi (norte da Babilônia), 49 fichas acompanhadas de uma tabela de pedra com inscrições cuneiformes listando um pequeno rebanho de carneiros, pertencente ao segundo milênio a.C., portanto, não classificado dentro do período pré-histórico.
A explicação para esse duplo registro (a tabela de pedra e as fichas) oferecidas por Schmandt e Besserat (1992) foi de que a caixa de barro contendo as fichas eram provavelmente destinada ao pastor (ou devedor), enquanto a tabela de pedra constituía o recibo do proprietário (ou credor).
As fichas contábeis foram as antecessoras e propulsoras da escrita e da contagem no sentido abstrato. Historicamente a contagem envolveu três fases evolutivas: o início caracterizado pelo chamado correspondente um-por-um, passando para a contagem concreta (principalmente com fichas) e chegando na contagem abstrata através dos números. Esta primeira fase envolvia a combinação de um sinal (por exemplo: um osso, uma concha do mar) com uma mercadoria (um carneiro, uma medida de grão, um coco), repetindo o sinal para cada unidade adicional do produto. A segunda fase, a contagem concreta, caracterizava-se pelo relacionamento de fichas concretas com palavras que representavam números específicos. Na contagem concreta identificava-se um conjunto de palavras ou fichas com um conjunto de coisas específicas.
A última fase na evolução da contagem desenvolveu o símbolo numérico, liberando a contagem de um conjunto específico de coisas, criando números gerais suficientes para contagem de qualquer coisa e criando a noção abstrata de um, dois, três, etc.. Aos contadores de Uruk, segundo revelações de trabalhos arqueológicos, pode ser creditada a criação dos numerais e a revolução na contagem e na manipulação de dados. Os contadores de Uruk inventaram dois sinais: os numerais (símbolos usados para representar números abstratos) e os pictográficos (símbolos usados para expressar mercadorias). Os numerais eram impressos, enquanto os pictográficos eram talhados. Os numerais provocaram certa confusão nos contadores que preferiam utilizar os sinais pictográficos para seus registros. Por exemplo: o sinal numérico “1”, que era utilizado como medida de grãos, foi substituído por um sinal pictográfico na forma de orelha ou de grão. Como os formatos das fichas foram aos poucos sendo padronizadas, cada formato de ficha possuía a mesma função desempenhada pelas contas de mercadorias da Contabilidade de hoje. Praticava-se na antiga Suméria um tipo de partida dobrada já em 3.200 a.C., pois, neste tempo, originou-se os primeiros envelopes de barro com impressões sobre a superfície das fichas contidas no seu interior. O fato de colocar estas fichas dentro do envelope significava o registro das quantidades de vários ativos, ou o que hoje é chamado de débito de entrada. Além disso, existia a necessidade de revelar seu conteúdo e o total do patrimônio representado pelo envelope.
Este problema foi resolvido com a impressão no exterior do envelope de cada ficha que seria guardada no seu interior. Esta impressão pode ser vista como uma genuína contra-entrada (neste caso, entrada de crédito) de um sistema contábil. Esta impressão no barro não representa um lançamento de partida dobrada, pois, nesta época, não existiam escrita e livros. Fica evidente que as transações comerciais eram representadas por transferências de fichas de barro, refletindo a entrada ou saída física de ativos.
Esta transferência de mercadorias de uma localização para outra caracteriza um sistema de partidas dobradas, pois existe o registro de uma dupla entrada, apenas não existe o controle monetário dos sistemas contábeis de partidas dobradas, onde os valores são checados para a verificação se houve o lançamento
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