Tridimensionalidade Do Direito
Exames: Tridimensionalidade Do Direito. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: juliana.Julii • 14/5/2014 • 413 Palavras (2 Páginas) • 244 Visualizações
O Termo "Direito" e Sua Tríplice
Perspectiva Histórica Pode-se dizer que o Direito, de envolta com as demais
expressões do viver coletivo, foi antes vivido como um fato, e, ao
mesmo tempo, como um fado a que o homem atribuía a força
inexorável e misteriosa dos enlaces cósmicos, talvez inspirado
inicialmente, como sugere Cassirer, pela visão dos astros, cuja
"ordem" terá sido a primeira a ser arrancada do caos das impressões,
dos desejos e das vontades arbitrárias.
Aos poucos, esse vago e obscuro sentimento da ordem cósmica
entrelaça-se e confunde-se com outro sentimento, relativo à ordem
de seu próprio mundo, de seus atos e comportamentos.
O homem, nos tempos primitivos, é governado, como se sabe,
por um complexo de regras ao mesmo tempo religiosas, morais,
jurídicas, indiferençadas no bojo dos costumes, elaboradas no
anonimato do viver coletivo, exigidas por chefes e sacerdotes. Durou
milênios o processo de diferenciação das regras que hoje governam
órbitas distintas de conduta, sendo possível que a consciência do
justo tenha sido precedida pela da força e da astúcia.
Momento decisivo na História da compreensão humana — em
certo sentido é então que começa verdadeiramente a História —, é
aquele em que o fato passa a ter um significado percebido no plano
da consciência. Quando a "imagem do mundo"' começa a adquirir
vida própria, enlaçando o passado e o futuro, o homem supera o
plano do fático e do natural, envolvendo-o no manto de sua
imaginação criadora. Sob certo prisma, é pela imagem e pela
potenciação da imagem que o homem se supera, naquilo que o ser
humano possui de uniforme e de causado, inserindo, não importa se
com plenitude ou não de propósitos, algo de inédito e de
autonomamente projetante no processo da Natureza.
Não se estranhe, pois, que o homem não tenha admitido, senão
muito tardiamente, a possibilidade de se estudarem a ordem natural
e a ordem social segundo critérios objetivos e neutros,
independentemente de qualquer referência a forças transcendentes.
A invocação de algo estranho à Natureza em si mesma era uma
afirmação poderosa do homem: no ato de admitir, miticamente,
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