Texto 3: DEJOURS, C. A Banalização Da Injustiça Social (prefacio; Cap.1 - "como Tolerar O Intolerável"; Cap. 2- " O Trabalho Entre Sofrimento E Prazer"; Cap. 3 - "O Sofrimento Negado") Rio De Janeiro: Ed. FGV, 2000
Trabalho Escolar: Texto 3: DEJOURS, C. A Banalização Da Injustiça Social (prefacio; Cap.1 - "como Tolerar O Intolerável"; Cap. 2- " O Trabalho Entre Sofrimento E Prazer"; Cap. 3 - "O Sofrimento Negado") Rio De Janeiro: Ed. FGV, 2000. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: suzana.braz • 21/1/2015 • 734 Palavras (3 Páginas) • 1.903 Visualizações
Texto 3: DEJOURS, C. A banalização da injustiça social (prefacio; Cap.1 – “como tolerar o intolerável”; Cap. 2- “ o trabalho entre sofrimento e prazer”; Cap. 3 – “O sofrimento negado”) Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2000.
1. Por que a adesão à causa economicista seria uma manifestação do processo de “banalização do mal”?
Por que o discurso economicista que atribui o infortúnio a causalidade do destino, não venda responsabilidade nem injustiça na origem desse infortúnio, implica a adesão maciça de nossos concidadãos, com seu corol rio, ... resignação ou ... falta de indignação e de mobilização coletiva? Para responder a essa pergunta, creio que a psicodinâmica do trabalho, que tem implicações nos campos psicológico e sociológico, pode nos trazer algumas luzes. Em suma, a psicodinâmica do trabalho sugere que a adesão ao discurso economicista seria uma manifestação do processo de "banalização do mal". Minha analise parte da "banalidade do mal" no sentido em que Hannah Arendt emprega essa expressão com referência a Eichmann. Não, como fez ela, no caso do sistema nazista, mas no caso da sociedade contemporânea, na França, em fins do século XX. A exclusão e a adversidade infligidas a outrem em nossas sociedades, sem mobilização política contra a injustiça, derivam de uma dissociação estabelecida entre adversidade e injustiça, sob o efeito da banalização do mal no exercício de atos civis comuns por parte dos que não são vítimas da exclusão (ou não o são ainda) e que contribuem para excluir parcelas cada vez maiores da população, agravando-lhes a adversidade.
Em outras palavras, a adesão a causa economicista, que separa a adversidade da injustiça, não resultaria, como se costuma crer, da mera resignação ou da constatação de impotência diante de um processo que nos transcende, mas funcionaria também como uma defesa contra a consciência dolorosa da própria cumplicidade, da própria colaboração e da própria responsabilidade no agravamento da adversidade social. Vale acrescentar que aquilo que tentarei analisar aqui nada tem de excepcional. a própria banalidade! Não só a banalidade do mal, mas a banalidade de um processo que é subjacente a eficácia do sistema liberal econômico. Então, não é uma novidade? Não! Somente é nova a identificação de um processo. Processo que se torna mais visível, na época atual, em virtude das mudanças políticas verificadas nas últimas décadas. Algum tempo atrás, quando as lutas políticas e a mobilização coletiva eram mais intensas e o espaço público mais aberto do que no período histórico atual, esse processo de banalização do mal era menos acessível a investigação. Tentarei portanto analisar o processo que favorece a tolerância social para com o mal e a injustiça, e através do qual se faz passar por adversidade o que na verdade resulta do exercício do mal praticado por uns contra outros.
Alguns leitores se sentirão tentados a não prosseguir, por entenderem que este texto não se propõe somente identificar um punhado de responsáveis condenáveis e analisar as estratégias que adotam para cometer seus delitos. Mesmo que haja líderes cujo comportamento mereça uma análise específica, sua identificação nem por isso confere aos outros, em particular aos leitores ou ao autor,
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