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Trabalho em equipe uma proposta para gestão e saúde

Por:   •  30/3/2017  •  Artigo  •  2.611 Palavras (11 Páginas)  •  284 Visualizações

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UCAM – UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES[pic 1]

CELSO MACEDO SILVA

TRABALHO EM EQUIPE: UMA PROPOSTA PARA A GESTÃO EM SAÚDE

RONDONÓPOLIS-MT

2015

UCAM – UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

CELSO MACEDO SILVA

TRABALHO EM EQUIPE: UMA PROPOSTA PARA A GESTÃO EM SAÚDE

Artigo Científico Apresentado à Universidade Candido Mendes - UCAM, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Gestão de Saúde Pública e Meio Ambiente.

RONDONÓPOLIS-MT

 2015

RESUMO

Com base na teorização da ergologia e do processo de trabalho, este ensaio objetiva contribuir para a reflexão acerca do trabalho coletivo em saúde, destacando sua especificidade e as dificuldades de construção e gestão de coletivos de trabalho. Aborda o trabalho como atividade humana que compreende, dialeticamente, a aplicação de um protocolo prescrito e uma perspectiva singular e histórica. O trabalho em saúde envolve uma relação entre sujeitos que agem nas dramáticas do uso de si e que fazem a gestão do seu próprio trabalho; é influenciado pela história das profissões de saúde e pelas determinações macro políticas. Conclui-se que essa complexidade do trabalho em saúde precisa ser considerada no processo de gestão de equipes/coletivos profissionais de modo a articular ações que possibilitem implementar um novo projeto de atenção à saúde na perspectiva da integralidade.

Palavras-chave: Trabalho, organização e administração. Satisfação no Emprego. Recursos Humanos em Saúde. Serviços de Saúde, recursos humanos.

ABSTRACT

Based on ergology and work process theorization, the study aims to contribute to reflections on health collective work, emphasizing its specificity and difficulties in building and managing groups of workers. It deals with work as a human activity that dialectically comprises the application of a prescribed protocol and a unique and historical perspective. Health work involves a relationship among individuals who act in the drama of using themselves and manage their own work; it is infl uenced by the history of health professions and macropolitical determinations. In conclusion, this health work complexity needs to be considered in the process of management of professional teams/groups of workers, in a way that actions can interact and enable the implementation of a new health care project in the perspective of comprehensiveness.

Keywords: Work, organization and administration. Job Satisfaction. Patient Care Team. Health Manpower. Health Services, manpower.

INTRODUÇÃO

Inicialmente, as formas atuais de organização e de gestão do trabalho continuam repousando, predominantemente, sobre princípios que sacrificam a subjetividade em nome da rentabilidade e da competitividade. Nesse sentido, conforme bem assinalado por Dejours (1993), se por um lado aumenta a produtividade, por outro desagrega coletivos e separa o trabalho do conjunto da vida, agravando as patologias decorrentes do trabalho.

Refletir sobre as transformações do trabalho tem implicações políticas e éticas uma vez que as relações e instrumentos utilizados na produção do conhecimento e dos produtos materiais e não materiais não estão separados das escolhas e julgamentos de valor.

Não obstante, de acordo com Schwartz (1998), mudanças no trabalho ocorreram ao longo da história da humanidade com forte determinação econômica. Contudo, apesar da fragmentação do processo e da separação entre concepção e execução, agravados com o taylorismo e o fordismo, os grupos e indivíduos sempre realizaram algum tipo de negociação e de gestão da relação entre contraentes (constrangimentos de dimensão subjetiva e objetiva) e valores.

Portanto, neste cenário colocam-se como questões o significado de trabalho coletivo e equipe de trabalho e como estes conceitos se aplicam à gestão de coletivos de trabalho em saúde.

O presente artigo, construído a partir da teorização da ergologia e do processo de trabalho, discute trabalho coletivo em saúde e caracteriza suas especificidades e dificuldades de construção e gestão de coletivos de trabalho.

DESENVOLVIMENTO

TRABALHO COMO ATIVIDADE HUMANA: CONTRIBUIÇÃO DA ERGOLOGIA

Para dar inicio à discussão, considerando-se a complexidade do trabalho na sociedade atual, um caminho promissor é compreendê-lo como atividade humana. Ao analisar a atividade/ação de trabalho, percebe-se um entrecruzamento de normas antecedentes e tentativas de implantar novas normas na relação com o meio, no qual ocorre um debate permanente de valores, resultando em escolhas feitas por indivíduos e grupos.

No contexto do trabalho stricto sensu, ou seja, atividade remunerada na sociedade de mercado e de direito, as normas antecedentes é tudo que antecipa a atividade de trabalho.

As normalizações refeitas resultam de múltiplas gestões de variabilidades impossíveis de serem antecipadas, pois são feitas por seres e grupos sempre singulares e em situações de trabalho, também, singulares. A gestão, na perspectiva da ergologia, é um fenômeno universal que ultrapassa a dimensão macro política e a prescrição de atividades e tarefas. Envolve escolhas, arbitragens, hierarquização de atos e objetivos, além de envolver valores que orientam a tomada de decisões pelos trabalhadores no cotidiano.

Ao discutir a complexidade epistemológica da categoria “trabalho”, Daniellou (2004) estabelece uma analogia com o tear e afirma que “na sua atividade de trabalho, homens e mulheres tecem”. A trama seria os processos técnicos, as propriedades da matéria, os instrumentos, os clientes, as políticas econômicas, as regras formais, o controle das pessoas, entre outros.

Diante do exposto, Dussault (1992) diz que a urdidura seria a própria história dos indivíduos, o corpo que aprende e envelhece, o pertencimento a grupos sociais que fornecem valores, saberes, regras, projetos, angústias, entre outros. O referido autor (1992) relata que a trama seria o lado visível do trabalho e a urdidura, o menos visível ou invisível. No entanto, a dialética do entrecruzamento entre o visível e o invisível, o global e o local, permeada por debates de normas e valores que geram situações de trabalho relativamente previsíveis e ao mesmo tempo novas e inéditas, pois toda atividade humana integra uma dimensão de transformação.

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