Texto 1: TCC.
Trabalho Universitário: Texto 1: TCC.. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: DPSouza • 23/9/2014 • 6.357 Palavras (26 Páginas) • 358 Visualizações
1 – Introdução
A busca de competitividade no atendimento às necessidades do cliente final tem gerado a necessidade de melhor organizar os processos de produção e logística, tornando mais ágil toda a cadeia do processo produtivo. A pesquisa por um processo produtivo bem estruturado, com baixos níveis de estoques intermediários, maior produtividade e menores prazos de entrega, tem sido o principal desafio imposto às pequenas e médias empresas do setor industrial e de serviços.
A simples consciência sobre a necessidade de mudanças não garante a competitividade desejada. O desenvolvimento e melhoria dos processos produtivos, a partir da ótica da engenharia pura, não têm alcançado os resultados necessários. Neste cenário a Engenharia de Produção vem complementar e agregar, considerando aspectos técnicos, sociais e humanos, no âmbito dos sistemas de produção. Diversos trabalhos vêm sendo desenvolvidos numa relação direta ao paradigma da Manufatura Enxuta e têm uma grande dedicação à questão da importância, ou mesmo influência, dos recursos humanos nos processos de produção, organizando o trabalho humano, desenvolvendo máquinas e layout.
O paradigma da manufatura enxuta tem sido amplamente utilizado em alguns setores industriais, como o automobilístico que, com suas linhas de montagem de componentes, apresenta maior facilidade para implementar esta estrutura de produção. Mas devido à diferença de produtividade entre seus processos, as indústrias no geral se caracterizam pela manutenção de elevado estoque de matéria prima próxima ao processo produtivo e por um grande volume de produto semi-elaborado dentro do setor de produção, dificultando a movimentação interna e criação de um layout que realmente faça fluir a produção. Apresentam também limitações em termos de disponibilidade de recursos financeiros e qualificação de seus profissionais para implantação de melhorias. E as decisões são normalmente tomadas com base na experiência dos gestores dos processos e não especificamente em modelos matemáticos.
Algumas indústrias têm tido a dificuldade em implementar melhorias em seus sistemas logísticos internos e muitas delas não têm conseguido resultados satisfatórios, mesmo com a aplicação dos conceitos da manufatura enxuta. Liker (2005) considera como um dos fatores para o insucesso de algumas iniciativas, é que essas empresas “pensam que têm de olhar para a fábrica da Toyota e seguir seu modelo. Não é o caso. Eles têm de seguir os princípios, eliminando o desperdício, mas a forma exata de fazer dependerá de seus processos específicos”. Portanto o conhecimento das técnicas, a observação dos processos e muita criatividade, são elementos importantes na implementação da manufatura enxuta.
A utilização de valores médios dos tempos de ciclo dos processos produtivos para o balanceamento de linhas de produção, não assegura uma representação confiável do sistema de produção, pois estes tempos são aleatórios e deveriam ser tratados como tal. A utilização da simulação para desenvolvimento de projetos de melhoria apresenta como vantagens, o tratamento estocástico dessas variáveis de processo e possibilita uma experimentação a baixo custo. Este trabalho parte do pressuposto que a aplicação dos conceitos de manufatura enxuta nos processos produtivos contribui em muito para o desenvolvimento de processos mais econômicos, garantindo um melhor atendimento aos clientes e tornando as empresas mais competitivas. Tem como objetivo apresentar os termos e conceitos da manufatura enxuta, com base no Sistema Toyota de Produção, facilitando o entendimento de como as empresas poderão trabalhar para melhorar seus processos produtivos, de forma a conseguir a competitividade hoje necessária para a sobrevivência no mercado.
2 – Fundamentação Teórica
A expressão “Lean Manufacturing”, definida por John Krafcik, pesquisador do
International Motor Vehicle Program e que foi traduzida em nossa língua como
Manufatura Enxuta é uma faceta de um revolucionário sistema oriental – denominado
ocidentalmente de Produção Enxuta ou Lean Production – e possui em seu cerne uma
dimensão fundamental: requer menores recursos, maximiza a eficiência e a produtividade
e, principalmente, maximiza a flexibilidade, sendo mais ágil, inovadora e capaz de
enfrentar melhor as mudanças conjunturais e de mercado. Em quase todos os aspectos,
veio a contrapor-se aos dois outros métodos de produção concebidos pelo Homem: a
Produção Artesanal e a Produção em Massa (WOMACK, 1992).
O produtor artesanal, desde os primórdios da evolução manufatureira, lançava mão, quase sempre, de trabalhadores altamente qualificados e ferramentas simples, mas altamente flexíveis, para produzir o que o cliente mais desejava: um item de cada vez, muitas das vezes, exclusivo. Essa produção tanto possuía sofisticação e qualidade de acabamento quanto uma grande desvantagem econômica: era cara demais para a grande maioria das pessoas tornando-se, com o passar do tempo, inviável comercialmente
(WOMACK, 1992).
Após a Primeira Guerra Mundial, Alfred Sloan, da General Motors e Henry Ford, da
Ford Motors, conduziram, que já existiam a séculos, a produção artesanal de bens – cuja liderança era européia – para a chamada Era da Produção em Massa. Este sistema de produção, que foi utilizado primeiramente nas indústrias automobilísticas americanas, foi posteriormente difundido nas indústrias da Europa. E mesmo no início deste século, a maioria dos europeus era incapaz de distingüir as vantagens e idéias universais da produção em massa de sua origem norte-americana.
O produtor em massa, por sua vez, utilizava-se de profissionais excessivamente especializados para projetar produtos que eram manufaturados por trabalhadores sem qualificação ou semi-qualificados, em máquinas dispendiosas e especializadas em uma única tarefa. Por ser dispendiosa a mudança de um produto, este era mantido como padrão o maior tempo possível e com métodos de trabalho muitas vezes monótonos e sem sentido. Com isso, o consumidor obtinha preços mais baixos, em detrimento de variedade e qualidade.
A produção em massa deixava
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