Terceirização De TI

Terceirização é problema grave na área de Segurança da Informação

:: Ana Paula Lobo

:: Convergência Digital :: 22/09/2008

O diretor do Departamento de Segurança da Informação do Gabinete Institucional da Presidência da República, Raphael Mandarino Jr., foi enfático: A terceirização na área é "complexa" e causa problemas na adoção de políticas de combate às fraudes.

Ele informou que está em andamento um trabalho para a formação específica de recursos humanos para que os servidores públicos terem ciência da importância da área no dia-a-dia. A formação de mão-de-obra envolve 32 portas de entrada no Poder Executivo, entre elas, a Receita Federal, a Polícia Federal, o Banco central, entre outros.

"Nada contra os funcionários terceirizados, mas tivemos um problema de invasão no site do Ministério das Cidades, detectada pelo próprio ministro da pasta. Fizemos um trabalho de emergência com os técnicos do Gabinete e do Ministério. Consertamos. Duas semanas depois, outro ataque. A surpresa: Os funcionários terceirizados já eram outros. Não é assim que devemos funcionar", destacou Mandarino Jr., que participou do CNASI 2008, evento de Segurança da Informação que acontece na capital paulista.

Para ele, a terceirização não deve ser adotada como prática na área de Segurança da Informação porque os funcionários dessa área lidam com temas sigilosos, estratégicos do Poder Executivo. Uma forma de mudar o cenário é o de capacitar a nova mão-de-obra que está sendo contratada pelo Governo.

Só que, lembra Mandarino, o Governo possui 32 portas de entradas, entre elas, o Banco Central, a Receita, entre outras. "O que estamos fazendo é sentar com essas autarquias, com os órgãos e solicitando que os novos servidores já tenham em mente a importância do capítulo de Segurança da Informação. Isso vai facilitar muito no processo futuro", destacou.

Com relação ao atual quadro de servidores - cerca de 900 mil - a idéia é que esses profissionais sejam capacitados ao longo do tempo. Um primeiro curso de capacitação aconteceu em Brasília, em parceria com a UNB. Aproximadamente 40 profissionais foram treinados.

Outra turma será iniciada em outubro. Mais duas deverão ser presenciais. Depois, o projeto é adotar o ensino a distância. "O Brasil possui nove tríplices fronteiras, têm funcionários em toda a área. Precisamos que a formação na área chegue ao maior número possível de servidores. O ensino a distância é a melhor alternativa", completou Mandarino.

Terceirização

A terceirização é uma forte tendência em todos os setores de TI, e não poderia ser diferente, quando falamos em Segurança da Informação. Trata-se de um assunto recorrente, isso porque a Segurança da Informação não é especialidade da indústria de manufatura, como

também não faz parte dos negócios do setor automobilístico, de empresas alimentícias ou do varejo. No entanto, para que possam manter o core business de suas operações, essas corporações devem garantir a manutenção das condições ideais de segurança, que cada vez mais se torna fator crítico em todas as suas transações. Por isso, podemos nos preparar para ver as ações de proteção sendo executadas fora da corporação. No caso da segurança, a diferença é que a viabilidade do processo depende do tamanho das organizações. Grandes empresas têm pouca probabilidade em passar a

segurança para o esquema outsourcing. Já as pequenas e médias empresas mostram-se mais abertas a essa opção, como podemos observar nas estruturas de ‘software as a service’, que vêm crescendo no mercado, tornando-se mais maduras. Muitos profissionais da área acreditam que a terceirização da Segurança da Informação é o caminho natural tanto para o mercado corporativo quanto para usuários domésticos. A integridade dos dados é um aspecto importante para usuários em todos os níveis.

Entre outros benefícios, a terceirização dos processos de proteção à rede proporciona a redução no custo de manutenção dos dispositivos. Não é por acaso que os institutos de pesquisa têm indicado crescimento nos orçamentos de tecnologia da informação (TI) no que se refere à segurança. Em alguns casos, a verba dessa área é totalmente independente do que é gasto com TI.

Porém, o outsourcing de segurança ainda está engatinhando no Brasil. Apesar disso, números da consultoria IDC indicam que a terceirização tende a ganhar espaço. O segmento de MSS – Managed Security Services é o que mais cresce no mundo na área de segurança.

Previsão

A previsão da consultoria é que o setor cresça em média 16% até 2010, sendo que a fatia de serviços tende a aumentar o seu percentual no bolo. Segundo dados da Frost & Sullivan, o mercado latino-americano de serviços gerenciados de segurança deve superar o total de US$ 272 milhões em 2011. De acordo com a consultoria, o Brasil continuará a concentrar DiálgoTI / NextGenerationCenter Pagina 17

40% desse mercado. Em seguida vem o México, com 23%.

Especialistas apontam que todos os negócios, grandes ou pequenos, possuem gaps em sua estrutura interna quando se trata de segurança. Ao tentar garantir que todas as áreas estejam seguras, algum segmento acaba sempre ficando descoberto, mais vulnerável a ameaças e intrusos. A solução para preencher esse gap seria enxergar a segurança como um serviço e transferir sua gestão a um especialista. Dessa forma, as organizações podem melhor direcionar seus profissionais e recursos. Além disso, todas as atenções ficam mais

voltadas ao foco do negócio e resultados que devem ser obtidos.

Para a Frost & Sullivan, as companhias estão se conscientizando dos benefícios da contratação de terceiros para o gerenciamento da segurança. A consultoria destaca que entre as vantagens do outsourcing desses serviços estão a redução de custos com mão-deobra especializada e simplificação do investimento em equipamentos para proteção.

O acesso contínuo a recursos atualizados e a possibilidade de se dedicar mais tempo ao negócio da empresa também são citados como benefícios diretos.

O mercado brasileiro ainda passa por uma fase de maturação, mas em se tratando de segurança, nunca existe certeza absoluta do que está por vir. O que é bom e seguro hoje passa a ser vulnerável amanhã. Assim, é muito importante que todos tenham um bom parceiro para cuidar do assunto; alguém