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Tarefa 01

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Por:   •  21/5/2014  •  1.099 Palavras (5 Páginas)  •  244 Visualizações

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OFICINAS TERAPEUTICAS NO MUNICIPIO DE RIOZINHO

“FAZENDO ARTE PARA SEMEAR O FUTURO”

O município de Riozinho esta passando por um importante momento de reforma no setor de saúde mental, álcool e drogas, onde estamos pensando em impomos o projeto de oficinas terapêuticas com o objetivo de manter e inserir estas pessoas dentro da sociedade com um pouco mais de dignidade ao individuo e a universalização do atendimento.

Nota-se que alguns usuários ao serem inseridos no procedimento não intensivo ou serem encaminhados ao ambulatório de psicologia ou psiquiatria para dar continuidade ao tratamento, não conseguiam desenvolver atividades de construção e inclusão em oficinas fora da instituição. Pensando nisso a nossa instituição montou um projeto de oficinas na cidade para proporcionar a essas pessoas a possibilidade de continuidade da construção de seus projetos de vida singulares e em grupo.

As Oficinas Terapêuticas destacam-se por ser o setting terapêutico favorável ao reingresso do paciente com transtorno mental para a sociedade. Verifica-se também a reorganização psicológica de toda condição subjetiva dos usuários, bem como a conquista de novas relações sociais adquiridas dentro do grupo terapêutico, estimulando assim, o aspecto sócio-afetivo.

Ao produzir uma oficina, deve-se ter em mente um espaço de criação, expressão, produção, transformação, humanização, experimentação, socialização e convivência; operando mudanças subjetivas na representação social da pessoa, na diminuição do índice de uso de medicamentos, na ordenação do dia-a-dia do individuo e na adesão ao tratamento.

Compreender os projetos singulares e o lugar das oficinas na produção de redes de trocas nos territórios e de laços sociais e na intervenção de projetos para a vida de seus participantes vai nos trazer um aprendizado e um exercício constante, norteando o cotidiano de novas praticas sociais em Saúde Mental.

Acolher os usuários e oferecer espaço de escuta, estimular a interação das participantes, a formação de grupo e o sentimento de pertencimento, estimular o empoderamento, entrarem em contato com materiais e experimentar novos fazeres, fornecer novas formas de expressão e reflexão, fortalecer as redes sociais e fazer o acompanhamento em saúde mental, são algumas das propostas.

Os atores envolvidos são pacientes acometidos por transtornos mentais, e os familiares do mesmo, neste sentido a família representa o espaço coletivo indispensável para a garantia de sobrevivência, desenvolvimento e proteção de seus membros, independente de seu arranjo ou da forma como se estrutura, possuindo uma dinâmica de vida especifica. Logo, entende-se que não basta tratar o portador de sofrimento psíquico isoladamente, mas ofertar cuidados a todos aqueles que compõem o núcleo familiar.

O sofrimento psíquico de um membro familiar tende a circular entre todos os outros, membros, e a precariedade da situação de vida de grande parte das pessoas contribui para o adoecimento, especialmente sua condição social. O enfoque voltado ao grupo familiar e ao contexto social possui resultados bem mais positivos e resolutivos do que aquele que reduz o membro à sua doença.

A valorização e reconhecimento da família como unidade de cuidados, a partir de sua inserção na agenda terapêutica dos serviços de saúde mental, enquanto um agente ativo de participação ou transformação, além da propositura de descontração de um modelo de intervenção arraigado no imaginário social, representa um desafio para os profissionais de saúde. Tal fato exige uma mudança imprescindível nas praticas terapêuticas, configurando-se em um processo transacional entre a tradição da cultura maniconial e a nova proposta substitutiva reformista.

Nestes encontros, a coordenação é sempre de um profissional e sempre tem mais de um, cuja presença ocorre não apenas no sentido de proporcionar aprendizado de determinada técnica ou de aspectos relacionados à doença, mas principalmente de mobilizar o diálogo e a interação entre aqueles que durante muito tempo permaneceram desacreditados do convívio social.

Na atenção, psicossocial, a maior conquista se dá na pratica do dialogo, no respeito às singularidades e aos direitos daqueles que utilizam os serviços e querem ser ouvidos e considerados em sua totalidade biopsicossocial. Nesse sentido, observamos em algumas oficinas, práticas que permitiam aos usuários exteriorizar suas vivencias e reapresentações.

Nessas oficinas, o usuário é o foco da atenção desenvolvida, tem-se a opção de escolher o que deseja realizar, ou de nada realizar, pois nada lhe é imposto. Além disto, é estimulado a interagir com o grupo e com os profissionais, que demonstram claramente que ele tem sua importância naquele espaço.

Os profissionais envolvidos realizam capacitações semestrais enfatizando a importância do acolhimento visto que os principais problemas enfrentados pelos usuários são as barreiras sociais, políticas, econômicas e culturais, que dificultam a afirmação dos direitos e garantias de inserção social.

Constata-se nesses serviços que o processo de consolidação de nova prática em saúde mental, nas quais o sujeito em sofrimento psíquico que antes tinha uma posição inativa e de exclusão agora se insere num nível de participação, de trocas, de reconstrução de seu cotidiano. Ele passa a exercer sua contratualidade expressando seu poder de decisão a respeito de si mesmo, de seu tratamento, das atividades que deseja realizar, exercendo assim, sua cidadania.

As oficinas terapêuticas representam um instrumento importante de ressocialização e inserção individual ou em grupos, na medida em que propõe o trabalho, o agir e o pensar coletivos, conferidos por uma lógica inerente ao paradigma psicossocial que é respeitar a diversidade, a subjetividade e a capacidade de cada sujeito.

É fato que somente construir uma infra-estrutura diferente do manicômio, com todo um arsenal de trabalho em grupo, oficinas terapêuticas diversas, e operar mudanças legais no cenário da psiquiatria, saúde mental não é o bastante. Faz-se necessário investir nos profissionais de saúde que, juntamente com a lógica psiquiatrizante, para uma nova forma de cuidado e assistência profissionais que surgiram e ainda surgem no transcurso.

As Oficinas Terapêuticas procuram se concretizar como estratégias para a Reabilitação Psicossocial dos usuários de saúde mental, fundamentando-se na Reforma Psiquiátrica para ser reconhecida como potencializadora de um espaço de convivência das diferenças, singularidades, respeito ao próximo e construção da cidadania.

Este trabalho foi baseado em um serviço que o município de Riozinho realiza desde junho de 2012 em parceria com o governo do Estado, onde a equipe de trabalho é composta por Assistente Social, Psicóloga, Enfermeiro, Pedagoga, Professora de artes e Professor de Educação Física, também são realizados passeios na praia, pontos turísticos do município, pela capital e eventos que são convidados pelos municípios vizinhos.

Referências:

Ministério da Saúde (BR). Saúde Mental no SUS: os centros de atenção psicossocial. Brasília (DF); 2004.

Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégias. Saúde Mental no SUS: os centros de atenção psicossocial. Brasília: Ministério da Saúde; 2004.

Aranha e Silva AL, Fonseca RMGS. O processo de trabalho em saúde mental e o campo psicossocial. Rev Latino-Am Enfermagem 2005 maio-junho; 13(3): 441-9.

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