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TEORIA EDIPIANA E O INCONSCIENTE NO CONTO CINDERELA

Por:   •  24/4/2018  •  Trabalho acadêmico  •  3.368 Palavras (14 Páginas)  •  658 Visualizações

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 INTRODUÇÃO

A psicanálise é uma vertente da psicologia (uma linha), elaborado por Sigmund Freud, no qual se busca conhecer o inconsciente do indivíduo em análise, através da associação livre, interpretações, onde o mesmo relata a seu analista tudo o que lhe vier à mente, ao qual interpretar tal conteúdo. Esta teoria parte do pressuposto que nossas ações são pautadas, em grande parte, por conteúdos e razões de natureza inconsciente desconhecidas; tendo por base de estudo o consciente e o inconsciente, a libido, as pulsões, a frustração, o mecanismo de defesa do EU, as três instâncias da personalidade Id (base da vida psíquica, pulsões, o princípio do prazer).O Ego (o princípio da realidade, o regulador das pulsões) e o superego (normas, regras e proibições culturais que o sujeito aprende em seu desenvolvimento). Diante da grande importância da infância para o desenvolvimento individual, buscou-se neste estudo fazer uma avaliação da importância dos conteúdos inconscientes no conto “Cinderela” para o desenvolvimento psicoemocional infantil.

Mesmo após 114 anos da inauguração oficial da Psicanálise e das diversas contribuições que ofereceu e continua oferecendo a sociedade; pode-se dizer que ela continua sendo vítima de preconceitos e do cientificismo. Porém, além de nos permitir uma compreensão do desenvolvimento psíquico do ser humano, a Psicanálise também nos fornece uma visão de homem.

Este trabalho pretende mostrar o quanto o conto de fada “Cinderela” expressa e transmite as experiências infantis sejam de conteúdos conscientes ou inconscientes. O conto da Cinderela foi escolhido devido a seus componentes estarem ligados diretamente aos primeiros períodos da infância. Visando compreender a importância dos contos de fada no desenvolvimento infantil; tal pesquisa foi realizada através de levantamentos bibliográficos referentes ao tema, entre autores psicanalistas, tais como Bettelheim (2009) e o próprio Freud (2006); os quais relatam em suas obras conteúdos importantes a cerca do desenvolvimento infantil e da relação simbólica existente entre os contos de fada e os conteúdos inconscientes. É possível encontrar nos contos de fadas conteúdos inerentes ao crescimento infantil, tanto no âmbito consciente quanto inconsciente; que fazem com que as crianças se identificam com os aspectos da história, descobrindo suas emoções e encontrando expressões para os seus medos e angustias inconscientes. Através dos conteúdos levantados, é notório que o conto Cinderela traz representado para as crianças, as alegrias e os dramas da infância.

 O presente trabalho visa a introdução do ser humano a um dos conceitos chaves da teoria psicanalítica, o Inconsciente e o conflito Edipiano vivido por CINDERELA e suas consequências no desenvolvimento do sentimento ou ação, desenvolvido por Freud (1856-1939),Ele inicia seu pensamento teórico assumindo que não há nenhuma descontinuidade na vida mental.  Afirmou que nada ocorre por acaso e, muito menos, os processos mentais. Há uma causa para cada pensamento, para cada memória revivida.


DESENVOLVIMENTO

No conto Cinderela, a personagem traz em suas aventuras, conteúdos que correspondem ao desenvolvimento infantil. Sendo assim, à medida que vamos prestando atenção no desenrolar do conto, vamos tomando contato com o problema vivido pela heroína, que se assemelha muito a determinados conflitos presentes na infância. Nossa vida é uma história composta por várias vitórias e frustrações, emoções e reflexões, amores e decepções, assim como a dos personagens dos livros. O conto Cinderela trona-se um meio fértil para a compreensão e simbolização infantil (e adulta), dos problemas íntimos dos seres humanos, enfocando em saídas politicamente corretas para as decepções. É fortalecendo recursos do ego para lidar com as situações.

De acordo com Corso;Corso, (2006); os contos ajudam na construção da subjetividade, apresentam soluções para os mistérios vividos pelos personagens da 4 trama, ilustram de maneira representativa os conflitos da infância e da vida familiar, a partir de elementos conscientes e inconscientes. A criança compreende o significado do conto, mesmo que seja de modo inconsciente ou pré-consciente. Na história de Cinderela encontramos conteúdos latentes, representantes de lutas íntimas do crescimento infantil e trazendo soluções possíveis para as dificuldades. Assim, levando em conta o modelo psicanalítico, os contos de fada transmitem mensagens ao consciente, o pré-consciente e ao inconsciente, de acordo com o nível de desenvolvimento particular da pessoa (BETTELHEIM, 2009). Conforme relata Bettelheim (2009); as superações dos conflitos do crescimento infantil auxiliam a criança a compreender seu consciente seus conteúdos manifestos e latentes e assim enfrentar o que se passa no inconsciente. É considerável ressaltar que, independente da maneira que o conto de fada chegue à criança, é importante que seja contada. Raramente o conto falha em sua “contribuição”, pois o que permanece para a criança e o que resplandeceu na sua subjetividade (CORSO; CORSO, 2006).

Assim como relata Freud (2006), é possível notar com clareza os conteúdos da infância, dentro da teoria psicanalítica, muitos destes conteúdos estão ligados, com a sexualidade infantil, e devido à educação social acabam sendo recalcados. Tais conteúdos recalcados surgem nos contos de fada, através de fragmentos da narrativa repletas destes conteúdos. Apesar do conflito edipiano vivido por Cinderela, e com a perda da mãe boa pela madrasta, o conto mostra que estas angústias infantis são inerentes ao desenvolvimento e se amenizam com o tempo. Para a psicanálise, todo o indivíduo tem representações de suas aspirações que são provindas das pulsões sexuais. Os impulsos sexuais infantis sofrem um recalcamento, a sexualidade infantil é renunciada pela criança, os conteúdos sexuais reprimidos só vão ser retomados por ela na fase da adolescência, enquanto permanecem reprimidos no inconsciente (FREUD, 2006).

TEORIA EDIPIANA E O INCONSCIENTE NO CONTO CINDERELA

Sabemos da importância da figura materna na fase do espelho, na história do corpo erógeno, onde a criança deverá estruturar seu ego e na consequente formação da identidade.

Em muitas histórias, a figura da mãe não aparece claramente, no entanto, ao averiguarmos o aspecto simbólico podemos encontrar essa mãe, representada por outros personagens e até por árvores, como por exemplo a aveleira em Cinderela pois o que importa é a função materna.

As fantasias inconscientes nos levam a simbolizar de diferentes maneiras, situações diversas.

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