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Teoria Da Burocracia

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Por:   •  18/3/2015  •  5.696 Palavras (23 Páginas)  •  419 Visualizações

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TGA II: Abordagem Estruturalista da Administração

Teoria da Burocracia

Origens da Burocracia

Embora tivesse escrito sobre a burocracia décadas antes, foi somente com a tradução do alemão para o inglês em 1947 que Max Weber – considerado o fundador do movimento que se iniciou na sociologia – passou a ser conhecido e discutido nos meios acadêmicos e empresariais. A abordagem estruturalista é um movimento que provocou o surgimento da sociologia das organizações e que iria criticar e reorientar os caminhos da teoria administrativa.

A Teoria da Burocracia surgiu na TGA quando a Teoria Clássica e a Teoria das Relações Humanas disputavam entre si o espaço na teoria administrativa e apresentavam sinais de obsolescência e exaustão para sua época. A burocracia foi uma invenção social aperfeiçoada no decorrer da Revolução Industrial, embora tenha raízes na Antiguidade histórica, com a finalidade de organizar detalhadamente e de dirigir rigidamente as atividades das empresas com a maior eficiência possível.

Rapidamente, a forma burocrática de Administração alastrou-se por todos os tipos de organizações humanas, como indústrias, empresas de prestação de serviços, repartições públicas e órgãos governamentais, organizações educacionais, militares, religiosas, filantrópicas, etc. em uma crescente burocratização da sociedade.

Com o aparecimento, crescimento e proliferação das burocracias, a teoria administrativa – até então introspectiva e voltada apenas para os fenômenos internos da organização – ganhou uma nova dimensão por meio da abordagem estruturalista: além do enfoque infra-organizacional, surgiu o enfoque interorganizacional. A visão estreita e limitada aos aspectos internos da organização passou a ser ampliada e substituída por uma visão mais ampla, envolvendo a organização e suas relações com outras organizações dentro de uma sociedade maior. A partir daqui, a abordagem estruturalista se impõe definitivamente sobre a Abordagem Clássica e a Abordagem das Relações Humanas. Embora predomine a ênfase na estrutura, a visão teórica ganha novas dimensões e novas variáveis.

Os aspectos que levaram a Teoria da Burocracia a se desenvolver na Administração foram os seguintes:

a) Fragilidade e parcialidade da Teoria Clássica e da Teoria das Relações Humanas;

b) A necessidade de um modelo organizacional racional capaz de caracterizar todas as variáveis envolvidas, aplicável a todas as formas de administração;

c) O crescente tamanho e complexidade das empresas passaram a exigir modelos organizacionais mais bem-definidos. Milhares de homens e mulheres colocados em diferentes setores de produção e em diferentes níveis hierárquicos: os engenheiros e administradores no alto da pirâmide e os operários na base. Devem executar tarefas específicas e ser dirigidos. As teorias precedentes mostraram-se insuficientes para responder à nova situação.

d) A Sociologia da Burocracia propõe um modelo de organização e as organizações não tardaram em tentar aplicá-lo na prática.

A Burocracia como Forma de Organização

A burocracia teve origem nas mudanças religiosas ocorridas após o Renascimento. Weber salienta que o sistema moderno de produção se originou de um novo conjunto de normas sociais e morais, às quais denominou “ética protestante”: o trabalho duro e árduo é como dádiva de Deus, a poupança e o ascetismo que proporcionaram a reaplicação das rendas excedentes, em vez do seu dispêndio e consumo em símbolos materiais e improdutivos de vaidade e prestígio.

Verificou-se que o capitalismo, a burocracia (como forma de organização) e a ciência moderna constituem três formas de racionalidade que surgiram a partir dessas mudanças religiosas ocorridas nos países protestantes e não em países católicos.

As semelhanças entre o protestante e o comportamento capitalista são impressionantes. Essas três formas de racionalidade se apoiaram mutuamente nas mudanças religiosas.

Weber avança a tese de que a ética e as idéias puritanas influenciaram o desenvolvimento do capitalismo. Tradicionalmente, na Igreja Católica Romana, a devoção religiosa estava normalmente acompanhada da rejeição dos assuntos mundanos, incluindo a ocupação econômica. Não foi o caso com o Protestantismo.

Ele define o espírito do capitalismo como as idéias e hábitos que favorecem, de forma ética, a procura racional de ganho econômico. Devido a isso, Weber argumenta que há vários motivos para procurar as origens do capitalismo – bem como da burocracia – nas idéias religiosas da Reforma Protestante.

Tipos de Sociedade e de Autoridade

Weber distingue três tipos de sociedade: a tradicional (com características patriarcais e patrimonialistas, como famílias, clãs, sociedades medievais, etc.), a carismática (com características místicas, arbitrárias e personalísticas, como em grupos revolucionários, partidos políticos, nas nações em revolução, etc.), burocrática (também chamada de racional ou legal, as características predominantes são as normais impessoais e racionalidade na escolha dos meios e dos fins, como em grandes empresas, estados modernos, exércitos, etc.)

Cada tipo de sociedade está relacionada a um tipo de autoridade correspondente.

A autoridade significa a probabilidade de uma ordem específica ser obedecida, representando o poder oficializado em uma organização. Poder é a possibilidade de imposição de arbítrio por parte de uma pessoa sobre outras pessoas. A autoridade depende da legitimidade, que é a capacidade de justificar o exercício da autoridade, isto é, o motivo que explica por que um grupo de pessoas obedece as ordens de alguém, conferindo-lhe poder.

A dominação decorrente do exercício da autoridade requer um aparato administrativo, isto é, o pessoal administrativo para executar as ordens e servir como ponto de ligação entre governo e governados.

Weber estabelece uma tipologia de autoridade baseando-se nas fontes e tipos de legitimidade aplicados, a saber:

Autoridade tradicional: quando os subordinados aceitam as ordens dos superiores como justificadas porque essa sempre foi a maneira pela qual as coisas foram feitas. O poder tradicional não é racional, pode ser transmitido por herança e é extremamente conservador. A legitimação provém da justiça e da maneira tradicional de agir. O aparato administrativo pode assumir

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