Trajetos De Consumo

O individuo consumidor de substâncias acarreta estereótipos desde que este assunto brotou na cena pública. Este é visto como um sujeito que vive uma situação de grande precaridade e mendicidade. São “conhecidos” pelo seu visual e no cuidado pessoal que apresentam. A rua é o ambiente predominando destes indivíduos, mais ainda daqueles que evidenciam uma longa trajectória neste mundo. A verdade é que todos estes elementos são susceptíveis de reforçar o estereótipo de que o individuo é alvo pela sociedade.

No geral advém de estratos sociais desfavorecidos, apresentam baixa escolaridade, com trajetórias laborais muito inconstantes, o seu quadro familiar é problemático, que agrava com o início de consumos precoces, mostram sucessivas entradas e recaídas em tratamentos e nalguns casos chegam a passar pelo sistema de justiça. Arranjam estratégias de sobrevivência, chegando mesmo a arrumar carros para colmatar as suas necessidades e vivem em situações precárias de alojamento, por vezes em quartos alugados, casas de familiares temporárias e mesmo sem-abrigo.

Neste mundo da droga existem diversos códigos, expressões e “artimanhas” como forma de comunicação. Existe um habitus drug perceptível em gestos, no andar apressado, nas espera inquietas, nos encontros em que são trocadas breves palavras e logo se segue em frente. Toda esta cena se passa em intervalos de tempo, onde se apresenta diante de da sociedade, mas só alguns a vêem.

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