Trabalho Com Horário Flexível

INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como objetivo discutir a rotina regular de trabalho e comparar com rotinas que promovem a flexibilidade nos horários de trabalhos visando vantagens não somente para o funcionários, mas também com o objetivo de otimizando tempo que o mesmo passa na empresa garantindo assim uma melhor qualidade no trabalho por ele desenvolvido. Muitas vezes, as jornadas de trabalho reduzidas trazem vários benefícios à empresa, como aceleração do desenvolvimento de pessoas, maior produtividade e menores custos. Porém os acordos precisam ser estruturados corretamente.

Para melhor entender sobre essa temática o trabalho foi divido em quatro capítulos, que ficaram estruturados da seguinte forma: O primeiro capítulo, A flexibilidade no trabalho numa perspectiva ética, política e social, perpassam pelos direitos do trabalhador e como as empresas estão se adaptando à essa nova modalidade de jornada de trabalho. No segundo capítulo, Economia, modelos de gestão e horários flexíveis de trabalho, será focado os benefícios que tanto a empresa como os funcionários terão ao implementar um horário flexível de trabalho. Tratará também de como as empresas devem se preparar para se adaptar ao novo perfil de funcionários nessa era da informação. Já o terceiro capítulo, Relações interpessoais na era da informação digital, abordará sobre impacto que a flexibilização no horário de trabalho poderá ter nas relações interpessoais entre os funcionários. Por isso, esse capítulo tratará sobre a importância das empresas se adequarem a essa nova proposta de jornada de trabalho sem perder de vista a importância do trabalho em equipe. Por fim o quarto e último capítulo, Tecnologia e desenvolvimento humano, envereda uma discussão sobre a Sociedade da Informação e trás reflexões sobre o homem que vive na Era da tecnologia da Informação.

1 - A FLEXIBILIDADE NO TRABALHO NUMA PERSPECTIVA ÉTICA, POLÍTICA E SOCIAL

A flexibilização jurídica da jornada de trabalho é um reflexo no mundo do direito das alterações que o mundo do trabalho trouxe, através da mudança da percepção do tempo, introdução de novas técnicas de produção, etc. O Direito teve de responder com instrumentos legislativos, decisões dos tribunais e pareceres dos juristas, há um novo conceito de trabalho, que não mais se enquadrava no padrão de horário integral de 8 horas diárias exercidas preferencialmente em um único local.

Esse padrão que está presente na grande parte das normas trabalhistas, não dá conta para proteger os novos tipos de relação de trabalho. No Brasil quando ocorre essa disparidade entre a lei e a realidade do mundo do trabalho, costuma-se afastar o que é tido como corriqueiro entendendo que estas relações são ilegais.

A ilegalidade decorre mais da inexistência de norma que regulamente essas novas figuras do mundo do trabalho, do que pela falta de proteção ao trabalhador. Isso porque uma vez regulamentadas essas figuras passam a não sofrer as sanções judiciais, mesmo trazendo perdas significativas para os trabalhadores. Para que o empregador possa se utilizar deste mecanismo, é preciso que sua implantação seja feita mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho do sindicato da respectiva categoria profissional, por meio de regulamento interno da empresa ou estipulado no próprio contrato de trabalho.

A flexibilização em vários setores do mundo do trabalho vem buscando quebrar a rigidez existente anteriormente, em um modelo tipicamente fordista/taylorista da produção. Esse padrão foi se tornando obsoleto para dar conta das novas demandas produtivas e de mercado, levando a uma alteração profunda do modo de se pensar o mundo do trabalho.

No entanto, nada impede que a empresa se utilize deste mecanismo para as áreas em que a flexibilização seja possível, principalmente quando falamos das áreas administrativas. Para isso, basta que o empregador formalize o procedimento, estabelecendo quais são as áreas envolvidas, consolidando assim, a validade do acordo.

A jornada de trabalho flexível ou móvel, como também é chamada, é realizada dentro de um limite pré-estabelecido pelo empregador, onde o empregado, respeitando este limite inicial e final, possa deliberadamente cumprir sua jornada normal de trabalho. Essa flexibilidade de horário não se confunde com Banco de Horas ou compensação de jornada, ou seja, é uma ferramenta que visa possibilitar que o empregado possa iniciar sua jornada mais cedo e encerrá-la mais cedo, ou iniciar mais tarde e, consequentemente, encerrá-la mais tarde também.

È importante ressaltar que, embora a jornada flexível permita que o empregado possa cumprir sua jornada dentro de um limite de horas, isso não significa que a jornada poderá ser feita de forma intermitente. Assim, não há previsão legal de que o empregado possa dividir sua jornada em 3 ou 4 etapas de trabalho até que a jornada diária seja cumprida.

Portanto, quando se fala em jornada flexível não se está falando em divisão da jornada de trabalho em vários horários (entradas e saídas), mas na possibilidade de alternar o início da jornada dentro de um limite pré-estabelecido e que a atividade seja desenvolvida, após seu início, de forma contínua, conforme previsto pela legislação trabalhista.

Também não se vislumbra a possibilidade do elastecimento do intervalo intrajornada, ou seja, a jornada flexível não possibilita que o intervalo intrajornada previsto pela legislação (máximo de 2 horas), seja elastecido para o cumprimento da jornada. Veja o exemplo de um funcionário que ele mesmo estruturou seu horário, apresentou à empresa, que aceitou sua proposta e ele trabalhou no mês em questão a sua jornada de trabalho. (Anexo 1)

2 – ECONOMIA, MODELOS DE GESTÃO E HORÁRIOS FLEXIVEIS DE TRABALHO.

A jornada de trabalho flexível, também causa impactos econômicos positivos. Observa-se que as empresas que conseguem sucesso com a jornada flexível de trabalho apresentam bons resultados econômico devido, principalmente, ao ganho na produtividade. Além disso, as formas alternativas de trabalho flexível podem gerar o trabalho autônomo, fortalecendo a economia. O trabalho flexível pode melhorar a satisfação do colaborador. Assim, as pessoas que estão satisfeitas em seu ambiente organizacional, provavelmente, trabalharão mais e melhor.

2.1 – TRABALHOS FLEXÍVEIS: VANTAGENS PARA EMPRESA.

• Colaboradores mais dedicados e proativos

• Colaboradores que trabalham nos momentos em que