Trabalho sobre filmes de filosofia
Por: elo2015 • 26/11/2015 • Trabalho acadêmico • 1.272 Palavras (6 Páginas) • 822 Visualizações
Texto 1: Natureza do pensamento filosófico. [Mito, natureza da explicação mitológica, Homem, natureza e cosmos]
Profa. Dra. Neusa Meirelles Costa
Curso de Direito
Filosofia do Direito/ 2014
Todo pensamento filosófico tem origem em questionamentos que o homem fez e faz a si mesmo, ao Outro, à vida em sociedade, e à natureza. Esses questionamentos podem ser dirigidos para a natureza, para a vida social, para o presente em suas relações com o passado, e também para o futuro. Eles não são semelhantes às indagações da ciência, embora possam caminhar juntos, mas há distinções profundas: a indagação filosófica é mais distanciada da materialidade dos fatos, mesmo quando se ocupa de processos estudados pela ciência. Tal distanciamento caracteriza a re-flexão filosófica, como um movimento do pensamento sobre si mesmo, e na direção do conteúdo do qual se ocupa.
Para alguns, a filosofia realiza um movimento pendular em relação aos grandes temas de sua trajetória: do cosmos e natureza, para o homem e sociedade, e deste novamente para a natureza e para o cosmos. Sendo ou não adequado falar desse movimento, podem-se distinguir alguns campos e modalidades da reflexão filosófica, conforme apontados abaixo. Nesses campos a reflexão filosófica sobre o direito (Filosofia do Direito) ocupa um lugar especial, em alguns momentos muito próximo da Filosofia Política, em outros momentos abrangendo boa parte dos campos da Lógica e da Ética.
Essa posição especial se deve ao fato de a reflexão filosófica sobre o direito consistir basicamente de análises sobre: a) a legitimidade do exercício do poder nos Estados, e sobre a racionalidade lógica de imposição da normatização (leis e normas); b) sobre as práticas (praxis) e valores que as orientam (justiça) tanto no plano das relações individuais (cidadãos, súditos) quanto nas relações entre eles e o poder instalado (obediência, rebelião e revolução); c) a instauração dos espaços em que se constituíram os direitos, como pressuposição de justiça, e reflexos sobre as práticas e legitimidade do poder exercido.
Lógica- com origem na Grécia Antiga, diz respeito ao lógus, ou à relação pensamento e conhecimento, linguagem e discurso. Trata-se então de investigar “se o lógus possuia ou não normas, princípios e critérios para seu uso e funcionamento”. (Chauí, 2005: 104) Importante para o Direito na análise crítica dos juízos em que se baseiam as leis e princípios de obrigatoriedade.
Epistemologia- Crítica dos métodos de conhecimento e do próprio conhecimento produzido; fundamental para análise da aplicação jurídica das disposições legais. A hermenêutica (interpretação das leis) é um dos métodos abrangidos nesse campo.
Ética-Análise e crítica dos possíveis para ação, que se apresentam à consciência moral dos sujeitos; essencial à Filosofia do Direito, na medida em que analisa as implicações valorativas envolvidas na imposição da lei, em sua aplicação, obediência e desobediência. Esse campo está associado à Moral (Bem e Mal, Justo e Injusto, Verdade e Falsidade) mas não se confunde com ele, porque a ética pressupõe a liberdade de ação, portanto de escolha, enquanto a Moral abrange, grosso modo, valorações construídas na História, e aceitas socialmente.
Estética-Reflexão sobre formas e conteúdos da arte como comunicação sensível do belo.
História da Filosofia- Ou história da elaboração das questões, problemas e temas que ocuparam a filosofia ocidental, do seu nascimento na Grécia Antiga, aos dias atuais.
ATENÇÃO! Todos esses campos, repectivas análises e interpretações são afetados pela História, portanto sofrem mudanças e transformações ao longo dos séculos!
Evidentemente que nessas poucas palavras não se pretendeu abranger os campos apontados, mas apenas indicar quais temas estão considerados em cada um deles. Deve-se entender também que esses temas foram desenvolvidos em várias direções conceptuais, ou tendências do pensamento filosófico, ou ainda “escolas” filosóficas. Além disso, tais desenvolvimentos aproximaram em vários aspectos os campos apontados.
Mitos, e a natureza da explicação mitológica do mundo, do homem e da natureza
Como ponto de partida, é preciso entender desde já que mitos não são mentiras, mas formas de explicação do que não era explicável pelo pensamento racional. Os mitos constituem portanto narrativas de uma verdade de crença, que são apoiadas na dimensão sensível. Como se destinam a explicar o mundo e aspectos da existência, eles descrevem uma origem imaginária do que explicam, criando concepção de vida e visões de mundo a partir dessas explicações.
É aqui que se pode inserir parte da origem da Filosofia como explicação do mundo, as cosmologias, dos primeiros filósofos.
O vínculo entre mitos e religião (todos os mitos e todas as religiões) reside nessas construções simbólicas da existência e da origem, as quais vão figurar como explicações para a existência humana, papéis sociais e normas de conduta. A explicação mítica, ou mitológica da realidade social, das contradições e lutas vividas no cotidiano, não se prende ao presente, mas toma o presente em função de um passado primordial, “quando tudo começou”.
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