Tipos de processos de globalização

O autor inicia dizendo que a globalização é algo muito difícil de definir. Muitas definições se centram na economia mundial; na realidade designamos conjuntos de relações sociais como globalização.

Para Boaventura “globalização é o processo pelo qual determinada condição ou entidade local consegue estender a sua influência a todo globo e, ao fazê-lo, desenvolve a capacidade de considerar como sendo local outra condição social ou entidade rival” (pág. 14). Com isso fica impossível falar em globalização sem falar do local, das raízes culturais e também locais de uma região, a globalização pressupõe a localização.

Mas a modificação da compreensão do espaço-tempo é uma das consequências deste processo de globalização, o que acaba abalando a transformação do mundo. Por isso devemos analisar essas relações de poder sob a ótica das relações entre dominantes e dominados. Existem também aqueles que mesmo prisioneiros do seu tempo espaço local, contribuem para uma cultura mundial das drogas, como por exemplo, os camponeses produtores de coca nos países da America latina, eles continuam “localizados” em seus espaços.

Para o autor a globalização pode ser considerada no plural e para isso divide o processo em 4 formas:

- A primeira é o localismo globalizado. Trata-se de um fenômeno local que estende sua influência para parte ou o resto do mundo. Como exemplo podemos citar a música popular ou as redes de fast food.

- A segunda é o globalismo localizado. Trata-se de práticas e imperativos transnacionais que para alcançar seus objetivos, modificam suas relações sociais. Como exemplo, podemos citar a destruição maciça dos recursos naturais para o pagamento da dívida externa, o uso turístico de tesouros históricos, etc.

Os dois processos acima alteram as relações de trocas e de trabalho, enquanto os países centrais acabam se especializando em localismos globalizados, os países periféricos sofrem as influencias dos globalismos localizados. Diante desta intensificação de interações globais, apresentamos mais dois processos que não se enquadram nem como localismos globalizados, nem como globalismos localizados:

- Cosmopolitismo é um imenso agrupamento de entidades sociais, ONG’s que buscam ajudar aqueles que sofrem discriminação epor consequência são excluídos no cenário da Globalização. Como exemplo podemos citar as associações ecológicas e também as articulações do Fórum Mundial da paz com os Países periféricos.

- O outro processo é o Patrimônio comum da humanidade. Ele é um dos fatores determinante para o bem estar da humanidade. Como exemplo, citamos a proteção da camada de ozônio, a preservação da Amazônia. Os países hegenônicos são os que mais atacam o Patrimônio comum da humanidade.

Podemos dizer que nos dois primeiros processos a globalização se da de cima-para-baixo, gera grande influencia nos países periféricos e são chamados de hegemônicos. Já os outros dois processos, são contra hegemônicos de baixo-para-cima, pois ocorre de iniciativas dos países que sofrem os processos de globalização de grandes potências.