Teoria Do Conhecimento
Monografias: Teoria Do Conhecimento. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 24/2/2014 • 1.116 Palavras (5 Páginas) • 338 Visualizações
umário
Introdução I 7
Capítulo 1
Concepções e formas de conhecimento I 9
Capítulo 2
Ciência, Tecnologia e Arte I 25
Capítulo 3
As raízes da Teoria do Conhecimento I 43
Capítulo 4
Questões do conhecimento no pensamento
moderno e contemporâneo I 61
Capítulo 5
Ética na produção e socialização do
conhecimento I 85
Considerações Finais I 97
Referências I 99
Sobre os Professores Conteudistas I 103
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Introdução
Somos modernos, buscamos mais do que viver, compreender a vida e tudo que
nos rodeia, instiga e desafia. No dizer de Nietzsche, “o conhecimento em nós,
transmudou-se em paixão, que não se intimida diante de nenhum sacrifício e no
fundo nada teme; a não ser a sua própria extinção.” (NIETZSCHE, F. W. Obras
incompletas. 5.ed. São Paulo: Nova Cultural, 1991. p. 139 (Os pensadores).
A sociedade em que vivemos é frequentemente caracterizada como sociedade
do conhecimento. Conhecimento é mais do que ter informações e dados sobre
determinado tema ou assunto. Conhecimento implica saber quais informações
e dados são relevantes e em que situações usá-los. Conhecimento é sabedoria
de vida. Esta perspectiva filosófica está na base de todo esforço humano por
compreender as coisas e o mundo e atribuir-lhes sentido.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai refletir sobre o conceito de
conhecimento, suas formas, caminhos e possibilidades. Ele será apresentado
como uma produção histórica e cultural. Uma reflexão filosófica e prática (isto é
o sentido lato de “teoria”) sobre as raízes, desenvolvimento histórico e atualidade
do conhecimento. Você ainda irá desenvolver as habilidades que lhe são
inerentes: refletir criticamente, saber julgar e detectar contradições e incoerências
na realidade e discursos, elaborar conclusões, saber argumentar em favor delas
e demonstrá-las. Tudo isto, sempre atento/a às responsabilidades e exigências
éticas da produção e socialização do conhecimento.
Por fim, cabe ressaltar a importância desta Unidade de Aprendizagem para
a sua trajetória universitária. As habilidades, conteúdos e atividades aqui
disponibilizados são “propedêuticos”, ou seja, preparatórios para o estudo
e compreensão de todas as outras Unidades de Aprendizagem do itinerário
formativo que você escolheu. Todos os itinerários disponíveis na formação
superior exigem a correta compreensão da questão do conhecimento e da
aplicabilidade das suas conquistas e reconhecimento dos seus limites e
responsabilidade, na busca de solução para os desafios e problemas que marcam
os campos do saber e de ocupação profissional hodiernos.
O pensamento e o conhecimento produzem ideias, renovam todas as coisas,
reinventam o mundo. Entre as qualidades exigidas de todos nós nas relações
sociais e laborais, se sobressai a capacidade de pensar e de tomar decisões.
Ou seja, avaliar o peso de cada coisa, fato, situação. Medir o peso de cada
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atitude, escolha, decisão. A sobrevivência e o sucesso pessoal e profissional em
realidade tão competitiva dependem desta capacidade – oferecida pela teoria do
conhecimento e pela ética, de compreender o mundo, os relacionamentos e as
circunstâncias que nos rodeiam e nos definem.
Vale muito o esforço para compreender os conteúdos, desenvolver as
habilidades, apreender as competências desta Unidade de Aprendizagem. Esta
atitude pode fazer a diferença na sua carreira acadêmica.
Bons estudos!
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Secões de estudo
Habilidades
Capítulo 1
Concepções e formas de
conhecimento
Este capítulo foi elaborado para propiciar ao aluno o
desenvolvimento das habilidades de compreensão
do conceito de conhecimento, observando as
distinções das formas de conhecimento e a
identificação das principais características do
conhecimento do senso comum, artístico, religioso,
filosófico e científico.
Seção 1: A origem do conhecimento
Seção 2: Tipos de conhecimento
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Capítulo 1
Seção 1
A origem do conhecimento
A palavra conhecimento tem sua origem no latim, cognitio, e pressupõe,
necessariamente, a existência de uma relação entre dois polos: de um lado o
sujeito e de outro o objeto.
Figura 1.1 – Relação sujeito-objeto
Fonte: Elaboração dos autores.
Na relação sujeito-objeto, o sujeito é aquele que possui capacidade cognitiva,
isto é, capacidade de conhecer. O objeto é aquilo que se manifesta à consciência
do sujeito, que é apreendido e transformado em conceito.
Isso equivale a dizer que o conhecimento é o ato, o processo
pelo qual o sujeito se coloca no mundo e, com ele, estabelece
uma ligação. Por outro lado, o mundo é o que torna possível o
conhecimento ao se oferecer a um sujeito apto a conhecê-lo.
(ARANHA; MARTINS, 1999, p.48).
Temos que levar em consideração que todas as formas de conhecimento
coexistem. Podemos pensar um fenômeno por meio de matrizes de compreensão,
como o conhecimento do senso comum, filosófico, religioso, artístico e científico.
Com suas peculiaridades, aproximações e diferenças, aparecem diferentes
maneiras de o sujeito “conhecer”.
E conhecer, segundo Costa (2001, p. 4, grifo do autor) “é mais do que ter
na memória um conjunto de informações: é conseguir fazer com que essas
informações transformem-se em prática e sejam úteis sob a perspectiva pessoal,
profissional, social ou política”.
Todas as pessoas julgam conhecer algo e, de fato, podemos dizer que o ser
humano naturalmente busca conhecer o mundo a sua volta, pois essa é uma
condição para manter-se vivo.
Algumas vezes, dirigimos nossas perguntas ao mundo, outras vezes ao próprio
fenômeno do conhecimento. Isso inclui o homem e o mundo na mesma dimensão
e, então, temos uma visão mais complexa da realidade e a compreensão de nós
mesmos como sujeitos ativos na produção do conhecimento.
Teoria do conhecimento
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Num sentido geral, podemos dizer que conhecimento é o que permite aos
seres vivos manterem-se vivos. Nesse caso, uma planta sabe que deve virar sua
folhagem em direção à luz, assim como um cavalo sabe que determinado solo
não é seguro para caminhar, e um homem sabe que, se jogar um objeto acima de
sua cabeça, poderá, quando em queda, atingi-lo. Porém, num sentido exato, não
seríamos capazes de definir, tão brevemente, o que é o conhecimento.
Para Luckesi e outros (2003, p. 137-138), existem duas maneiras de o sujeito
se apropriar do conhecimento. A primeira consiste na apropriação direta da
realidade sem a mediação de outra pessoa ou de algum outro meio. Nesse caso,
o sujeito opera “com” e “sobre” a realidade. A segunda ocorre de forma indireta,
na qual a compreensão se dá por intermédio de um conhecimento já produzido
por outra pessoa ou por meio de símbolos orais, gráficos, mímicos, pictóricos etc.
1.1 Distinção entre o conhecimento humano e o de outros
animais
Ao contrário do que acontece com outros animais, nos seres humanos
existe uma clara diferença entre os dados percebidos no meio ambiente e as
respostas expressadas como reação. A diferença se deve ao fato de que, além
do comportamento instintivo, exclusivamente reativo, o ser humano tem um
comportamento reflexivo.
Antes de manifestar uma reação, o homem faz uma pausa e reflete. Imagina,
idealiza e conceitua aquilo que apreende do mundo e depois é capaz de
reconhecê-lo e identificá-lo.
O ser humano atribui significado às coisas do mundo físico, às imagens mentais
que ele mesmo constitui e aos sentimentos que experimenta. O desenvolvimento
dessa capacidade de reflexão permitiu a ele agir baseado em uma vontade
consciente e não mais somente nos instintos.
Acredita-se que, em períodos remotos, o conhecimento humano respondia
exclusivamente à necessidade de sobrevivência. Porém, por razões ainda não
completamente elucidadas, ele foi além das solicitações imediatas, enquanto ser
biológico, e passou a procurar respostas, por uma necessidade de compreensão e
ordenação do mundo.
A manifestação definitiva desse pensamento ordenador se deu com a criação
de um sistema simbólico específico que chamamos de linguagem, capaz de
representar a realidade, expressar o pensamento e comunicá-lo aos outros.
Perceba que o ser humano ordena e dá significado ao mundo e isso inclui
comunicá-lo. Disso depende a consolidação e validação do conhecimento, a
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